Why you love me? [ EM HIATUS ]

IV

|O capítulo a seguir contém palavras de baixo calão, gestos obscenos, armas e cenas de luta.|

Reese O'Connor

Aquilo estava sendo mais insuportável do que poderia pensar, o pé de Christopher começou a fazer pressão sobre meu ombro e meu corpo começava a querer desligar.
E tenho quase certeza que aquilo não era um bom momento para desmaiar.
Me concentrei em respirar fundo, tomando um pouco de ar e passando a escutar alguma discussão que ocorria. O chute não foi tão pesado quanto pensei, mas me fez ficar alguns segundos sem pensar em nada.
ㅡ Larga de cima dela, seu merda! ㅡ a voz de Lily soava agressiva e tenho certeza que Cassidy a impedia de cometer algum crime.
ㅡ E quem vai me tirar daqui? Por acaso você? Não me faça rir. ㅡ Christopher ainda tinha seu tom divertido e revirei os olhos.
Um barulho típico de arma destravada foi ouvido e senti um arrepio na espinha. Posso ter certeza que muitas pessoas estão assim também.
ㅡ Saí de perto dela, porra. ㅡ eu reconhecia aquela voz.
Ao olhar em direção às portas, o homem de cabelos pretos de ontem a noite apontava uma arma para o que pisava em mim.
E como o esperado, Christopher riu mais ainda e deu um pisão agressivo no meu ombro. Soltei um gemido de dor e tentei me levantar, mas ainda sendo impedida.
ㅡ Ela não vale sua bala, mafioso. Aliás, ela não vale nada. ㅡ felizmente os comentários daquele sem vergonha não eram nada para mim.
Apesar de ter levado um grande tempo para aprender a ignorar suas conversas sem escrúpulos, agora não me importava com o que ele dizia sobre mim.
Mesmo que a anos atrás essas coisas me machucaram muito.
ㅡ Por isso trabalham para ela? São tão fúteis quanto sua chefinha não é? ㅡ ele não estava falando isso para Lily e Cassidy, estava?
ㅡ Qual é? Ou vão me dizer que para chegar até onde estão tiveram que fazer o mesmo esquema que a O'Connor? ㅡ não podia acreditar no que ouvia.
Se entendi bem, Christopher está insinuando que as duas mulheres estão em suas posições de trabalho por que transaram com alguém?
Por acaso ele acha que esse é o único modo das mulheres conquistarem suas carreiras?
ㅡ Repete essa porra e juro que te deixo sem pernas, caralho! ㅡ Lily parecia ainda mais em fúria e não posso mentir que eu também estava do mesmo jeito.
ㅡ Ah não, por favor, eu não quero ficar sem andar igual ao estúpido filho da Reese. ㅡ o homem falou em claro tom de deboche e aquilo foi a gota d'água.
Suspirei e sem demora peguei em seu calcanhar o tirando de meu ombro, com isso consegui fazer ele se desequilibrar, dando a oportunidade perfeita de me levantar acertando o soco mais forte que tinha em seu queixo. Ele acabou por cair com a mão cobrindo o local onde havia batido e antes que ele pudesse ter a menção de sair de onde se encontrava coloquei meu pé em seu pescoço.
ㅡ Infelizmente Williams, eu nunca me rebaixo tão facilmente. ㅡ comentei com um sorriso e tentando mover meu ombro para fazer a dor sumir um pouco.
ㅡ Tira o pé do meu pescoço, puta. ㅡ ele dizia com uma voz falhada e revirei os olhos.
Antes de outra fala sua tirei meu pé de seu pescoço e pisei com tudo em sua barriga.
Ele se contorceu no chão e me afastei dele.
ㅡ Escute aqui, seu desgraçado. Você pode falar qualquer bosta para mim, porque aceito isso. Mas se desrespeitar mais uma vez meus amigos ou minha família pode ter certeza que quem irá acertar uma bala na sua cabeça vai ser eu. ㅡ o ameacei e vi se levantar em um rápido reflexo com o punho cerrado.
Antes dele acertar minha cara, peguei seu braço e o bati contra meu joelho, ele urrou de dor e aproveitou para puxar meu cabelo para trás e dar uma cabeçada contra mim com tudo que tinha. Uma tontura me atingiu em cheio mas isso não me fez abaixar a guarda.
Mais uma vez ele tentou um soco, dessa vez no meu nariz, como ainda tinha seu braço em minha mão, usei o meu cotovelo e transferi um golpe que o fez soltar outro urro, porém mais alto.
Com essa brecha consegui lhe dar uma rasteira e me abaixei pegando sua cabeça a batendo contra o chão.
Williams apenas gritava e pedia ajuda desesperadamente.
Meu peito subia e descia pelo cansaço e foi nesse momento que notei algo escorrendo pela minha testa, a toquei levemente e meus dedos voltaram cobertos de sangue. Que maravilha.
ㅡ Você é uma merda, Reese O'Connor! ㅡ Christopher gritou com todo o ar de seus pulmões e apenas dei de ombros.
ㅡ Eu não sou mortal apenas na moda, Williams. Fique ciente disso. ㅡ o alertei e me virei em direção aos homens da máfia.
Todos tinham caras chocadas e o homem de cabelos pretos havia baixado a arma.
Endireitei minha coluna e arrumei minha roupa que tinha algumas gotas de sangue possivelmente minhas. Cocei a garganta e coloquei as mãos juntas sobre minha barriga.
ㅡ Agradeço pelo convite, senhores. Mas receio que não possa ficar para ouvir a proposta, agradeço a gentileza mas não quero me envolver com vocês.
ㅡ Espero que compreendam minha decisão. ㅡ dei um sorriso generoso e girei meus calcanhares caminhando até a saída, mas antes me voltei para eles uma última vez.
ㅡ Não ousem ir atrás de mim, minha família, meus amigos ou da minha empresa. Por que eu juro que se fizerem isso nunca mais vão enxergar a luz do dia. Apesar de não parecer, posso matar qualquer um se eu quiser. Então sugiro que tomem cuidado, estamos entendidos? ㅡ ameacei os homens que tinham as mesmas reações e sai a passos largos do lugar onde estava.
Comecei a caminhar da mesma maneira que havíamos feito para chegar até a sala e conseguia ver a porta dupla de saída não tão longe de mim.
ㅡ Anda mais devagar, The Rock. Sua capacidade de parecer o Dom Toretto nesses saltos é impressionante. ㅡ escuto o grito de Lily atrás de mim mas a única coisa que vinha em minha cabeça era sair daquele lugar.
ㅡ Você que anda lento demais. ㅡ me defendi e empurrei com as duas mãos as portas logo sentindo o vento da noite em meu rosto.
ㅡ Tem certeza que não está prestes a desmaiar? Melhor ir devagar. ㅡ Cassidy me alertou e ela não estava errada.
Desde a cabeçada sinto como se fosse cair no chão a cada passo que dava.
ㅡ Eu estou perfeitamente bem, Cassidy. ㅡ assegurei, mas como um carma instantâneo meu corpo quase colidiu com as escadas que haviam na entrada.
Por sorte as duas acabaram me segurando e suspirei fundo tentando não fechar os olhos.
ㅡ Cuidado onde pisa, Cinderela. ㅡ revirei os olhos com um pequeno sorriso.
ㅡ O chão estava escorregadio. ㅡ inventei a desculpa e as elas me ajudaram a descer as escadas.
ㅡ Vou ligar para o motorista da empresa, acho que sei em que lugar estamos. ㅡ Cassidy ainda me segurava mas pegou o celular da bolsa imediatamente discando um número.
ㅡ Sabia que gostava de lutas, mas não sabia que podia quebrar a cara de alguém daquele jeito. ㅡ a loira confessou e por fim tínhamos acabado o lance de escadas nos aproximando da fonte.
Me sentei lá e coloquei os cotovelos no joelho respirando pesadamente.
