De volta ao passado

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Esse capítulo é um flashback que se passa na visão da Sn.

A leitura é opcional, não vai interferir na história.

Flashback

Finalmente eu consegui ficar mais calma em relação ao que vamos fazer, Seiji me encorajou e disse que tudo iria ficar bem, mas mesmo assim passam milhares de possibilidades do plano dar errado na minha cabeça.

Hoje nós assinamos os papéis do casamento que nos declara oficialmente casados, a festa iria ser realizada daqui a cinco meses e os preparamentos já começaram. Me sinto até um pouco mal pela minha "sogra"
que está empogadíssima com isso tudo, ela realmente está dando tudo de si para preparar esta cerimônia, pena que a mesma nunca irá acontecer.

Eu e Seiji armamos contra nossos clãs, com esse casamento eu finamente poderia ter minha sonhada liberdade e ele poderia se tornar chefe do Clã Hiara.

Parece ser brincadeira, mas eu nem posso ir a escola sem que me acompanhem. Aqui todas as mulheres são livres, menos as que fazem parte da  família principal do Clã Yazenin, e  no meu caso, todo o meu destino já estava decidido antes mesmo de eu nascer, servir ao meu clã ou ao meu futuro marido.

Para falar a verdade meu pai ansiava por um menino, aquele que daria continuidade aos hábitos do nosso clã e seguiria seus velhos costumes. Mas como o esperado fui eu que nasci, uma menina. Todas as mulheres da família da minha mãe segundo a tradição sempre davam a luz a meninas, nunca meninos. Isso era considerado como uma maldição dos Akemis, já que depois da primeira gravidez as mulheres da nossa linhagem começam a definhar aos poucos e no fim morriam. Provavelmente essa também seria minha sina, os acontecimentos dessa "tradição" não tinham explicação, mas todos do Clã Akemi acreditavam que era verdade.

Alguns criados do casarão no qual eu cresci  me contam que antes da gravidez minha mãe era uma pessoa extremamente feliz e inabalável e que todos a amavam, mas ao longo da gestação ela foi ficando cada vez mais cansada e seu sorriso foi sumindo aos poucos até que no fim da gravidez ela estava totalmente esgotada e sem vida. Também dizem que meu pai não acreditava nessa lenda e convenceu minha mãe a carregar o fruto do casamento deles, pois ele cegamente acreditava que minha mãe teria um filho homem.

Eu cresci ouvindo dele que eu havia matado minha mãe e que a culpa disso tudo era minha, ele nunca me abraçou sequer uma vez em toda minha vida. Eu era proibida até mesmo de chama-lo de pai, só podia me referir a ele como "Senhor".

Todos os lacaios dele e os empregados do casarão eram proibidos  de se dirigirem a mim ou me dar qualquer forma de carinho, até os meus sete anos eu nunca nem havia posto um doce de verdade na boca, a única coisa com açúcar que eu comia era uma barra de cereal adocicada nutritiva que servia apenas para eu não ter anemia. Todos os indivíduos daquela casa sabiam dos maus tratos pelos quais eu passava, mas ninguém tinha coragem de bater de frente com meu pai.

Boa parte da minha infância foi seguida de rotinas, estudar, treinar, estudar, treinos e mais treinos... Eu era obrigada a treinar a exaustão desde que eu me entendo por gente, meu pai dizia que se eu já era mulher então não precisava ser uma inútil também.

Eu tive um treinamento excelente de luta, combate corpo a corpo e tudo relacionado a matar maldições. O velho
dizia que se não conseguisse um casamento descente para mim eu deveria me tornar um feiticeira renomada do nosso clã. Foi então que eu fui prometida a família real do clã Hiara, eles alegavam que se eu me casasse com o Seiji nossos clãs poderiam retomar a aliança que eles tinham no passado e que isso traria benefícios para ambos.

Eu nunca acreditei nesse papo furado já que o Clã Hiara era superior ao nosso, e apesar do Destrito ser uma união dos dois clãs, todos sabiam que eles mandavam e demandavam no nosso. Essa era uma união frajuta, apenas uma maneira que eles encontraram para poder nos explorar livremente por baixo dos panos.

Então com certeza essa não era a razão pela qual eles desejavam esse casamento, havia muita coisa por trás disso, e uma prova disso é que eles garantiram esse casamento desde que eu completei meus dez anos.

Pelo menos algo bom surgiu disso, eu conheci Seiji. Depois que ele começou a fazer parte da minha vida eu comecei a viver melhor. Os pais deles exijiram que eu passasse a frequentar uma escola normal porque até então eu estudava em casa, depois disso eu praticamente comecei a viver na casa deles já que o meu pai passou a não se importar nem um pouco comigo, isso tirou um fardo dos ombros dele. Os objetivos dele comigo já estavam concluídos.

Nessa época nos tínhamos a mesma idade então praticamente crescemos juntos, ele me ensinou muita coisa sobre o "mundo lá fora" e foi o meu melhor amigo durante todos esses anos. As vezes eu me pegava a pensar se eu realmente merecia aquilo ou se eu apenas tive sorte dele entrar em meu caminho. Além dele só havia passado uma outra pessoa especial em minha vida, Yumi Saito.

...

— A senhora pode assinar aqui- o velhinho que cuidava das dependências do cartório me entregou uma caneta  indicando que eu deveria assinar na última linha da folha que estava sobre a mesa de madeira.

— Ok- agora eu estava temporariamente casada, eu havia acabado de assinar o documento que me daria a liberdade. Eu seria livre.

Segurei na mão de Seiji e seguimos caminhando para fora do cartório.

— Eu falei que ia ficar tudo bem- ele dizia enquanto eu o abraçava fortemente entrelaçado meu braços em volta de seu torço.

— Obrigado.

— Ei, você também está me ajudando sabia? Graças a você eu não vou precisar me casar de verdade- pude sentir ele sorrindo enquanto fazia um cafuné em meus cabelos- agora eu vou te levar para nossa casa, tá bom?

— Então nós não vamos poder nem mesmo ter uma casa só nossa?

— Minha querida esposa, mesmo que eu queira, as tradições têm que ser seguidas.

— Tá bom, mas acho que essa coisa de tradição não é nosso lance - sorri me separando dele.

...


Já havia se passado três meses que eu estava morando com o Seiji na casa da família dele, desde então eu não tinha pisado o pé nem sequer uma vez no território do Clã Yazenin. O Seiji já estava tentando achar algo para eu trabalhar quando nos separassemos, o que era muito difícil já que eu não tinha nenhuma qualificação profissional ou algo do tipo. Mas esse não era um dos maiores problemas no momento..

A mãe do Seiji me perguntava todos os dias se nós já tínhamos concluído a lua de mel, se é que me entendem. Não sei o motivo de ela estar tão obcecada com esse assunto, as vezes ela me deixava até um pouco constrangida, mas eu não dei muita importância talvez seja o jeito italiano dela.

De um jeito ou de outro eles me fizeram falta quando eu tive que sair às pressas de lá após assinar o divórcio sorrateiramente.

Nós dois já tínhamos conseguido alcançar nossos objetivos relacionados a essa união, então não víamos o porque de continuarmos juntos.

                 Fim do flashback

Amantes Do Sexo- Gojo SatoruxReader +18Onde histórias criam vida. Descubra agora