Os Mandhís

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Sob o sol qda savana africana, em meio as montanhas que ficam ao sul do rio Ubangi, muito longe do grande rio salgado, vive o povo Mandhí protegido pela grande deusa Nokuhubalwane¹.

Os Mandhís são um povo alegre, muito rico e valente, e mesmo que não tenham lutado nenhuma guerra há muito tempo, ainda eram lembrados pelos seus guerreiros.

Com características nada comuns de outras tribos, eles possuem uma pele de um ébano muito escuro, que reluz ao brilho do sol, enquanto seus olhos são de um tom amarelado, como mel de abelhas selvagens. O fato de serem tão diferentes, faz com que sejam conhecidos como Tribo da Noite e com que anciões de outros clãs, cantem lendas sobre os Mandhís, descendentes de Umveligangi e Uthalanga², e herdeiros da terra.

Vivendo da caça e da agricultura, suas casas simples, ainda são feitas da mesma forma que as casas de seus antepassados, com barro e cobertas de palhas de palmeiras, feitas de materiais encontrados ao longo da margem do Rio Ubangi.

Seus campos de milho são férteis e suas criações de cabras e galinhas são  fartas. É uma tribo é pequena, mas muito bem organizada e rica.

A Tenda Central é o coração da Tribo, é lá que fica a Grande Cadeira do Chefe e onde o Guia Espiritual fala com os deuses, e os deuses sempre guiam o povo.

Ao redor da Tenda Central, ficam as tendas dos Conselheiros. E ao redor das tendas dos Conselheiros ficam as tendas dos Guerreiros, estas são as maiores, pois os guerreiros são as pessoas mais importantes da tribo. As tendas dos demais ficam espalhadas  pelo campo aberto, e a tenda do Chefe, ao contrário do que se espera, é a mais isolada de todas, para que ele possa ter uma visão completa da Tribo.

Em frente a Tenda Central, fica a Grande fogueira, e ali são feitas as festas, as reuniões e os casamentos da Tribo, e também onde todos se sentam a noite, para ouvir as histórias contadas pelos mais velhos, enquanto as mulheres fazem bananas cozidas e assam milho.

As mulheres andam para lá e para cá, com seus pequenos amarrados nas costas, com seus panos coloridos na cabeça e suas saias amarradas de lado. Assam sementes e fazem massa de milho para os filhos que já se arrastam. Enquanto cantam lendas dos deuses elas socam farinha e moldam cerâmica com o barro do fosso. As virgens são as encarregadas de buscar a água em potes e durante a seca, são as únicas puras que podem  levar as oferendas aos deuses da montanha.

As crianças pequenas brincam soltas, com pedrinhas, arco e flecha imaginários, caçam animais de mentira e lutam guerras que nunca existiram. Os meninos maiores carregam seus cestos de coleta, cheios de frutas, sementes e materiais para novas tendas, trabalham como formigas, do nascer ao por do sol, mas sempre que podem, fogem para ouvir histórias debaixo da Grande Árvore.

Os homens da tribo caçam enquanto outros pescam.As caçadas duram dias e dias adentro da mata, e são muito perigosas, em muitos casos, alguns não voltam, porque foram picados por cobras, ou atacados por javalis, ou até mesmo devorados por hienas.

Mas caça é muito importante para tribo, é uma tradição de seus antepassados, ensinada pessoalmente por Jengi ao primeiro Chefe, e desde então, era o rito passagem principal para a vida adulta, e esperado por todos os jovens.

A tribo é isolada, mas mesmo assim todos os homens cuidam da segurança dos demais. Embora estejam em paz há muitos Chefes, os clãs sempre podiam entrar em guerra, ou pela água, ou pelo território de caça, ou pelas mulheres, e sempre deviam estar preparados.

Alguns pouco escolhidos fazem parte do grande Conselho de Guerra, e esses são os homens de confiança do Chefe.

Anciões reúnem as crianças entre si para contar histórias de seus antepassados e cantar as antigas lendas dos deuses.

O Príncipe - Saga Filho da LiberdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora