Why you love me? [ EM HIATUS ]

V

|O capítulo a seguir contém palavras de baixo calão e drogas lícitas.|

Reese O'Connor 

Aos poucos meus olhos se abriram me dando visão de um teto branco, olhei aquilo confusa e apoiei meus cotovelos em algo como uma cama, olhando ao meu redor tudo estava embaçado mas tinha quase certeza que era um hospital. Soltei um suspiro e tentei me mexer, mas senti algo me perfurar, olhei para meu braço e havia um fio preso a minha veia, encarei até onde o fio iria e ele levava para dois soros ainda na metade.
ㅡ Finalmente acordou, estilista. ㅡ uma voz ressoou me fazendo dar um pulo.
Olhei para o meu lado e vi a silhueta do mafioso sentado em uma poltrona ao lado da minha cama.
Revirei os olhos e me recostei colocando meu braço de lado.
ㅡ Olá, inconveniente. ㅡ respondi com um sorriso e posso ter certeza que ele arqueou a sobrancelha.
ㅡ Esperava no mínimo um "obrigada por me trazer ao hospital e não me deixar inconsciente no chão". ㅡ o olhei com uma sobrancelha franzida.
ㅡ Nunca te pedi para me ajudar. ㅡ disse séria e ele deu de ombros.
ㅡ De qualquer forma não podia deixar um corpo jogado perto da minha fonte. ㅡ depois de sua resposta tirei meu pé das cobertas e lhe dei um chute.
Ele se surpreendeu com a cena e me olhou confuso.
ㅡ Você gosta de me bater, não é? ㅡ o olhei com um sorriso e dei de ombros.
ㅡ Já te falei, você demora na defesa, mafioso.
ㅡ Eu tenho um nome, sabia? 
ㅡ Sim, mas infelizmente não me importo. ㅡ na verdade, até gostaria de saber seu nome.
O chamar de mafioso e homem de cabelo preto é um tanto estranho.
ㅡ Não precisa me machucar desse jeito. ㅡ o mesmo fingiu se sentir magoado pondo a mão no coração e rolei os olhos.
ㅡ Calma, bebezinho. Não se ofenda com tão pouco. ㅡ comentei sorrindo e vi ele abrir um pequeno sorriso.
Ou era isso, ou minha miopia estava me pregando uma peça.
ㅡ Sou Suna Rintarō. ㅡ ele me estendeu a mão e a encarei. 
O homem usava algo como anéis e tinha o começo de uma tatuagem, uma cobra talvez? 
Passei alguns segundos olhando sua mão até decidir apertar a mesma. 
ㅡ Está vendo? Eu não mordo. ㅡ um sorriso convencido iluminou seu rosto e levantei as sobrancelhas.
ㅡ Claro que não morde, você parece um coelhinho inofensivo. ㅡ o provoquei lhe dando um sorriso do mesmo estilo e o vejo me lançar um olhar desafiador.
Ele então puxou minha mão e se levantou deixando nossos rostos incrivelmente próximos um do outro.
Admito que não enxergava muito bem sem meus óculos, mas mesmo sem conseguir vê-lo completamente seu hálito de menta me fez ficar um tanto nervosa. 
Senti o seu olhar durante alguns segundos enquanto levemente desviava minha atenção para alguma outra coisa.
ㅡ Está com vergonha de me encarar? Engraçado que não teve essa vergonha quando socou minha cara. ㅡ sua voz estava baixa e incrivelmente grossa.
Tentei não mostrar reação ao olhar novamente Suna.
ㅡ Você é um borrão, Suna. Por que eu iria te encarar? ㅡ perguntei como se fosse óbvio e vi sua silhueta sair de perto de mim e puxar algo de uma mesa ao lado da minha cama.
Ele me estendeu a coisa e ao olhar de perto vi que eram meus óculos.
Suspirei e os peguei, podendo finalmente enxergar as coisas claramente.
ㅡ Sabe realmente como quebrar um clima, O'Connor.
ㅡ Felizmente nunca tive muitas chances de paquerar no colégio. ㅡ confessei vendo ele se sentar novamente.
ㅡ Onde estão Lily e Cassidy? ㅡ perguntei percebendo que elas não haviam chegado no quarto ainda.
ㅡ Estão na lanchonete do hospital bebendo café, ainda estamos na madrugada e elas queriam se manter acordadas. ㅡ concordei com a cabeça.
ㅡ E por que você não foi com elas? 
ㅡ Tenho dificuldades de dormir, ao menos por agora isso ajudou já que fiquei de olho em você.
ㅡ Eu não sou uma criança sabia? 
ㅡ Tem a altura de uma. ㅡ o encarei chocada. 
A culpa não era minha se ele tinha quase dois metros de altura.
ㅡ Eu tenho mais de um e setenta! 
ㅡ As crianças hoje em dia são gigantes. ㅡ ele comentou com ar inocente e estava pronta para o chutar de novo.
Mas no mesmo momento a porta se abriu e me virei para ver quem era.
Eram Lily e Cassidy acompanhadas de dois homens.
ㅡ Reese! Você acordou! ㅡ Cassidy tinha um café em mãos e veio saltitando me abraçar.
Sorri com a cena e a acolhi em meus braços.
ㅡ Traíra, disse que mandaria mensagem se ela acordasse. ㅡ Lily reclamou com Suna que deu de ombros entediado.
ㅡ Me deu preguiça. ㅡ Lily revirou os olhos e Cassidy parou de me abraçar dando espaço para Lily.
ㅡ Meteu um susto em todo mundo, chefinha. ㅡ ela comentou divertida também me abraçando.
