Amor e Corridas | Max Verstappen

Capítulo 4 - "O piloto"

A agenda semanal de Max Verstappen já estava completamente organizada. Haviam várias atividades que precisava cumprir. Era um pouco mais tranquilo quando não tinha nenhuma corrida. As coisas ficavam difíceis nas semanas em que tinha que correr nos GP's, o que aconteceria em breve. Faltavam duas semanas para o início do campeonato, e seus nervos estavam a flor da pele.

Além dos compromissos agendados para aquela semana, ainda tinha as atividades que precisava realizar todos os dias: os treinos, caminhadas, reuniões com a equipe e as atividades de promoção da Red Bull Racing. Quando precisava correr no fim de semana, bastava acrescentar as viagens no calendário.

Apesar da vida movimentada, ele não estava reclamando. Correr era parte da sua vida, e fazia isso desde que era criança. Ele amava. Se sentia como a pessoa mais poderosa do mundo quando estava atrás do volante, e quando ganhava, nada poderia ser tão bom. Mas nem tudo era fácil, e ser o piloto de uma das melhores equipes, por tanto tempo, exigia esforço e dedicação.

Além da carreira, Max também precisava dedicar tempo ao seu relacionamento. Há quase um ano estava namorando Kelly Piquet, e a vida dos dois também era muito movimentada. No entanto, as coisas ficaram diferentes entre os dois nos últimos tempos. Max não sabia explicar, mas sentia, nos momentos que estava com Kelly ou quando tinha que aparecer em público com ela, que deveria ser alguém que não era. Outra pessoa.

Promoções e eventos. Viagens e festas. Era tudo sobre isso.

A festa no Cassino de Monte Carlo era um dos eventos que ele precisava ir, e a namorada também. Em plena segunda, ir ao Cassino poderia comprometer seu foco, mas ele e a namorada já haviam conversado sobre os horários e sobre a bebida. Durante a semana, ele evitava beber a todo custo.

Quando Max terminou de rever seus compromissos, já eram quase sete da noite, na segunda-feira. Ele e Kelly haviam combinado de chegar juntos a festa. Como já estava pronto, apenas pegou as chaves do carro e dirigiu até o apartamento onde a modelo morava.

Assim que chegou, avisou a namorada por telefone, e dez minutos depois ela surgiu na portaria principal. Usava um vestido preto que ia até os pés, e seu cabelo estava preso. Max saiu do carro e abriu a porta para Kelly, que deu um sorriso em agradecimento.

Já no carro, Max começou a conversa entre os dois.

— Você está muito bonita.

Era verdade. Kelly era uma mulher linda, alta, e seus olhos verdes causavam arrepios por todo seu corpo. Sua presença era sempre notada, tanto por sua beleza quanto pelo nome de sua família. 

— Obrigada. Passei bastante tempo tentando achar a roupa certa. Algo que gritasse "evento beneficente em plena segunda-feira!". Graças a Stella, consegui encontrar um vestido mais discreto. Você também está muito bem.

— Minha mãe escolheu esse smoking, então acho que me saí bem.

Continuaram conversando sobre quem iria aparecer no Cassino, e chegaram a festa em poucos minutos. A entrada estava cheia com os convidados, e além dos fotógrafos, muitos funcionários trabalhavam na recepção. Kelly e Max saíram juntos e entraram no salão principal de braços dados.

Max não imaginou que a festa estaria tão cheia, e pessoas muito influentes também haviam comparecido. Morando em Mônaco, Max estava acostumado a andar pelas ruas e encontrar diretores, donos de empresas e celebridades o tempo todo. Na festa, porém, estavam todos concentrados, e ele percebeu que teria ocupação a noite toda.

...

Já eram nove horas quando todos se reuniram para o discurso do mais novo acionista e diretor do setor financeiro da Red Bull, o homenageado da noite. Max ainda não conversara com o homem pessoalmente, mas iria a um jantar em sua casa na quarta-feira para conhecê-lo melhor, em uma reunião mais íntima. Além do seu trabalho na Red Bull, ele havia doado uma enorme quantia de dinheiro para uma fundação de ajuda humanitária na França, responsável pelo evento, e havia chegado a hora do seu discurso.