Seungmin se sentia um idiota em boa parte do tempo. Ele sabia que o peso da culpa cairia sobre si, porém não esperava que fosse em um momento como aquele. O sentimento veio à tona justamente quando o príncipe notou que aquela era a sua primeira e última vez com Hyunjin. Ele notou enquanto o filho do duque dizia-lhe juras de amor como se fosse a última vez que teria coragem para fazê-las.
“Amo você acima de qualquer ideologia, egoísmo ou vontade.”
Seungmin lembrou-se dos votos de casamento naquele instante. Havia direcionado-os para Hyunjin prometendo amá-lo até a morte e reforçando que nada os separaria, mesmo que soubessem que ficariam longe um do outro para sempre. Era como uma linha invisível que os conectava e que se recusava a desfiar e romper.
Um pouco antes do amanhecer, Hyunjin também quis dizer os seus votos.
"Não prometo resolver todos os seus problemas, mas posso prometer que não irá enfrentá-los sozinho. Viva comigo, ria comigo, faça amor comigo, e serei seu companheiro para sempre. Prometo admirar seu jeito de ser, porque é isso que o torna único e maravilhoso.", acariciou os fios do rapaz e suspirou. "Eu diria isso em nosso casamento."
Seria bobo se o futuro duque confessasse que havia ensaiado aquilo incontáveis vezes, enquanto imaginava segurar as mãos do príncipe no altar, prometendo amá-lo durante toda a eternidade.
O Hwang acabou adormecendo sem perceber e, Seungmin, do contrário, havia perdido qualquer resquício de sono. Ele não queria dormir porque pensava que quando fosse abrir os olhos novamente, estaria em outra realidade, a qual ele não gostava. Seguindo isso, ele foi obrigado a se desvencilhar dos braços do mais velho e se vestir para voltar ao seu aposento.
Doeu ir embora porque ele sabia que aquilo nunca mais iria acontecer. Ele e Hyunjin não existiria mais. O "juntos" seria apenas um termo para acordo de negócios futuros e o "para sempre" seria uma promessa tola que crianças costumam fazer. Não queria se sentir aliviado, pois ao mesmo tempo em que tinha dito o que estava entalado na garganta, sentia que não havia sido o suficiente.
"Obrigado. Filho do duque, tu cumpriste a sua promessa e me mostraste o que é o amor da melhor maneira possível. Você pode me odiar a partir de hoje", e fez uma pausa dramática, tentando encontrar algo nos olhos escuros do outro. "Peço desculpas pela covardia e sinto muito por ter rejeitado a sua proposta. Você sabe que eu faria de tudo para que continuássemos juntos, menos abandonar o reino."
Hyunjin sorriu, mas não pelo agradecimento e pedido de desculpas, muito menos pelo momento de êxtase, sorriu porque percebeu que além de Seungmin, ele também havia conhecido o amor. Tudo à sua volta não fazia mais sentido algum. O seu 'padrão' do dia-a-dia foi esquecido e todas as caminhadas noturnas pela floresta sozinho também se tornaram irrelevantes. Embora tivesse se divertido durante um bom tempo, só conseguia pensar no quanto foi sortudo por poder se aventurar com o príncipe.
Em tese, Hyunjin achava que se aventurar não era a definição certa para descrever o que teve com Seungmin. Era frustrante ter consciência de que aquele sentimento não desapareceria tão fácil, porque não havia sido um amor passageiro. Desde pequeno, gostava da presença do Kim e desde as corridas pela ponte, o seu coração palpitava por ele.
Hyunjin sorriu porque durante quase toda a sua vida ele se sentiu vivo e esperançoso justamente porque conhecia Seungmin.
[...]
— Os guardas me disseram que saiu de madrugada e voltou quase ao amanhecer. Aonde foi? — Questionou Bitna, que estava em pé ao lado da enorme cama de seu filho. Ela tinha as mãos entrelaçadas na frente do corpo e uma expressão indecifrável.
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Pedrinhas Sobre a Ventana - Hyunmin/Seungjin
FanfictionEm 1889, os reinos costumavam tratar casamento como um ato obrigatório, principalmente o rei e a rainha. Seungmin era um dos príncipes mais disputados entre os reinos, ele era o centro do universo e uma isca para a monarquia. Se casar aos vinte anos...