Prólogo.

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     Todos comiam tranquilamente no salão principal da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.
     Alunos e professores conversando com casualidade, tanto os estudantes quanto os profissionais da educação mágica se preparando para mais um dia de aulas. Então, repentinamente, Alvo Dumbledore, atual professor de transfiguração naquele ano de 1936, engasgou e levou as mãos a garganta, os olhos cintilantes arregalados.
     -- Alvo? -- Helena Call, que ensinava herbologia e estava mais próxima do homem, se inclinou cautelosamente na direção do colega, pousando a mão em seu ombro e franzido a testa, preocupada. -- Está tudo bem? Quer que eu chame Madame Agla?
     Dumbledore abriu a boca, provavelmente para responder, mas uma crise de tosse o impediu. Suas mãos apertaram mais fortemente o pescoço, enquanto ele arfava como se sufocasse, um filete de sangue escorreu lentamente de seus lábios entreabertos. Todo seu interior queimava, como se seus órgãos e ossos estivessem cozinhando, sua vista estava embaçada por causa das lágrimas de angústia e todas as suas vias respiratórias pareceram terem sido lacradas. Seu cérebro atordoado não conseguiu processar alguém mandando a enfermeira da escola ser chamada, ou os alunos agitados e assustados, muito menos os outros professores nervosos e sem reação se aglomerando ao seu redor.
     Houve apenas uma coisa que conseguiu distinguir, antes da vida se esvair totalmente do seu corpo: o homem parado num canto do salão, despreocupadamente encostado na parede e sorrindo cordialmente para si, os olhos esmeralda brilhando de regozijo cruel, uma taça de vinho numa das mãos. Quando seus olhares se encontraram, ele ergueu a taça num cumprimento repleto de escárnio e bebericou o líquido elegantemente, antes de piscar um dos olhos para o corpo a beira da morte e sair silenciosamente do salão. Assim que se viu na estrada para o vilarejo de Hogsmeade, fez a taça de cristal já vazia se desfazer em pó com um toque de varinha e disse, num tom quase cantante, encarando o céu limpo de nuvens acima de si:
     -- Meu terceiro e último desejo é que Gellert Grindelwald seja morto.
     -- Que assim seja. -- Uma voz divertida soou, vinda de lugar algum e ao mesmo tempo parecendo estar impregnada em todos os lugares. -- Até sua morte, Harry Potter.
     Harry Potter sorriu, imaginando apaixonadamente sua esposa sentada em sua sala de estar lendo e os filhos deles brincando no jardim, todos o aguardado pois se recusavam a tomar café da manhã sem sua companhia. Ele esperava que dois anos fossem o suficiente para a Grã-Bretanha superar a morte de Dumbledore e reparar os danos de Grindelwald, porque seu primogênito iria para Hogwarts em 1938, e ele não queria uma educação precária e arruinada para nenhum de seus herdeiros.

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