Você está procurando demais. Há certas coisas no mundo que não foram feitas para serem encontradas.
As pessoas são cruéis, elas têm medo de tudo que é diferente porque a gente revela como elas são absurdamente iguais e entediantes.
O chá é só a chave. Depende de você abrir a porta e percorrer o caminho que precisa.
Você vai conseguir enxergar o que tá dentro de você. De verdade. Pode ver coisas que você não goste, mas você precisa.
Eu não sei fazer as coisas que ela fazia. Eu não sei cuidar da nossa filha do jeito que ela cuidava. É isso que mais me dói: é saber que a minha filha tá sofrendo porque eu não consigo ser o pai que ela precisa que eu seja.
A ponte não é sustentada por uma pedra ou outra, mas pela linha do arco que elas formam. Sem pedras não há arco.
A memória é redundante: ela repete sinais para que a cidade comece a existir.
O passado do viajante muda de acordo com a rota que ele seguiu: não o passado imediato, mas o passado mais remoto.
Você se delicia não com as sete ou setenta maravilhas de uma cidade, mas com a resposta que ela dá a uma pergunta sua.
Cada vez que descrevo uma cidade, estou dizendo algo sobre Veneza. As imagens da memória, uma vez fixadas em palavras, são apagadas. Talvez eu tenha medo de perder Veneza de uma vez, se é que estou falando nisso. Ou, talvez, falando em outras cidades, já a perdi, aos poucos.
Você chega a um momento na vida em que, entre as pessoas que conheceu, os mortos superam os vivos.
Chegando a cada nova cidade, o viajante reencontra um passado seu que não sabia que tinha: a estranheza do que você não é mais ou não possui mais está à sua espera em lugares estrangeiros e não possuídos.
