6 Am

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Harry abriu os olhos lentamente, erguendo uma das mãos até eles e coçando-os levemente. Seus lábios se abriram em um bocejo preguiçoso e ele passou o nariz sobre o local onde apoiava o rosto, que por sinal, era o peito de Draco.

Ergueu a cabeça para ter a visão de Draco Malfoy dormindo com o rosto caido para o lado, a boca ligeiramente aberta e o cabelo em um verdadeiro ninho de ratos. Draco tinha os dois braços envolvidos ao redor da cintura de Harry, quase como se o protegesse durante o sono, além de ter puxado o longo casaco para cima das pernas de Harry em algum momento depois que ele pegou no sono.

Harry continuou com o rosto apoiado contra o peito de Draco, sentindo cada vez que o peito do homem subia e descia por causa da calma respiração. Potter não entendia a grande confusão que estava acontecendo dentro de si, mas não conseguia mais impedir as borboletas de causarem um verdadeiro estrago dentro de seu estômago. Como era possível Harry ter se apegado tão rápido a uma pessoa que mal conhecia?

Traçou com a ponta dos dedos as diversas tatuagens que Draco tinha contra o peito e os braços. Elas eram tão aleatórias e misteriosas quanto o dono delas e Harry não resistiu em deixar um beijo leve e rápido contra a grande frase I have born sick, but I love it.. que Draco tinha tatuado logo no peito, perto das clavículas.

De repente, as mãos de Draco se mexeram nas costas de Harry, subindo e descendo lentamente por ela em um carinho calmante.

- Bom dia, Draco. - Harry falou rouco e baixinho enquanto via as imensidões azuis que eram os olhos de Draco se abrirem preguiçosamente.

Inconcientemente ou não, Draco abriu um sorriso doce e apertou os braços ao redor do corpo de Harry. Ergueu ligeiramente a mão esquerda para conferir o relógio de seu pulso antes de soltar um suspiro baixo.

- Bom dia, My angel.

Harry não queria, mas suas bochechas ganharam um tom avermelhado quase que imediatamente após ouvir o apelido e ele não conteve o grande sorriso que surgiu em seus lábios. Ele ainda estava grogue de sono e poderia ficar deitado sobre o corpo de Draco pelas próximas horas sem reclamar.

- Que horas são? - Harry perguntou, arrastando as palavras.

- Quase seis e meia da manhã. Nós não dormimos muito tempo, ao que parece.

Em um gesto manhoso e preguiçoso - que Harry culpou todos os acontecimentos das últimas horas e o resquício de álcool que ainda estava em seu sangue - Harry apertou os dedos contra a pele quente de Draco e sussurrou:

- Mais um motivo para ficármos deitados por mais tempo.

Draco riu, o seu peito tremendo por causa disso, e então levou as mãos até o cabelo curto e bagunçado de Harry, recomeçando a massageá-lo como vinha fazendo antes de adormecer.

- E se o elevador voltar a funcionar do nada e nos encontrarem assim aqui dentro? - Draco ergueu uma sobrancelha.

- Eu digo que você é um ótimo travesseiro.

- Hum... bom saber que sou bom apenas sendo travesseiro para o Sr. Potter do décimo quinto andar.

Foi a vez de Harry gargalhar alto, cobrindo a boca com as mãos logo em seguida. Depois daquelas horas que tinham passado ali dentro, parecia completamente estranho ouvir Draco chamando-o de "Sr. Potter".

- Não cubra a boca quando ri, Harry. - Draco resmungou, puxando a mão que Harry usava para cobrir a própria boca.

- Por quê?

Draco soltou um suspiro sonoro e não respondeu de imediato, os olhos se perdendo em uma mecha revolta do cabelo de Harry. O Malfoy levou a mão até o cabelo, enrolando-o em seu dedo antes de colocá-lo para trás da orelha de Harry.

- Porque eu gosto da sua risada. - Falou de repente, os olhos ainda focados nos cabelos de Harry.

Para Draco haviam milhares de formas de se abrir o coração para uma pessoa, algumas que demoravam anos para acontecerem, outras que levavam horas, outras minutos. E havia aquelas que funcionavam na base dos segundos, das frases ditas sem filtro, das trocas de olhares, do perfume de alguém perto de você. Aquelas formas eram as mais repentinas e destrutivas: vinham como uma onda gigante e levavam tudo que tinha pela frente, tudo isso naquele mísero segundo em que você baixou as barreiras do seu coração.

Foi naquela pequena frase que as barreiras de Draco definitivamente foram embora. A onda gigante Harry Potter estava passando, bagunçando tudo, em apenas uma risada.

- Ninguém nunca me disse isso. - Harry sussurrou, os grandes olhos verdes focados em Draco.

- Talvez porque você tenta controlar ela.

- Ronald diz que a minha risada parece um pato morrendo afogado. - Harry riu baixinho.

- Quando eu conhecer esse tal Ronald, ele vai saber o que é um Ronald morrendo afogado. - Draco resmungou, um biquinho nos lábios.

E então BUM! Aquela única frase fez todo o interior de Harry se desestabilizar. Ele ergueu o rosto do peito de Draco e ficou sentado no chão do elevador, os olhos presos no seu vizinho deitado.

"Quando eu conhecer..."

Para Harry aquilo só podia ter um significado possível: as coisas entre os dois tinham mesmo mudado depois daquele tempo que tinham ficado presos no elevador. Draco não pretendia fingir que nada tinha acontecido, nem voltar a ser o "Sr. Malfoy" para Harry.

Tudo dentro de Harry desabou de uma vez só, o seu coração disparando em uma experiência que ele nunca achava que era possível. Aquele tipo de encontro, repentino e intenso, só acontecia nos contos de fada e parecia impossível demais estar acontecendo naquele momento com Harry.

A verdade era: uma parte de Harry não queria que aquele elevador voltasse a funcionar. Aquela pequena, louca e inconsequente parte que queria continuar com Draco apenas para si, vivendo aquele conto de fadas maluco dentro de um elevador quebrado.

- Harry, o que foi? - Draco falou com um tom de preocupação claro na voz ao sentar-se. A respiração de Harry tinha acelerado sem motivo aparente e ele tinha ficado longos segundos em silêncio. - Você está bem?

Em um movimento rápido e imprevisível, Harry passou os braços ao redor dos ombros de Draco e o puxou para um beijo. Ele não sabia o que estava acontecendo quando descolou a os lábios dos de Draco e segurou o seu rosto com as mãos.

Os olhos de Draco estavam arregalados em surpresa quando Harry sussurrou em um tom completamente novo, uma ponta de desespero surgindo em cada uma das palavras:

- Só me beija. Por favor, me beije, Draco.

E Draco o beijou. O beijou como se aquele fosse o fim do mundo e, se fosse, ele não se importaria nem um pouco.

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Oioi, eai gostaram do capítulo???
Nosso querido drarry interagindo e descobrindo novos sentimentos que tem um pelo outro <3
Bjsss

JuXx

Santa Claus (Adaptação Drarry) Onde histórias criam vida. Descubra agora