Revelações

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POV Teresa

Depois que Emma e Andrew saíram, tive um tempo para tentar por meus pensamentos em ordem. Porque teriam me salvado? Eu já estava praticamente morta, para que se dar todo o trabalho de me trazer de volta? E o que Ava Paige quis dizer com "é um assunto complexo" sobre a existência do C.R.U.E.L.? E que plong de lugar é esse exatamente? Como eu nunca ouvi falar dele? Quer dizer, eu tinha recuperado boa parte da minha memória graças ao procedimento pelo que passei na base do C.R.U.E.L anteriormente, mas não me lembrava de nenhuma vez alguém ter mencionado algo sobre uma base secreta de Imunes.

Antes que eu pudesse pensar em mais alguma coisa, me deixando ainda mais confusa, ouvi duas batidas na porta. E uma voz masculina perguntou se poderia entrar, permiti pensando ser mais alguém trazendo notícias de Ava Paige, então um garoto alto, com cabelos loiros muito familiares apareceu. No mesmo instante, esqueci de qualquer pergunta que antes fazia em minha cabeça.

-Newt?


...



POV Thomas

Ao vasculharmos aquela ficha descobrimos coisas que parecem.. impossíveis. Finalmente entendemos toda a origem do Fulgor. Inicialmente foi usado como uma arma-biológica artificial: quando os Governos dos Antigos Países viram que todos os suprimentos e recursos existentes no mundo, nem de perto seriam suficientes para sustentar todo o mundo, decidiram que apenas uma pequena parte da população mundial sobrevivera, e o restante teria de ser exterminado. Simples assim.

Então criaram um vírus que seria como uma doença fatal porém indolor, quem é que fosse a vítima provavelmente nem saberia o que aconteceu e teria uma morte rápida. Mas obviamente não deu certo, a doença em si sofreu uma mutação por conta própria se e acabou transformando as pessoas, deixando as loucas, sedentas por sangue, e essa mutação foi chamada de Fulgor. Nós fizemos isso conosco. Fizemos isso com nossa própria espécie. E de repente, tive um déjà vu, lembrei por que isso me parecia tão familiar e ouvi mentalmente a voz de Teresa:

"Fomos você e eu, Tom. Nós fizemos isso com eles. Com a gente."

Reprimi as lembranças que tentavam vir à tona e continuei a vasculhar a ficha, já que eu tinha ficado encarregado disso, e encontrei transcrições de nossa vida no labirinto. Cada mísero passo nosso era monitorado. E uma coisa que me perturbou nos arquivos foram os bilhetes do antigo Chanceler, ele fora infectado pelo Fulgor e fez questão de descrever a quantidade de dedos que ia perdendo, além disso encontrei escritos da Chanceler Ava Paige sobre a morte de Chuck, dizendo que fora uma coisa necessária e que de qualquer forma ele não sobreviveria à próxima etapa. Isso era doentio.

Mas além de tudo, achei transcrições de conversas, conversas minhas, com Teresa. Tínhamos 9 anos na época pelo que eu entendi. Conversávamos sobre a nossa vida no C.R.U.E.L., o que fazíamos lá, como queríamos brincar com as outras crianças mas não podíamos, e também sobre nossa vida antes de chegarmos na base, nada realmente relevante. Pareciamos tão inocentes, tão puros, e também tão unidos..

No mesmo instante senti algo em meu peito. Saudade. Apesar de tudo eu sentia saudades de Teresa. Mas logo enterrei este sentimento e alguma outra coisa veio a tona. Raiva, depois de tudo aquilo ela ainda tinha me traído, tinha me batido, eu realmente acreditei nela. E confiança era uma coisa como papel, uma vez amassado, nunca volta ao normal.

Deixei de lado toda a papelada que vinha estudando para depois e percebi que dentro da caixa que Gally me entregou havia outra coisa, um embrulho, e dentro dele havia algo que parecia um cubo. Comecei a analisá-lo e achei uma pequena elevação em sua superfice, algo que poderia se passar por uma imperfeição, um botão. Ao apertá-lo o cubo se abriu, se transformando em um retângulo com dois quadrados ao lado, e em seu topo algo que se parecia com uma... antena. Aquilo definitivamente era um tipo de comunicador

Não Acabou. PT-BROnde histórias criam vida. Descubra agora