Capítulo 30 - Confissões

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Entro na sala e percebo pelas expressões estranhas que eu ainda estou sorrindo. Pigarreio e fecho a expressão enquanto entro na sala de Nara e Liam.

- Tiraram algo dele? – eu pergunto assim que entro e os dois olham para cima me observando

- Cadê a Jazmine?

- Em casa – eu respondo e Nara sorri

- Na sua casa?

- Sim – eu falo e olho para os dois – Porque?

- Por nada – ela fala e estende a mão para Liam que coloca uma nota de cinquenta dólares em sua mão – Só para ganhar uma aposta

- E que aposta foi essa?

- Nós apostamos que você ia levar ela para sua casa – Liam fala e dá de ombros – Só errei no quesito hora, falei que você ia chegar um pouco mais cedo aqui

Faço uma careta para os dois que riem e voltam a mexer nos computadores, suspiro e me aproximo de onde o cara que eu atirei está.

- Ele falou alguma coisa?

- Não, a não ser que gemidos contem – Liam diz e revira os olhos – O cara é um covarde

- Um covarde que não fala – eu pontuo e Nara balança a cabeça negando

- Eu acho que o problema é que ele não sabe

- Não sabe de nada? – eu pergunto surpreso e ela acena afirmando

- Sim, ele pareceu meio surpreso quando perguntamos de Conrad – ela diz e aponta para dentro – Não vai nos servir de nada esse cara

- Droga – eu resmungo e olho para o celular checando se há alguma mensagem – Enquanto não pegarmos Conrad, Jazmine nunca vai ficar segura

- Nós sabemos – Liam fala cruza os braços por sobre o peito – Eu gosto dela

- Eu também – Nara fala e eu estreito os olhos para os dois

- Ah que bom. Agora vamos voltar para o problema central

- Calma, não precisa ficar com ciúmes não – Liam fala rindo e depois aponta para mim – A não ser que ela se canse de você e queira uma pessoa mais bonita.

Vou na direção dele que levanta as mãos e se afasta rindo. Nara balança a cabeça negando e eu me viro para ir para minha sala, enquanto falo por cima do ombro

- Tentem rastrear o desgraçado

- Pode deixar


....................................


Estaciono a moto em frente ao prédio horas depois de passar e repassar todos os passos de Conrad.

Não encontrando nada obviamente

Começo a subir as escadas e na metade do caminho lembro que Jaz não está comigo e que eu poderia ter subido de elevador. Sorrindo comigo mesmo termino de subir e coloco a chave abrindo a porta.

Olho ao redor do apartamento e entro dentro do quarto não a encontrando, franzo a testa e já vou saindo de novo quando vejo um movimento no chão da varanda. Vou até lá e a encontro deitada no chão com os olhos para o céu

- Jaz?

Ela pula um centímetro e depois relaxa o corpo quando percebe que sou eu, estreito os olhos para ela e me deito ao seu lado observando-a

- Tudo bem?

- Sim. Só achei incrivelmente calmo aqui

Vejo seu celular do lado dela e uma notificação deixa a tela do seu celular claro mostrando o nome "mãe" antes de apagar de novo. Franzindo a testa pego sua mão e ela puxa uma respiração

- Sabe que pode me falar qualquer coisa – eu falo baixinho e ela sorri de olhos fechados – Não sabe?

Jaz não responde, mas a vejo assentindo de leve. Fico em silencio e o celular apita de novo, ela pigarreia e pega o celular antes de desligar

- Outro namorado – ela fala baixinho – Ela acabou de se divorciar. Mas já está namorando de novo

- Sinto muito – eu respondo e ela suspira – Você me disse que o ex-marido da sua mãe trancou você em um quartinho na outra noite

- Sabia que tinha falado demais – ela fala com pesar e eu pego sua mão de novo

- Me conta

Jaz fica parada por um minuto e depois solta minha mão colocando sobre sua barriga

- Minha mãe é modelo e vive viajando, e vive se casando também – ela fala e vejo quando ela abre os olhos olhando para cima – Eu tinha 15 anos quando ele chegou bêbado em casa procurando minha mãe, ele ficou com raiva e quando ela chegou ela pediu que ele não me assustasse, então ele me colocou dentro de um quarto que tínhamos para colocar vassouras. A lâmpada estava quebrada

- Sua mãe não fez nada? – eu pergunto assustado enquanto a vejo balançando a cabeça negando

- Só fez no outro dia de manhã, quando lembrou – ela pigarreia – Abriu a porta e fingiu que não tinha acontecido nada. Dois dias depois eu estava indo embora

- Você foi para onde? – eu sussurro e ela levanta um ombro

- Para a casa da minha melhor amiga Sophie. E depois arranjei um trabalho como auxiliar de fotografo, então aluguei um apartamento e desde então tenho estado fugindo – ela diz e se vira para mim fingindo um sorriso

- Fugindo do que?

- De tudo o que me prendesse – ela responde e eu engulo em seco acenando. Ela suspira e se senta, seus cabelos coloridos me chamando atenção – Chega de conversa pesada, que tal comermos algo?

- Tudo bem – eu falo e me levanto pegando sua mão – O que você gostaria?

- Qualquer coisa

- Sem amendoim – eu falo e ela ri afirmando

- Por favor

Perfeita DesordemOnde histórias criam vida. Descubra agora