Entro na sala e percebo pelas expressões estranhas que eu ainda estou sorrindo. Pigarreio e fecho a expressão enquanto entro na sala de Nara e Liam.
- Tiraram algo dele? – eu pergunto assim que entro e os dois olham para cima me observando
- Cadê a Jazmine?
- Em casa – eu respondo e Nara sorri
- Na sua casa?
- Sim – eu falo e olho para os dois – Porque?
- Por nada – ela fala e estende a mão para Liam que coloca uma nota de cinquenta dólares em sua mão – Só para ganhar uma aposta
- E que aposta foi essa?
- Nós apostamos que você ia levar ela para sua casa – Liam fala e dá de ombros – Só errei no quesito hora, falei que você ia chegar um pouco mais cedo aqui
Faço uma careta para os dois que riem e voltam a mexer nos computadores, suspiro e me aproximo de onde o cara que eu atirei está.
- Ele falou alguma coisa?
- Não, a não ser que gemidos contem – Liam diz e revira os olhos – O cara é um covarde
- Um covarde que não fala – eu pontuo e Nara balança a cabeça negando
- Eu acho que o problema é que ele não sabe
- Não sabe de nada? – eu pergunto surpreso e ela acena afirmando
- Sim, ele pareceu meio surpreso quando perguntamos de Conrad – ela diz e aponta para dentro – Não vai nos servir de nada esse cara
- Droga – eu resmungo e olho para o celular checando se há alguma mensagem – Enquanto não pegarmos Conrad, Jazmine nunca vai ficar segura
- Nós sabemos – Liam fala cruza os braços por sobre o peito – Eu gosto dela
- Eu também – Nara fala e eu estreito os olhos para os dois
- Ah que bom. Agora vamos voltar para o problema central
- Calma, não precisa ficar com ciúmes não – Liam fala rindo e depois aponta para mim – A não ser que ela se canse de você e queira uma pessoa mais bonita.
Vou na direção dele que levanta as mãos e se afasta rindo. Nara balança a cabeça negando e eu me viro para ir para minha sala, enquanto falo por cima do ombro
- Tentem rastrear o desgraçado
- Pode deixar
....................................
Estaciono a moto em frente ao prédio horas depois de passar e repassar todos os passos de Conrad.
Não encontrando nada obviamente
Começo a subir as escadas e na metade do caminho lembro que Jaz não está comigo e que eu poderia ter subido de elevador. Sorrindo comigo mesmo termino de subir e coloco a chave abrindo a porta.
Olho ao redor do apartamento e entro dentro do quarto não a encontrando, franzo a testa e já vou saindo de novo quando vejo um movimento no chão da varanda. Vou até lá e a encontro deitada no chão com os olhos para o céu
- Jaz?
Ela pula um centímetro e depois relaxa o corpo quando percebe que sou eu, estreito os olhos para ela e me deito ao seu lado observando-a
- Tudo bem?
- Sim. Só achei incrivelmente calmo aqui
Vejo seu celular do lado dela e uma notificação deixa a tela do seu celular claro mostrando o nome "mãe" antes de apagar de novo. Franzindo a testa pego sua mão e ela puxa uma respiração
- Sabe que pode me falar qualquer coisa – eu falo baixinho e ela sorri de olhos fechados – Não sabe?
Jaz não responde, mas a vejo assentindo de leve. Fico em silencio e o celular apita de novo, ela pigarreia e pega o celular antes de desligar
- Outro namorado – ela fala baixinho – Ela acabou de se divorciar. Mas já está namorando de novo
- Sinto muito – eu respondo e ela suspira – Você me disse que o ex-marido da sua mãe trancou você em um quartinho na outra noite
- Sabia que tinha falado demais – ela fala com pesar e eu pego sua mão de novo
- Me conta
Jaz fica parada por um minuto e depois solta minha mão colocando sobre sua barriga
- Minha mãe é modelo e vive viajando, e vive se casando também – ela fala e vejo quando ela abre os olhos olhando para cima – Eu tinha 15 anos quando ele chegou bêbado em casa procurando minha mãe, ele ficou com raiva e quando ela chegou ela pediu que ele não me assustasse, então ele me colocou dentro de um quarto que tínhamos para colocar vassouras. A lâmpada estava quebrada
- Sua mãe não fez nada? – eu pergunto assustado enquanto a vejo balançando a cabeça negando
- Só fez no outro dia de manhã, quando lembrou – ela pigarreia – Abriu a porta e fingiu que não tinha acontecido nada. Dois dias depois eu estava indo embora
- Você foi para onde? – eu sussurro e ela levanta um ombro
- Para a casa da minha melhor amiga Sophie. E depois arranjei um trabalho como auxiliar de fotografo, então aluguei um apartamento e desde então tenho estado fugindo – ela diz e se vira para mim fingindo um sorriso
- Fugindo do que?
- De tudo o que me prendesse – ela responde e eu engulo em seco acenando. Ela suspira e se senta, seus cabelos coloridos me chamando atenção – Chega de conversa pesada, que tal comermos algo?
- Tudo bem – eu falo e me levanto pegando sua mão – O que você gostaria?
- Qualquer coisa
- Sem amendoim – eu falo e ela ri afirmando
- Por favor
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Perfeita Desordem
RomanceExiste uma lei perfeitamente clara dizendo que "não cometerás um erro duas vezes no mesmo dia". Mas obviamente Jazmine Bellucci ainda não deve ter ouvido, porque acabou de entrar em uma furada ainda maior do que a primeira. A primeira? Foi ter decid...