Dúvida.

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Dúvida: incerteza entre confirmar ou negar um julgamento ou a realidade de um fato.

Convém que a dúvida e a incerteza são sinônimos, andando lado a lado. Han não tinha convicção do que significa ser uma "vingança". E o que sua marca, tem haver com esse mundo. Minho o encarava ali. Absorto das ideias, já tendo em mente que o teria, provaria do quê tanto guardava.

- Você, Jisung. - Falou, andando pelas sombras, ouvindo os raios e o som de sua respiração. - Não pode fugir disso.

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Estava amendrotado. Agora só falta um mês para ir embora. Iria na primeira noite que presenciou tantas assombrações, mas não poderia ser taxado de louco, ninguém acreditaria sendo que só ele via, só ele sentia. Então, decidiu aguentar. Mas estava sendo impossível. Os limites foram mais do que ultrapassados.

O dia passou rápido, queria que durasse mais, que durasse até o último dia de sua estadia. Caminhou entre os corredores, vendo Taehyun. Andando com seus amigos, escapando de uma missa.

- Taehyun. - Se pôs a frente do menino, que o olhou, nem um pouco preocupado por está fazendo algo tão errado e ainda ser pego.

- Posso ajudar? - Perguntou, seus amigos o olharam.

- O livro, de magia obscura era seu? - Perguntou, sabia que Taehyun o portava, já o viu com algo parecido.

- Foi você que o pegou? - Perguntou dando passos para frente, encarando Han.

- Não. Mas o vi antes. - Disse. Taehyun gostava de Han, assim como a maioria naquele internato. Então, aliviou o olhar. - Só tem algo que eu queria saber.

- Pergunte. - Os amigos saíram de perto, caminhando em frente, deixando os dois para trás.

- O que diz a lenda da marca do demônio? Uma punição, ou algo parecido. - Han se meteria em uma encrenca, se fosse visto com um aluno fora da missa. Então conversavam caminhando para longe da igreja.

- É algo antigo, dizia-se, que há muito tempo, antes de Cristo, nasceu uma mulher, de vida simples, com uma grande marca de nascença na perna. Ela se dizia espírita, conseguia ver demônios e realizar exorcismos. Mas, um dia ela se apaixonou por um. Só ela o via, conversava sozinha e a cada dia, ficava mais louca. A chamaram de bruxa, e ela foi queimada em praça pública pelo rei temoroso pela vida. - Disse tudo que sabia da lenda.

- Parece ficção. - Falou Han.

- Mas é. - Taehyun riu. Han sabia que não era.

- Li que servia como uma punição aos que cometeram pecados horrendos no Reino dos céus.

- O amor, Han. Apesar de ser algo bonito, machuca e tortura tanto quanto qualquer punição. - Falou. Han concordou. - É uma ligação, vínculo, que não pode ser cortado. Pelo menos, é o que penso. Posso perguntar o motivo da curiosidade?

- Só é interessante, tive a oportunidade de folhear seu livro, se eu o achar, lhe devolvo. - Sorriu.

- Não é uma vingança.

- Quê? - Perguntou confuso.

- Não encare como uma vingança, Deus não se vinga, ele castiga. Afinal, para reconhecer seus erros é preciso passar por algo que o ajude a reconhecer. - Han concordou. Agradeceu e se despediram. Fazendo sua rotina noturna, mas dessa vez, não colocou o pijama. Colocou uma roupa formal. Iria sair do internato. Queria saber de alguém que poderia o ajudar. Queria saber mais, talvez reverter a situação. Queria entender.

Dentro do quarto, prestes a sair, sentiu a marca queimar. Agora sim, doía, uma dor insuportável, se colocou de joelhos no chão, enquanto agarrava a blusa, não conseguia ao menos gritar.

birthmark • MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora