VIII: Bananas são perigosas

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Notas
Boa leitura! :)

XXX

O som dos pingos que haviam sobrado no chuveiro eram os responsáveis por quebrarem o silêncio espaçoso que se prolongava desde que havia decidido ensinar Moonbyul como beijar; o que em determinado momento, sem certeza de quando, apenas havia se tornado um plano de fundo para que continuássemos com os toques.

E a partir desse momento, um resquício de esperança havia tomado o meu peito, mesmo que por menor que fosse.

Suas costas estavam em contato com a parede, que naquela altura, já deveria estar fria. Os cabelos azuis pouco a pouco estavam quase secos, mas seu corpo, mesmo que enrolado numa toalha, continuava úmido e quente. Assim como sua boca.

Ela me beijava agressivamente, como se nunca deveríamos parar. Sentia seus dedos percorrerem meus cabelos quando mordia seus lábios, mas quando me tornava um pouco mais intimidadora, suas unhas apertavam meus ombros, dedilhando a pele abaixo de minha camisa. Não me permitia criar qualquer tipo de distância.

Quando empurrei meu corpo contra o seu, Byulyi estremeceu. Um curto gemido escapou de sua garganta e eu me vi sem saída, a não ser repetir a ação mais uma vez enquanto minha boca procurou pelo seu pescoço. O gemido novamente alcançou minha audição quando mordi sua pele, sugando a área branquinha antes de abraçá-la pela cintura e mudar minha direção, conduzindo-a até seu quarto.

Os inúmeros pôsteres de bandas indies eram as únicas testemunhas que teríamos; os passos apressados deduziam a ansiedade que consumia nós duas, que mesmo sem ter certeza, parecíamos compartilhar a mesma curiosidade. Eu estava tímida, mas mesmo assim, decidi tomar partida. Tranquei a porta de seu quarto e encostei as costas na parede, mordendo os lábios ao olhar para a decoração; ela sempre havia gostado de miniaturas e de repente, ter todos aqueles bonequinhos me assistindo estavam me deixando nervosa.

Quando me lembrei do que estávamos fazendo antes, busquei Moonbyul pelo quarto, a encontrando um pouco desajeitada enquanto vestia um blusão com uma estampa enorme do System of a Down, ajudando-a encontrar onde colocar sua cabeça.

— Obrigada. — Ela murmurou, rindo quando encarei-a por algum tempo, se sentando na cama como se quisesse fugir e não soubesse como.

— Então, achou complicado? — Perguntei à sua frente, colocando as mãos no bolso na calça pela inquietação que crescia.

— Não sei se fui bem. — Seus olhos me olharam timidamente, como se procurasse uma confirmação.

E eu a dei.

Colocando ambas as pernas ao lado de sua cintura, segurei em seus ombros para ganhar apoio ao sentar em seu colo. Se quisesse ser uma boa professora, precisava ensinar a apostila completa.

— Eu disse que apenas queria aprender a beijar. — Sua voz saiu como num sussurro, evitando contato visual quando empurrei minha cintura com precisão para frente.

— Quem disse que vamos fazer alguma coisa? Não me diga que estava pensando em...

— Não! Nada disso, eu só pensei rápido demais.

— Pensou rápido demais no que exatamente, Byulie? — Me aproximando de sua audição,  pude sentir seu corpo se contrair quando lambi seu lóbulo, antes de morder a pontinha de sua orelha. — Se você quiser, posso te ensinar muito mais.

— Tipo? — Ela perguntou ao mesmo tempo que segurou em minha cintura, empurrando minha bunda com força e acabando por fazer com que nossas coxas se esfregassem.

nothing is fake || moonsunOnde histórias criam vida. Descubra agora