20.Fim de tudo

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É engraçado como tantos anos se passam e você ainda se lembra. Lembra das mortes; lembra da turbulência. Porque a vida se recusa a deixar você esquecer. Tom Riddle, pela primeira vez, foi verdadeiro. As pessoas pensam que estão amaldiçoadas com a morte, eu fui amaldiçoada com a vida. Não foi por isso que Grindelwald realizou seus experimentos em mim? Porque eu era diferente? Porque eu era descendente de uma das criaturas míticas de antigamente? Eu fechei meus olhos. Minha mãe ganhou vida longa e juventude, por isso ela foi transformada em uma Horcrux. Um espécime ideal. Suponho que não herdei nenhuma boa sorte dela.

Eu não era mais velha do que uma mulher de meia-idade, mas minha mente e meu coração eram um verterano de anos impossíveis. Harry Potter. O escolhido.

"Faça-me sentir o arrependimento que nunca tive", implorou Tom enquanto colocava o anel na minha palma.

Eu tinha falhado.

Eu tinha sobrevivido a Tom Riddle. Mas então por que eu ainda me sentia nada menos do que um cadáver?

Eu andei pelos jardins de Hogwarts, o resultado da batalha. Os alunos estavam comemorando no Salão Principal, as famílias lamentando os cadáveres empilhados no salão. Tudo por causa dele. Meu coração apertou uma última vez. Tudo por minha causa. Eu olhei pra ele. Talvez tenha sido o melhor que ele morreu aqui, o lugar que ele mais amou.

Eu me virei silenciosamente, caminhando em direção à câmara adjacente. O corpo de Voldemort foi colocado longe das pessoas mortas por sua crueldade. Ele foi mutilado, seu rosto parecia uma máscara de morte e seu corpo quebrado além dos poderes de cura. Eu gostaria de ter visto o rosto sorridente do garoto que conheci em Hogwarts.

Apenas uma vez.

Por favor.

Eu me agachei ao lado de seu cadáver, meus olhos calculistas. "Eu te avisei," eu disse, "Eu te falei sobre o destino pior do que a morte. Você se sente vivo agora, Tom Riddle?"

Sem resposta.

Eu engoli amargamente. "Eu deveria saber que não deveria ter te amado, eu não deveria ter sido tão estúpida. Afinal, você ainda foi incapaz disso no final. Não foi isso que você disse? Que só existe poder e aqueles fraco demais para busca-lo? No final, o que eu era para você? Não consegui impedi-lo de quebrar sua alma, não consegui obriga-lo a consertar seus caminhos. Você estava certo, Tom Riddle, eu era apenas um peão para você. Mas você ainda perdeu o jogo."

Eu me levantei, me recusando a dar uma segunda olhada. "Se eu já amei você, Robins, lembre-se que foi só porque eu queria deixa-la ir", eu contei a frase de todos aqueles malditos anos atrás, "bem, estou deixando você ir, Tom Riddle, e foi porque eu na verdade amei você, e eu acho que você sabia disso o tempo todo, seu bastardo."

Enxuguei uma lágrima inconsciente do rosto antes de voltar, mas congelei ao ver o menino que estava ali. Harry Potter. Ele estava exausto, seu cabelo preto desgrenhado e óculos fazendo-o parecer proeminente.

Ele olhou para mim com aqueles olhos verdes. Desta vez, olho no olho.

"Eu não esperava ver você aqui," ele se encostou na parede, seus olhos escurecidos, "ele matou gente demais."

Minha boca se mexeu. "Ele se matou", disse baixinho, "e eu o ajudei."

"Você o amava", disse Harry, "há uma diferença. Você salvou minha vida uma vez, lembra? Quando a Ordem ia me contrabandear para fora da minha casa, você lançou aquele feitiço naquele Comensal da Morte."

Eu endureci. "Como você sabe?"

Harry sorriu ligeiramente. "Oppugno. Você atirou um monte de estilhaços neles."

A Descida-Sequência de mascarada Onde histórias criam vida. Descubra agora