Gosto sim, gosto muito.

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Sem revisão ( estava louca para voltar então vão desculpando os erros)

A água da biqueira descia cristalina derramando aos meus pés. As vezes forte como uma cascata, as vezes tímida como uma garoa. Sem pressa, como uma ladainha a São Clementino, os baldes com água iam sendo apanhados e despejados no grande tambor.  E assim prosseguia até que houvesse água o suficiente para mergulhar os lençóis de algodão, tão claros como as nuvens do céu. Ouvi a madame dizer que eram importantes, vindos de muito longe. Pois para mim não fazia diferença, achava até que fossem obras da nossa gente. Coisa bonita assim só se via nessas bandas. É que aqui o povo é caprichoso, faz as coisas com gosto, muito melhor que qualquer granfino.

Gosto daqueles lençóis, do cheiro, do toque, do jeito como se espalham na cama, gosto mais ainda quando se desalinhavam no chão. De como envolvem meu corpo nu, na calada da noite quase todos os dias.

- Sonhando acordada de novo Isabel? Ora menina, desse jeito o serviço não rende.

- Tava não dona Conceição, oxe! Só estava admirando o tecido. Pode não é?

- Ora menina, não vê que já está quase no horário da janta, se ficar se perdendo assim o tempo passa e os homens ficam de barrigas vazias.  Ande, vá cuidar de suas  panelas- diz ela puxando os lençóis de minha mão.

Levanto de má vontade, amarro meus cachos pesados em um coque alto e desmancho o nó da barra do vestido, deixando cair até abaixo dos joelhos. A senhorita Malvina gostava nadinha de roupas desavergonhadas, por ela seriam todas até os calcanhares. Ainda bem que foi para a cidade grande hoje.

Entro na cozinha e separo as panelas para o preparo. Ter mão boa para cozinhar por essas bandas é privilégio. Se não fosse isso certamente estaria nas plantações de cacau. Gosto de cozinhar não, mas gosto menos ainda de plantar e colher debaixo do sol escaldante.

Pela janela observo os homens na plantação. Muitos deles moram nas colônias das redondezas, outros vieram de fora procurar rumo por cá. Como aquele ruivo com cara de poucos amigos.  Sr Inácio em pessoa buscou, disse que era um bom homem, que aguentariam o trabalho braçal.

Se aguentaria não sei, mas que é forte isso não tenho dúvidas. Forte e alto. Não me espanta que coma tanto. É preciso muita comida para dar conta de tudo aquilo. Ou não,  Sr. Inácio por exemplo também é um homem grande e come feito uma gazela. Talvez seja a criação, ou gente rica não sente fome. Vai saber.

Entre um preparo e outro corro para a janela para observar os homens trabalhando. O carrancudo destrincha ordens para todo mundo, parece até o dono. Sr. Inácio observa tudo com certa admiração, como quem diz a si mesmo: encontrei o homem certo.

Depois do jantar, os homens se reúnem em uma roda de prosa onde conversam de tudo um pouco. Em noites mais alegres cantam e tocam algum instrumento. As mulheres ficam um pouco mais afastada, mas assim que as coisas se animam logo se recolhem com a desculpa do horário. Coisa ruim é ser mulher. Fingir que não gosta de algo, mesmo gostando só para parecer apropriado. Coisa boa é ser homem, andar sem camisa, vestir o que quiser, falar palavrao e sempre que fizer besteira justificar com "Sou homem, é nosso jeito".

Abro a janela do quarto para que a brisa entre e também para escutar a cantoria que ressoa lá fora. Em noites assim pego no sono rápido, e dessa vez não foi diferente.

O frescor da noite da lugar ao calor que me sobe pelas pernas e se concentra em minha barriga. Calor esse que vai aumentando a medida que sinto mãos conhecidas brincando por meu corpo. Primeiro por meus cabelos, depois pelo curva do pescoço, seios e por último lá. Exatamente no lugar que estava clamando por sua atenção.

- Pensei que não viria- digo em um fiapo de voz me erguendo um pouco para velo.

- Sempre venho. Estava louco de saudades - seus dedos brincam pelas laterais de minhas cochas - Gosto quando não usa as roupas de baixo.

Me sento na cama abrindo levemente as pernas para dar acesso aos seus dedos rápidos. Sua boca trilha um caminho de beijos que vai do meu pescoço até minha boca. Gosto do jeito que me beija, quente, faminto, como se a vida dependesse de um único beijo.

- Ah menina o que vou fazer com você, tão novinha e cheia de fogo assim - seus dedos pairam em meus lábios, pedindo passagem para que eu pudesse saborear do meu próprio gosto - Sempre tão molhadinha.

Minhas mãos buscam os botões de sua camisa abrindo-os para me agarrar em  seu peito forte.

- Faz aquilo de novo. Aquilo que fez com a boca - sussuro em seu ouvido.

- Gosta quando te chupo aqui?- suas mãos seguram firmes bem no meio de minhas pernas me fazendo gemer.

- Gosto sim, gosto muito.

- Então abre mais um pouquinho... Assim, boa menina

Me agarro em seus cabelos logo que sua boca me toma por inteiro, sua lingua abrindo passagem e depois me invadindo , abrindo, saindo e voltando. Meu corpo chacoalha na cama a medida que seus movimentos aumentam até que eu não me aguente de tanto prazer. Não sei o que é, mais é gostoso, quente e frio ao mesmo tempo. É como se por um segundo eu morresse e fosse ao céu.

Suas mãos grandes me puxam para seu colo. Minha camisola é tiradas as pressas, a no segundo em que meus seios são liberados, sua boca os abocanha. Sou erguida no ar o suficiente para me encaixar em seu colo, com ele todo dentro de mim.

Agora sou eu em quem comanda. Gosto de me sentir assim, livre e desejada. Seus olhos varrem todo meu corpo, sua mão apalpa meu traseiro, as vezes com delicadeza, as vezes com fúria.

- Você fica linda cavalgando em mim - recebo um tapa estralado na bunda - Sou um filha da puta sortudo tendo um anjo do pecado só para mim. Isso rebola...

Me movimento com mais intensidade, rebolando, subindo e descendo me encaixando nele. Nossos corpos entregues um ao outro, loucos de desejos. Minhas mãos correm por seus músculos molhados de suor, agarrando forte quando ele coloca fundo.  Sinto cada parte do seu corpo estremecer, seus movimentos ficando cada vez mais rápido e então sei que aquele momento também chegou para ele.

Ficamos alguns minutos em completo silêncio. Suas mãos fazendo carinho em meus cabelos.

- Gosto mais quando estamos em seu quarto. Gosto dos lençóis- digo por fim me virando para olhar seu rosto.

Ele beija o topo de minha cabeça.

- Ah menina, se comparado ao que quero te dar, aqueles lençóis não são nada.

- Não quero muito Sr. Inácio, se puder me dar mais do que acabamos de ter ja fico feliz.

Então seu corpo grande paira por cima do meu.

- Ah menina, o que vou fazer contigo?













Oiiii Marilenes....

Nosso cabaré está oficialmente aberto.
Que tal o Sr. Inácio?  Esse homem mexe com todas as minhas placas buc&tônicas (agora é assim, só posso escrever palavrão usando caracteres F*d@)

Um beijinho bem molhado e até o próximo capítulo.

Um beijinho bem molhado e até o próximo capítulo

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