Hipnose

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Quando Seungmin voltou para o castelo encharcado, tremia de tanto frio que sentia. Talvez estivesse se sentindo melhor se Hyunjin não tivesse ido embora após dizer "Até que a morte nos separe". Certo, ele disse aquilo, mas como o príncipe deveria começar a pensar a partir dali? Negando a fuga ele também acabou rejeitando a chance que tinha de se livrar do casamento e de ficar com a pessoa que realmente amava. Certamente receberia muitos sermões de Jisung e Felix se eles soubessem daquilo.

Após muito esforço, ele conseguiu adormecer — depois de um banho quente e silencioso, onde ele repensou tudo o que falou — e teve um pesadelo sobre o que mais o assombrou naquela madrugada. Seus pais. O rei e rainha de seu reino. Reino este que ele teria que governar e sabia que não teria como evitar ou fugir. Ele adoraria tomar o trono, mas ao lado de Hyunjin. Seungmin tinha certeza que ele e o Hwang teriam muitas novas ideias que beneficiariam a todos.

Ele iria quebrar todas as tradições que não gostava, por exemplo, os contratos de união dos reinos. Claro que haveria, mas não envolvendo ações tão repugnantes quanto os casamentos por interesse.

Ele teria coragem se Hyunjin estivesse ao seu lado.

Ele vai estar, mas não do jeito que Seungmin queria.

Ele resmungou quando lembrou de todos os eventos, bailes e festas em que o duque é um convidado tão importante quanto o rei. E mesmo antes da coroação e das trocas de cargos, ele ainda seria o príncipe e Hyunjin o lord, assim sendo, ainda continuariam se esbarrando pelo palácio.

Ele sabia que iria machucar muito estar ao lado do Hwang e não poder entrelaçar as suas mãos na frente de todos. E para piorar, se Hyunjin começasse a rejeitá-lo, ele sentiria um aperto no peito mais forte do que a sua vontade de chorar toda vez que fosse o ver nos arredores do palácio.

Faltava muito pouco para o dia da cerimônia chegar e aquilo o sufocava cada vez mais. A cada instante se lamentava porque sabia que não se despediria de Hyunjin da forma que tanto queria e desejava.

De manhã, ele não quis sair da cama. Estava sentindo frio, seu nariz estava gelado como um iceberg e vermelho como uma cereja. Nem a cara engraçada do mordomo o fez rir ou se sentir bem. Estava de coração partido e com resfriado. Tomou o café da manhã sentado em seu colchão enorme e, na hora do almoço, foi obrigado a se levantar e acompanhar seus pais na mesa.

Comeram em total silêncio e antes de se retirar de seu aposento, Sungsoo ordenou ao 'mordomo cara achatada' para falar com o feiticeiro a fim de curar o resfriado de Seungmin o mais rápido possível. O príncipe, quando teve a certeza que seu pai já estava longe, se levantou da mesa a contragosto e tomou a frente do empregado, dizendo que ele mesmo iria procurar por Minho.

A primeira coisa que ele percebeu quando chegou em seu destino foi que a sala do Lee parecia bem mais gelada que o normal.

— Uma abelha te picou? — O feiticeiro perguntou, encarando o nariz vermelho do Kim.

— Quem dera fosse isso. — Resmungou. — Eu fiquei tempo demais na chuva.

— E precisa de remédio, correto? — Recebeu um aceno em concordância. — Sempre me pedem coisas tão simples, meu trabalho nem requer tanto esforço...

— Quer fazer algo maior? Me faz voltar no tempo. — Disse o mais novo sugestivo.

— Que mau-humor… — Resmungou Minho. — O que você estava fazendo na chuva?

— Você só não pode me dar o remédio para eu poder ir embora? — Questionou Seungmin impaciente.

— Não fale assim comigo! — Exclamou. — Eu cuidei de você por um bom tempo e você nunca ficou doente, por que agora?

Pedrinhas Sobre a Ventana - Hyunmin/SeungjinOnde histórias criam vida. Descubra agora