Ato IV - Raposas Esperam o Melhor

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A noite já havia caído e o céu estava limpo de nuvens, cooperando ainda mais para a realização do ritual.

Hermione suspira profundamente enquanto analisava o manto branco em cima da cadeira. Estava dentro de sua barraca que levantou após conversar com Lorena e cumprimentar respeitosamente cada bruxa Granffer que estava naquela clareira, com suas almas presas as ruínas que um dia fora um vilarejo.

Estar ali trazia lembranças tristes de quando estava a procura das horcrux junto de Harry e Rony, aquela era a mesma barraca, assim que a montou e entrou uma grande nostalgia a arrebatou.

Deixou sua bolsa com o grimório em cima da mesinha ao lado da cama pequena de colchão fino. A cama de Harry.

Briana não a chamou e nem comentou nada. Conhecia sua discipula o suficiente para saber que ela precisava de espaço. Precisava do seu silêncio para se permitir sentir falta e lembrar o segundo maior motivo do porque estar fazendo tudo aquilo.

A noite caíra, mas ainda não era hora.

Caminhou até a cama do falecido amigo e se deitou ali. Inspirando fundo na tentativa de sentir algum vestígio do cheiro acre dele. Se fechasse os olhos, ainda podia imaginar o tendo ali com ela.

- Eu prometo não ferra com tudo. - murmurou para o nada. - Prometo que não vou deixar você morrer, mesmo que não possa nunca mais te ver.

Seus olhos pareciam pesar toneladas e o cansaço do dia pareceu finalmente a atingir. Quando menos percebeu, já havia caído no sono.


Seu coração batia forte em seu peito e não pôde conter o sorriso largo preencher seu rosto. Aquele lugar era tão quente e acolhedor, exatamente como se lembrava.

A lareira tinha chamas altas queimando a madeira recém colocada. As flamulas vermelhas e douradas estavam penduradas tortas nas paredes e o chão preenchido com tapetes em tons quentes e, em cima da lareira na parede principal estava lá, um quadro lindo e imponente de Godric ao lado de um grande leão. As poltronas estavam dispostas espalhadas pelo salão comunal de sua antiga casa em Hogwarts. Grifinória.

Seus olhos lacrimejaram brevemente. Parecia que tudo estava intacto, como se nunca tivesse sido destruído pelo ataque dos comensais e Voldemort na guerra.

- Mione? - uma voz conhecida a chamou. Seu coração palpitou mais forte ao constatar quem era. - Acordada a essa hora?

- Harry... - ela murmurou em resposta enquanto se virava para ver o amigo descendo as escadas. - Senti tanto a sua falta.

- Eu sei disso Mi, mas eu sempre estive aqui. - ele responde abrindo os braços e a recebendo em um abraço apertado, cheio de saudade. - Sempre estive com você, mas você parecia não sentir.

- Sinto muito. - ela murmurou soltando-o de vagar. - Eu sinto muito... Eu devia ter previsto que ele...

- Não faça isso Hermione, não faça isso com você. - ele respondeu sorrindo docemente. Seus óculos estavam começando a embaçar com as lágrimas que ele deixava cair livremente. - Era para acontecer. Nesta realidade, neste tempo a profecia deixou bem claro que um não pode viver enquanto o outro estiver vivo. Você é inteligente... sabe perfeitamente onde está o 'porém' dessas palavras.

Hermione fungou alto limpando as lágrimas.

- Sim, vocês dois não poderiam viver juntos, mas nada dizia que não poderiam morrer juntos.

O moreno anui levemente.

- Ou um sobrevivia, ou os dois morreriam. Neste caso Voldemort não quis a opção do final mais feliz.

A Herança da Raposa - TomioneOnde histórias criam vida. Descubra agora