Retribui e dei tapinhas em suas costas.
ㅡ Também senti sua falta. ㅡ respondi sorridente e ela se afastou indo se sentar em um lado da cama.
ㅡ Você está bem? 
ㅡ Ela está sim, tão bem que me deu um chute. ㅡ Suna comentou e contive um riso.
ㅡ Acertou a cara? ㅡ um loiro me perguntou e balancei a cabeça em discordância.
ㅡ Infelizmente não.
ㅡ Que saco. Apostei com Kuroo que quando você acordasse ia chutar a cara dele.
ㅡ E você perdeu a aposta, Atsumu. ㅡ um homem com uma mecha no olho estendeu a mão ao loiro que lhe entregou o dinheiro em má vontade.
ㅡ Se quiserem chuto ele agora. ㅡ sugeri e vi alguns sorrisos se abrirem. 
ㅡ Chuta! ㅡ Lily e Atsumu falaram ao mesmo tempo.
ㅡ Lily! ㅡ Cassidy a alertou e Kuroo apenas soltou uma risada.
ㅡ O que? Gosto de ver a Reese batendo nas pessoas. ㅡ todos ali soltaram gargalhadas e Cassidy balançou a cabeça 
No mesmo instante uma pergunta me surgiu na cabeça. 
ㅡ Minha irmã e meu filho sabem que estou aqui? 
ㅡ Não sabem, nós contamos a sua irmã que você está passando a noite na empresa. ㅡ Cassidy explicou e balancei a cabeça.
ㅡ Agora nós não fazemos ideia de como vai explicar sobre essa faixa na sua testa. ㅡ ao Lily dizer isso levei meus dedos ao lugar que estava machucado e senti que havia sido enfaixado.
ㅡ Não tem problema, eu digo que foi em uma das lutas na academia. ㅡ ao perceber o que disse arregalei os olhos. 
Nada discreta, Reese.
ㅡ Academia? ㅡ Cassidy questionou e fiquei calada. 
ㅡ Você por acaso luta? 
ㅡ O que? Eu? Lutar? Nunca escutei algo mais ridículo. ㅡ disse e certamente minha fala saiu com um tom cínico.
Eu não tinha essa facilidade em combate apenas por ter minha mãe, algumas vezes ao mês eu treino na academia de lutas no centro da cidade. A única pessoa que sabia disso era minha irmã, não esperava contar isso para elas.
ㅡ Claro, claro... ㅡ Lily fingiu concordar cruzando os braços.
ㅡ Já pode sair, coelhinho. Não precisa mais ficar aqui. ㅡ direcione minha fala a Suna e abanei as mãos como o expulsando da sala. 
Ele apenas me olhou com um sorriso torto e se acomodou na poltrona.
ㅡ Felizmente não tenho nada mais importante para fazer agora. ㅡ o encarei séria e ele mexeu os ombros divertido. 
ㅡ Vaza daqui, se não te expulso a pontapé. ㅡ Lily ameaçou apontando para Suna.
ㅡ Não vai jogar uma pedra na cabeça dele? ㅡ Atsumu comentou e vi Lily se levantar quase dando um tapa no loiro.
ㅡ Para com essa merda!
ㅡ É bom demais para esquecer. 
ㅡ Eu aguentei isso toda a hora, ainda bem que você acordou. ㅡ Cassidy confessou próxima a mim e soltei um riso anasalado. 
ㅡ Devo imaginar. 
Olhei para Suna e ele contemplava o nada girando seus anéis, suspirei fundo e o cutuquei com meu pé. No instante ele se virou e respirei fundo. 
ㅡ Pode ir para casa, eu estou bem. ㅡ tentei o tranquilizar e mostrei um sorriso sincero.
Ele parecia pensar bastante antes de falar, como se quisesse achar as palavras certas.
ㅡ Tem certeza que não se sente mal? 
ㅡ Tenho. ㅡ respondi confiante e sem hesitar ele se levantou da poltrona arrumando a blusa de botão.
ㅡ Tome cuidado lá fora, Reese. Não vou te trazer para um hospital de novo. ㅡ ele estendeu a mão me mostrando um punho fechado.
Fechei meu punho também e bati contra o seu.
ㅡ Tome cuidado também, seu senso de defesa é péssimo. ㅡ falei sorrindo e vi ele desfazer um pouco sua cara séria.
Agora definitivamente não era minha miopia brincando comigo.
Suna então saiu do quarto com as mãos no bolso sendo seguido por Atsumu e Kuroo, porém antes de sair, Kuroo se voltou para Cassidy.
ㅡ Te vejo por aí, Cassidy. ㅡ ele disse com um sorriso e ela se contentou em balançar a cabeça também sorrindo.
Quando ele deixou a sala olhei para Lily chocada.
ㅡ Você sabia?!
ㅡ Desde antes do hospital, o flerte deles não é nada reservado. Igual ao seu. ㅡ a olhei confusa com sua última frase.
ㅡ Como? 
ㅡEsquece. ㅡ ela disse risonha e ao olhar para a ruiva ela sorria para o telefone.
ㅡ Não vai se defender? 
Ela passou alguns segundos quieta e apontou para Lily.
ㅡ Ela gosta do Atsumu.
ㅡ Eu tenho vontade de matar aquele homem! 
ㅡ Não é o que seu olhar diz. ㅡ Lily então se levantou e começou a discutir com Cassidy.
Encarei para aquilo divertida e foi nesse momento que senti algo esquisito.
Olhei para o lado oposto onde Lily estava sentada e lá se tinha um terno, peguei ele delicadamente sentindo um cheiro de perfume forte. Um perfume que sabia exatamente a quem pertencia. Revirei os olhos ignorando aquilo.
Mas mesmo fazendo isso, ainda mantinha o terno sobre minhas coxas.