ㅡ Nunca contei sobre isso, mas minha mãe foi lutadora profissional. Infelizmente ela teve que se aposentar por conta de problemas na saúde. ㅡ Lily parecia surpresa em ouvir a história e Cassidy ainda continuava no telefone.
Mas a história que a havia contado não era a verídica. Minha mãe se afastou das lutas por quase morrer em uma de suas competições, aparentemente a luta havia sido arranjada para uma lutadora descontar seu ódio sobre minha mãe e ela acabou por quase não sobreviver.
Desde então a única coisa que ela faz é cuidar dos negócios na fazenda que minha família possui, ela diz que no começou foi difícil se adaptar, mas que agora quase não sente falta das brigas, apesar de saber que ela mente sobre isso.
ㅡ Como infernos aqui não tem sinal? ㅡ Cassidy grunhiu irritada e soltei uma risada.
Quando voltei meu olhar a mansão dela saia um grupo, o mesmo grupo de antes e bem no meio deles o homem de cabelo preto.
Estreitei os olhos e Lily virou a cabeça encarando as pessoas.
ㅡ Tem alguma arma, Lily? ㅡ pergunto e vejo ela se abaixar no chão pegando uma pedrinha cinza.
ㅡ Isso serve?
ㅡ Quem sabe se acertar na cabeça deles. ㅡ comentei e vi ela mirar acertando na cabeça de um loiro.
ㅡ Droga, não matei. ㅡ soltei uma gargalhada e vi os homens se aproximarem.
As meninas ficaram em minha frente e me levantei com um pouco de dificuldade.
O de cabelos pretos me analisou e soltou um suspiro.
ㅡ Quem é aquela pessoa que fez isso com você? ㅡ ele me perguntou sério e arqueei a sobrancelha.
ㅡ Por que você se importa? ㅡ falei ríspida e vi ele ficar irritado.
ㅡ Não gosto de brigas na minha casa. ㅡ então tudo isso era dele?
ㅡ Uma pena, infelizmente não controlamos as coisas que acabam por acontecer. ㅡ ao dizer isso ele abriu um sorriso de lado.
ㅡ Não deveria parar o sangramento? ㅡ ele apontou para a minha testa e dei de ombros.
ㅡ Não deveria dar meia volta e ir para casa?
ㅡ Infelizmente sua ameaça de morte não me afetou. ㅡ o encarei com as sobrancelhas franzidas e abri espaço entre as meninas.
Agora me encontrava de frente para ele e merda, mesmo com quase um metro e oitenta de salto ele era um cara imenso.
ㅡ Pois deveria ter afetado, posso acertar sua cara quando eu bem entender. ㅡ ao dizer isso um sorriso ladino surgiu em seu rosto.
ㅡ Eu duvido. ㅡ dei um sorriso provocativo ao ver sua determinação.
ㅡ Não duvide das minhas capacidades, mafioso. ㅡ tentei não soar ofensiva igual a Christopher e aparentemente tinha conseguido.
ㅡ Nunca duvidarei de sua capacidade. Só acho que não tem coragem de socar a minha cara. ㅡ querido...
Você não devia ter duvidado.
Sem tempo para respostas, meu punho fechou o voo em seu rosto e o acertou em cheio na bochecha.
Ele deu passos para trás e colocou a mão no canto da boca que sangrava, possivelmente meus anéis haviam feito aquilo.
Mas sua reação não foi pegar uma arma e atirar na minha cabeça, ele apenas deu uma risada e novamente ficou em minha frente.
ㅡ Nada mal, estilista.
ㅡ Obrigada, mafioso. Sua demora na defesa me ajudou nisso. ㅡ acabei por soltar uma risada também.
Foi aí que senti uma tontura imensa, andei alguns passos para trás pondo a mão na minha cabeça.
ㅡ Está tudo bem? ㅡ ele perguntou em tom um preocupado dando passos para tocar delicadamente meu braço.
ㅡ Não preciso de sua aj- ㅡ antes que minha frase pudesse ser finalizada meu corpo finalmente cedeu.
Minhas energias se dissiparam me fazendo ir de encontro com o chão.
Mas antes de sentir a queda um braço segurou minhas costas.
E a última coisa que senti foi aquele mesmo perfume de antes. Um perfume que me trouxe naquele momento tranquilidade.

