Vinte e Três

377 50 28
                                    

Jisoo queria respostas.

Ela nunca forçaria Chaeyoung a falar, certamente. Mas isso não a impedia de ficar a noite inteira acordada se perguntando o que exatamente se passava pela cabeça dela. O que havia acontecido dentro daquele lugar? O que Chaeyoung tinha visto?

Apenas um dia havia se passado, mas o tempo passava tão lentamente que ela sentiu como se fosse uma eternidade. Elas haviam passado o dia em casa. Jisoo havia convencido Chaeyoung a ir dar uma caminhada naquela tarde, e agora a coreana estava limpando as coisas depois do jantar enquanto sua esposa se aprontava para deitar.

Jisoo suspirou suavemente, olhando para fora da janela acima da pia e vendo o sol desaparecer atrás das árvores. Chaeyoung ainda não havia dito uma palavra naquele dia. Por sorte, as duas tinham um laço que ultrapassava o conceito de palavras apenas, mas Jisoo estava ficando cansada de conversas com um só lado.

Ela apenas queria que as coisas dessem certo para elas uma vez, ela decidiu, enquanto colocava a louça para secar. Parecia que toda a vez que as meninas começavam a ficarem bem, alguma coisa acontecia e virava o mundo delas de cabeça para baixo.

Justo quando Jisoo estava secando os últimos pratos, Hank veio correndo para a sala. Ela espiou da cozinha e momentos depois a campainha ecoou pela casa.

Erguendo uma sobrancelha, ela rapidamente secou as mãos e trotou até a porta. Seu coração despencou em seu peito quando viu dois policiais uniformizados parados na frente da sua porta.

Incerta do que fazer, Jisoo lentamente abriu a porta e passou uma mão pelo seu cabelo.

"Roseanne Park?"

"Uh..." Jisoo balançou a cabeça. "Não sou eu... essa é minha esposa." Ela olhou de volta para corredor, justo quando Chaeyoung apareceu, colocando uma blusa de velha de Jisoo.

A maior congelou quando viu os dois homens na porta. Respirando fundo, Jisoo se virou para ela, erguendo sua mão no ar e a oferecendo à Chaeyoung. Os olhos da menina se arregalaram e ela balançou a cabeça, se recusando a olhar nos olhos de todo mundo.

"Essa é ela." Jisoo disse suavemente, mordendo o lábio e se virando novamente para os homens.

"Estamos investigando o tiroteio, tudo bem se pedíssemos que ela respondesse umas perguntas sobre o que viu?" Um dos homens perguntou, olhando para ela por sob o ombro de Jisoo.

"Eu, uh..." Jisoo olhou novamente para Chaeyoung, que havia dado um passo tímido para trás. "Se você... bem, ela foi bem afetada por isso. Eu não sei nem se ela vai responder, mas..."

"Nós só vamos fazer perguntas de sim ou não, então." O homem riu, olhando para o bloco de notas em sua mão. "Nós apenas precisamos de quantas perspectivas da situação for possível." Ele deu de ombros.

Jisoo assentiu suavemente, deixando os dois homens entrarem em sua casa. Hank imediatamente se apressou na direção deles, cheirando seus pés e se movendo para o lado de Chaeyoung, como que tentando protegê-la. A mais nova ficou parada silenciosamente, seus olhos fixados em suas mãos.

"Chaeng..." Jisoo sussurrou, correndo lentamente em sua direção e colocando uma mão no ombro dela. "Eles apenas querem fazer algumas perguntas sobre... o que aconteceu. Tudo bem? Você nem precisa falar nada. É só acenar que sim ou que não com a cabeça."

Chaeyoung mordeu o lábio, olhando para Jisoo nervosamente. Quando ela viu que a mais velha não parecia ansiosa, assentiu, hesitante.

Cinco minutos depois, a neozelandesa estava sentada no sofá da sala. Hank imediatamente pulou para o braço do sofá ao seu lado.

Green (Chaesoo)Onde histórias criam vida. Descubra agora