candied confession

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- Para de brincadeira Hyunjin, isso não tem graça. - eu disse, chocado, incrédulo.

- Eu não estou brincando! - seu tom de voz era tão sério que me fizera questionar tudo o que eu sabia sobre o garoto a minha frente e os boatos sobre sempre estar brincando com o sentimento de alguém.- e eu não queria ser sua próxima brincadeira.

Porque por mais que tentasse duvidar, evitar e fingir, meus sentimentos por ele estavam ali, inquietos, alvoroçados e avermelhando minhas bochechas (e possivelmente o meu rosto inteiro).

- Eu realmente gosto de você, Felix, intensamente, e tão incessantemente que as vezes fico sem ar! Todas as vezes que olho pra você sendo tão teimoso quanto eu, me desafiando e debatendo tudo que penso e digo, fico questionando minha sanidade porque eu duvido que é normal gostar tanto de ser provocado e de provocar alguém! E eu nem vou falar da vontade de sorrir que eu tenho toda vez que vejo você sorrindo com os outros, e o quanto eu odeio que esse sorriso nunca foi para mim! E eu admito que não sou a pessoa mais inteligente quando o quesito é expressar esses sentimentos, mas essa foi a única forma que eu encontrei de me expressar sem machucar meu ego estúpido, e ainda assim conseguir um pouco de sua atenção! Então aqui estou eu, depois de três meses e dezesseis dias desde aquela primeira briga mesquinha, te pedindo desculpas por tudo o que eu falei e fiz, e finalmente te demonstrando isso que nem gente! E eu também vou entender se você quiser me ignorar pelo resto do ano letivo mesmo assim, é seu direito, mas eu precisava extravasar tudo isso! - ele diz, sem pausas, sem respirações, completamente exasperado e desesperado, impulsivo.

Um. Dois. Três. Quatro. Cinco. Cinco segundos se passaram e eu prosseguia perplexo, sem reação qualquer, tentando lentamente entender os nossos sentimentos e atitudes. Mas naquele cômodo fechado que parecia cada vez diminuir mais, na sua frente, eu não conseguia pensar direito, agir direito.

- Desculpa Hyunjin... Eu preciso de tempo. - corri para a porta torcendo que atrás dela estivesse um Jisung fuxiqueiro á ouvidos e pronto para abri-la, mas ao mesmo tempo odiando a possibilidade de ele estar sabendo o que tinha acontecido.

Não consegui decidir se era bom ou não a tempo antes de descobrir que a porta estava de fato destrancada quando corri até ela, e não me dei o tempo para decidir enquanto corria o mais longe possível do rapaz que gostava.

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Uma semana. Uma semana desde aquela coisa toda com o Hyunjin, e uma semana que eu o evitava como se ele fosse o próprio diabo encarnado.
Uma semana desde que as aulas eram silenciosas, calmas e pacíficas. Uma semana desde que olhares nos eram lançados, como se nos questionando e instigando a interagirmos, mesmo que fosse por meio de gritos. Os mesmos olhares que antes me perfuravam apenas por falar, agora confusos e surpresos que não havia mais brigas para presenciar.

uma semana em que eu passava agonizando e me torturando em pensamentos que gritavam para eu tomar alguma porra de atitude. eu não sabia se devia correr para me proteger ou se devia correr para ele, aceitando seu amor, mesmo que pudesse resultar em um eu machucado e traumatizado.

Apesar de Hyunjin não se aproximar de mim durante essa semana, seus olhares se prolongavam em mim, e eu tinha a teoria que ele estava usando minha ansiedade para corroer meus pensamentos.

Eu definitivamente tinha que fazer algo.

- vamo Felix, chora as pitangas logo. - eu acordo dos meus pensamentos ao ouvir voz de Bangchan me chamando.

- que? - eu pergunto, confuso com que ele queria dizer.

- ta claro que você tá numa crise existencial faz uma semana, eu tava esperando você se sentir confortável e vir desabafar por vontade própria, mas como não aconteceu e você não para de olhar pro nada com cara de cachorro que caiu da mudança, te tirei o direito de livre arbítrio. vamo, despeja o que ta te incomodando! - ele cruza os braços, esperando pacientemente eu abrir a boca.

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