Trinta e Um

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Chaeyoung não dormiu toda aquela noite.

Jisoo o fez, no entanto. Chaeyoung tinha apoiado um travesseiro contra a cabeceira da cama e gentilmente moveu Jisoo de volta, para fora de sua posição curvada. A garota em seu colo estava dormindo, segurando o braço de Jisoo.

Chaeyoung estava cansada, com certeza. Exausta era a palavra certa, mas ela não ia dormir, porque precisava ter certeza de que estavam bem. E ela não poderia fazer isso se seus olhos estivessem fechados.

Ela não tinha certeza de que horas eram, mas sabia que era de manhã quando a criança acordou. Chaeyoung notou algo se movendo pelo canto do olho e viu quando os cílios da garota se abriram suavemente.

Um olhar de terror passou pelo rosto da criança pequena. Ela estava em um lugar novo, ela não estava em casa. E então ela se lembrou dos acontecimentos da noite anterior. Paralisada pelo medo, ela começou a chorar.

Os olhos de Chaeyoung se arregalaram quando a criança começou a chorar. Jisoo não acordou, então ela rapidamente pulou de pé, levantando a menina do colo de sua esposa e em seus próprios braços.

"Eu peguei você." Chaeyoung sussurrou, balançando para frente e para trás um pouco para acalmar a menina. Ela equilibrou-a no quadril e usou a mão livre para estender a mão e afastar os cabelos lisos do rosto, limpando suavemente as bochechas da menina com o polegar. "Ninguém vai te machucar. Eu prometo."

Fungando, a criança olhou para Chaeyoung. Seu lábio inferior se projetou ligeiramente e Chaeyoung pôde dizer o quanto ela estava tentando parar de chorar.

A garota de olhos castanhos sentou-se na beira da cama, segurando a menina no colo e esfregando pequenos círculos nas costas para tentar acalmá-la.

Jisoo havia acordado a essa hora, e ela lentamente se sentou, observando enquanto Chaeyoung cantava suavemente para a garota mais jovem. Houve uma batida na porta então Chaeyoung olhou para trás e percebeu que sua esposa estava acordada.

Era a mesma enfermeira de antes, mas, ao acompanhá-la, estava outra mulher mais velha segurando o que parecia ser uma maleta. A enfermeira deu a Jisoo um sorriso amigável, permitindo que a mulher entrasse na sala antes de fechar a porta atrás dela.

"Oi." A mulher sorriu, caminhando até Jisoo e estendendo a mão. "Eu sou Georgia, a assistente social que foi designada para o caso dela."

Jisoo apertou a mão dela, notando como a mulher olhava para a garota nos braços de Chaeyoung. Não passou despercebido por Chaeyoung, que recuou um pouco e apertou mais a garota.

"Eu sou Jisoo. Ela é Chaeyoung." A garota acenou para a esposa. Chaeyoung apenas balançou a cabeça lentamente.

"Eles identificaram os pais." Explicou a mulher, sentando-se em uma das cadeiras de plástico e puxando uma pilha de papéis de sua pasta. 

"Um casal que se mudou recentemente, pais de uma filha de 3 anos." Ela apontou para a menina nos braços de Chaeyoung. "Com um à caminho." Jisoo mordeu o lábio. "Infelizmente, apenas um sobreviveu ao acidente." Ela acenou com a cabeça para a criança, e Jisoo sentiu seu coração cair em seu peito.

"Obviamente, nossa primeira ordem de trabalho é levá-la a uma situação de vida permanente o mais rápido que pudermos." Explicou a mulher. Jisoo assentiu.

"O único problema é que a única família viva que ela tem é seu avô de 78 anos com Alzheimer." Ela levantou os papéis para mostrá-los.

Jisoo e Chaeyoung trocaram olhares, ambas sentindo uma pontada de tristeza pela criança.

"Mas, eu fiz algumas ligações, e consegui encontrar um abrigo que pode ficar com ela até que possamos encontrar uma situação de vida mais permanente." A mulher assentiu. A mandíbula de Jisoo se apertou.

Green (Chaesoo)Onde histórias criam vida. Descubra agora