Entro correndo dentro no hospital,sinto as solas dos meus sapatos arranharem o piso de vinil. A recepção está lotada por familiares de pacientes, todos movendo em câmera lenta.
Vou abrindo caminho pela multidão aos empurrões. Ombros batendo em ombros, gente esbarrando em mim de todos os ângulos, gritos furiosos me seguindo enquanto avanço a força entre os corpos.
— Calma ai! - alguém me segura pelo braço. Dou meu volta, já pronto para empurrar a pessoa, e me vejo cara a cara com a doutora Azley uma velha amiga de minha família -Bailey você precisa esperar aqui. A emergência está lotada e tem uma paciente nessa sala.
Arranco o braço, mas ela bloqueia minha entrada.
— qual é o problema? - pergunta - não está se sentindo bem? Senta aqui, e vamos ver se eu posso te ajudar.
Dou um involuntário passo para trás.
— me deixa entrar- peço ofegante - pelo amor de Deus eu preciso...
— você tem que esperar aqui. Uma moça acabou de sofrer um acidente e a enfermeira sarah está cuidando disso no momento.
— é shivani...
— O que?
— minha namorada!
Sua expressão se transforma
— Ah meu Deus, Bailey, ela vai ficar bem. Ela desmaiou mas não caiu de muito alto.
— Por favor, me deixe ver ela!
— senta aí um minuto vou falar com a enfermeira.
A doutora azley desapareceu na enfermaria. Sento numa das cadeira plásticas e aperto o punho na boca , os pulmões implorando por ar.
Minutos depois a doutora aparece e fala que shivani está bem, só um pouco machucada e em um leve estado de choque.
Finalmente me deixam vê-la . Ela está na pequena antessala de paredes brancas, sentado numa cama, o corpo jogado em almofadas, um cobertor verde-limão puxado sobre o colo. A manga de sua blusa enrolada, revelando o braço fino e pálido.
Um band-aid cobre o cotovelo. Os sapatos também foram tirados e as pernas nuas então penduradas do lado da câmera, uma gaze branca cobre o joelho.
Os cabelos castanhos soltos caem sobre os ombros. Seu rosto não tem uma gota de cor, a mancha de sangue seco e rachado no pequeno corte na maçã do rosto. Olheiras roxas sublinham os olhos vazios , e bordas vermelhas.
Ela não sorri ao me ver: a luz do seu rosto se apagou.
Recuo depressa, precionando a palma suada na parede fria atrás de mim.
— o que foi? O que aconteceu?
Elas pisca algumas vezes e estuda meu rosto com um ar de cansado por um momento.
— nada grave, eu estou bom...
— Me c-conta o que aconteceu, shivani! - minha voz tem nervosismos que não consigo esconder.
— eu desmaiei enquanto descia as escadas. Estava desidratada pois não havia tomado café da manhã.
— o que foi que a enfermeira disse?
— que eu estou bem. Que não deveria pular as refeições. Ela quer que eu faça alguns exames para uma suposta contusão, mas não há necessidade. Minha cabeça não está doendo
— ela acha que você desmaiou por que não tomou café? -começo a levantar a voz - mas isso é um absurdo! Você nunca tinha desmaiado e quase nunca toma café!
Ela fecha os olhos, como se minhas palavras estivesse ferindo.
— Bailey, eu estou bem. Sinceramente! Mas será que dá pra convencer a enfermeira me deixar ir embora? Tenho mais o que fazer. - ela torna abrir os olhos novamente.
— não seja ridícula! Vou levar você pra casa agora mesmo.
Ela esboça um sorriso e eu me sinto como se estivesse caindo.
— obrigada.
Converso com a enfermeira e finalmente consigo a liberação.
Saio do hospital com shivani e a acompanho até meu carro. Depois de entrarmos no veículo foi partida e saio do estacionamento do hospital.
Sinto que estou esquecendo de alguma coisa... ou de alguém.
Merda! A Alice!
— Droga - bato as mãos no volante.
— o que aconteceu? - shivani me encara confusa.
— a Alice... - percebo o olhar de shivani se tornar triste novamente - quando o hospital me ligou falando que você tinha sofrido um acidente eu não pensei duas vezes e sai do restaurante correndo deixando ela lá sozinha.
— ah... desculpa.
— Não, a culpa não é sua jujuba - suspiro - mais tarde eu falo com ela.
— obriga por ir me buscar, josh não estava atendendo o celular...
— não precisa agradecer.
O resto do caminho foi-me silêncio e quando eu menos percebi já estava parado na frente da casa dela.
— tem certeza que não quer companhia?
— tenho, vá se resolver com a Alice. Eu já estou bem - diz shivani enquanto tira o cinto.
— se passar mal de novo me liga.
— ok - ela abre a porta - tchau Bailey.
— Tchau shiv.
Por fim ela sai do carro e eu sigo meu rumo.
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Same vibe✨✨✨✨✨✨✨✨✨
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