falling sweetly

sugary love

Hwang Hyunjin nunca fora desconhecido, nunca passava despercebido e nunca reclamava da atenção que lhe era entregue.
Pelo contrário, ele agia como se fosse natural te-la, necessária, até.

Hwang Hyunjin não era odiado, não era temido e nem desrespeitado.
Ele era tão carismático nos seus trejeitos que até mesmo seus rivais naturais ainda assim se espelhavam nele. Ele era simplesmente amado, desejado, idolatrado, desde seus amigos até suas fãs. Eram poucas as pessoas que não se encaixavam entre uma dessas duas definições.

Eu, por mais inútil que fosse, fingia não pertencer a nenhuma delas, mas era secretamente a segunda e desejava ardentemente ser da primeira.
Mas eu não poderia, não ousava me permitir.

Pessoas como ele não se apaixonavam por pessoas como eu.

Pessoas como eu não deviam se quer se interessar por pessoas como ele.

Pelo menos, não por muito tempo, eu sabia.

O fato de eu tentar a todo custo evitar o garoto não mudava o fato de que ele sempre fora o melhor e sempre chamava a atenção sendo o melhor.

Nos estudos, nos esportes que se aventurava e até mesmo no amor.
Isso, é claro, não me ajudava, nem á minha obsessão.

Ver ele ser tão bom em tudo e com todos, e não poder chama-lo de meu, não poder presenciar de perto, viver essas experiências e vitórias junto com ele..

Eu desejava, como um tipo de resposta não tão secreta, ser o melhor também. Não só para ter a sensação de me igualar ele, para me dar (nem que por um segundo) a sensação de merecimento da sua atenção, não era apenas isso; mas era também para sentir, nem que por um mísero segundo, a sensação de supera-lo em algo. Por uma vez que fosse.

Seria uma grande ilusão da minha parte, para ser honesto.

Demorou para eu descobrir que ele também se achava em uma grande ilusão.

Talvez tivesse sido isso que chamou a atenção dele para mim: o desejo incansável e incessante de melhora, o sentimento (na mesma intensidade e forma) de incapacidade. Era isso que nos fazia tão compreensivos um com outro, isso que nos fazia combinar.

Era a incapacidade que nós sentíamos em nós mesmos que nos mantinha seguindo em frente.

Mas no fim, não deixava de uma autodestruição.

O amor que Hyunjin sentia e distribuía, eu iria descobrir, era doce. Doce como açúcar, refinado, limpo, claro...

O problema é que sempre há algo mais doce, que anula o sabor do açúcar anterior. O sabor que até então era o melhor e mais doce que você poderia ter provado... Até provar o próximo. E o próximo. E o próximo.

E, Deus, ele não havia dificuldades em sempre achar algo novo. Algo mais doce. Algo melhor.

Eu sabia, desde o início.

Era sempre o que ele procurava, desejava, precisava. E sempre procuraria, desejaria e precisaria. Eu devia saber.

Meu amor por ele, por outro lado, sempre fora algo natural, simples; ele vinha fácil, quase tanto como respirar.

Até ficar difícil respirar sem ele.

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- Qual o seu problema? - ouvi a voz com o leve sotaque atrás de mim dizer. Fingi para mim mesmo não saber exatamente quem era o dono daquela doce e marcante voz.

Mentiroso. Eu não passava de um mentiroso.

- O que eu deveria ter á seu favor?- perguntei, me virando, ignorando completamente o professor de literatura que com certeza estava se arrependendo de ter proposto a didática de debate sobre o conto naquele exato momento.