Punição: pena determinada por um juiz a quem cometeu um crime.
Por mais sombrio que Minho fosse, sua punição fora a pior. Dentre todos os demônios, e todo o peso que eles carregavam, o seu pareceu ser o que mais lhe incomodou. Sendo um ser poderoso, a punição deveria ser à altura. Mas a sua, pareceu lhe importunar por anos.
Era simples: Um ponto fraco.
Alguém que lhe aflingisse. Alguém que lhe deixasse vulnerável. Alguém que amaria, mesmo nunca tendo conhecido tal sentimento. E, o pior, não sabia se já teria nascido, se iria nascer ou sequer onde. Mas confirmou todas suas dúvidas ao o ver ali, encolhido no chão, com os olhos fechados com força, com um semblante assustado.
Não sabia como foi chamado ali rápido, como foi invocado sem nem mesmo se tocar ou sentir. Apenas estava ali, como se tivesse algo o puxando. O pior de tudo é que não poderia o matar, se não, morreria também. Sabia desde que leu sua sentença. Não queria nem acreditar que sua vida dependia de alguém como ele. Assustado e amedrontado. Pequeno e vulnerável.
Suspirou.
Os olhos se encontraram. Jisung ergueu o olhar o vendo, o olhando nos olhos, onde não conseguiria desviar. O mesmo se levantou, colcoando a mão na barriga que parecia estar dolorida e limpando as lágrimas. A luz voltou, e quando voltou, não viu mais ninguém ali. Nem a criatura abominável, nem o anjo que salvou sua vida.
Jisung voltou com sua fé aos poucos. Vendo finalmente uma salvação em meio a todo aquele terror. Mas, mal ele sabia o quê era aquilo.
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Depois de trocar as lâmpadas, foi em direção ao banheiro, tomando um banho demorado e como sempre, por dormir mal todos os dias, já se sentia com muito sono, após o banho olhou para o espelho, para ver onde doía, mesmo que já passado não conseguia esquecer da sensação de queimação do momento, era bem no lugar de sua marca de nascença, como se fosse uma mancha, na lateral direita da sua barriga, não ligou, se enxugou e se vestiu. Dispensou o jantar das sete, e logo dormiu. Mas naquela noite foi diferente.Não acordou as três da madrugada. Acordou as seis, com o sol invadindo o quarto. Olhou em volta, percebendo que pela primeira vez em semanas, havia dormido bem. Teve uma noite inteira de sono e se sentia bem, revigorado. Sorriu mínimo, suspirou. Se levantou e foi ao banheiro, se lavando e escovando os dentes como de costume. Desceu as escadas, cumprimentando as freiras e foi ao lugar onde o café era servido, ajudando à fazer a mesa.
Com todos sentados, à enorme mesa, separada por três, lado a lado, rezaram, agradecendo pelo pão e pelo dia anterior, e pelos que virão. Comeram, Han sentiu mais fome naquele dia. Comeu bem. Ouvindo até frases de como ele parecia animado. Depois, ao estar lavando a louça, foi aí que começou a se sentir observado. E foi assim o dia inteiro, se sentia observado todo o tempo. E o coração sempre acelerado. Estava ansioso.
Na biblioteca estudantil, organizava os livros, estava sozinho já que todos estavam em sala, e dia de terças a biblioteca não abre. Era dia de limpar e organizar toda a bagunça que os estudantes faziam na semana. Enquanto colocava os livros na devida prateleira e posição. Com as lâmpadas novamente piscando, sabia que não era por estar falhando ou desgastadas. Prestes a ir embora, a porta bateu, o assustando. As luzes apagaram, apenas o brilho do sol, iluminava o local, mas as cortinas também fecharam as poucas janelas. Escuro.
- Eu não aguento mais. - Se sentou no chão, bagunçando os cabelos enquanto já sentia os olhos arder. Se assustava fácil geralmente, mas agora, vivia assustado.
- Não vai chorar novamente. - Uma mão parou os movimentos adruptos. Segurando seu pulso, com uma força tremendo, o local parecia queimar com o toque, mas não sentia dor. Nem pavor. Se sentia seguro. Vendo novamente a figura de ontem que o salvou no dia anterior e que ligando os pontos o deixou dormir bem. Sorriu fechado.
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birthmark • Minsung
Hayran KurguCom um um coração puro e totalmente aberto à ajudar pessoas. Jisung não se opôs, a ter que ajudar um grupo de freiras, em um internato. Mas, se soubesse o quê ali escondia, se soubesse o quê teria que presenciar para enfim perceber, que naquele luga...