Suna Rintarō

Em menos de um segundo Reese despencou sobre o chão e envolvi meu braço por suas costas, uma ponta de mim sabia que ela estava exausta, mas não sabia que tanto.
ㅡ Reese! ㅡ a amiga loira da estilista gritou ao ver a amiga desmaiada.
Sem demora passei minha mão na dobra de seus joelhos e a levantei.
ㅡ Ei seu bosta, solta ela!
ㅡ Lily!
ㅡ Olha como fala, garota. ㅡ Atsumu alertou e a mulher ficou mais enfurecida.
ㅡ Ah, cale a boca loiro de merda.
ㅡ Olha só, o sujo falando do mal lavado!
ㅡ Não me testa, se não te mato!
ㅡ Com uma pedrinha? ㅡ Atsumu perguntou divertido lembrando da pedra que o acertou no meio de nosso caminho.
A loira iria avançar mas foi impedida por uma ruiva.
ㅡ Lily, não comece! Temos que cuidar da Reese. ㅡ ao a ruiva dizer isso Lily suspirou e se endireitou.
ㅡ Sem ofensas. Mas o que vamos fazer agora? ㅡ a mulher mais calma perguntou.
Joguei Reese para perto de mim a segurando mais firme e apontei para a garagem.
ㅡ Peguem os carros, vamos para o hospital. ㅡ ordenei aos meninos que saíram em disparada.
ㅡ Akaashi, Kenma e Sakusa cuidem dos negócios aqui. São os mais calmos para isso. ㅡ disse aos três que concordaram e seguiram até a mansão.
Porém antes disso Sakusa colocou uma mão no meu ombro.
ㅡ Aposto que assim que a estilista acordar ela te dá um tapa na cara. ㅡ ele disse arrumando a máscara e revirei os olhos vendo o mesmo finalmente sair.
ㅡ Kuroo e e Atsumu levem as meninas com vocês.
ㅡ Epa, epa. Eu vou no mesmo carro que você, espertinho. ㅡ Lily se pronunciou e suspirei fundo.
ㅡ Eu não vou fazer nada com a Reese, garota. ㅡ antes que ela pudesse protestar a ruiva toca em seu ombro.
ㅡ Para não haver confusão, mande um deles dois dirigir e Lily vai ao lado, eu posso ir com qualquer um. ㅡ ela se pronunciou simples e escutei um suspiro atrás de mim.
ㅡ Será que se eu pedir ela em casamento vai ser um exagero? ㅡ Kuroo sussurrou e segurei um sorriso.
ㅡ Vai ficar bem sozinha?
ㅡ Eu acompanho ela, não se preocupe. ㅡ Kuroo saiu de trás de mim e ficou ao lado da ruiva.
Lily suspirou e passou os dedos pelo cabelo.
ㅡ Se fizer algo com ela, você está morto. ㅡ Lily ameaçou e caminhou até o meu lado.
ㅡ O carro vai demorar? ㅡ ao ela dizer isso uma frota de carros apareceu e um parou bem em minha frente.
ㅡ Está bem aí, atiradora de pedra. ㅡ Atsumu disse com um toque divertido e a loira lhe mostrou o dedo do meio.
Ela caminhou até o banco da frente e ao entrar bateu a porta com força.
ㅡ Essa aí é mais dramática que meu irmão. ㅡ Atsumu comentou e abriu a porta do banco de trás para mim.
Com certa dificuldade me sentei no centro do banco e me certifiquei que Reese estava bem, ao olhar para ela a mesma tinha algumas mechas de cabelo no rosto e os óculos batiam em meu peito.
Arrumei os fios caídos e peguei seu óculos o dobrando entregando para Lily. A cabeça de Reese tinha um rastro de sangue e suas roupas continham algumas gotas respingadas.
Sem movimentar muito a mulher em meus braços consegui tirar meu terno e o colocar sobre ela, a enrolando. Quando fiz isso fui até seus pés e tirei os saltos pretos, ao ter eles em mãos percebi que o carro já andava e os dois na frente não paravam de discutir.
Observei a cacheada em meus braços e lembrei daquela cena de luta, apertei seus saltos em minha mão com ódio. Ela era forte, valente e estratégica, mas não importa quem seja.
Quem mexer com ela, não vai se safar tão fácil assim.

Iai pessoal, faz alguns capítulos que não falo nada kdkd. Mas agradeço a todos, todas e todes que estão acompanhando a história.

E se puderem, comentem e votem. Gosto de ver os surtos da galera nos comentários kdkd (inclusive, muitas vezes essa é minha realidade).

Não tenho uma ordem certa de postagens por conta da minha volta às aulas, mas vou tentar escrever um capítulo por dia.

Enquanto o próximo capítulo não vai ao ar, se cuidem aí, galera. 💗