queen of the night | afi

7 • queen of the night

❝ E olhe você, estava procurando uma estrela e encontrou uma galáxia.

— Ron Israel

Ashton Irwin

Estou caminhando pelo estúdio que tinha sido a minha segunda casa neste último semestre da faculdade, é nele que temos aulas sobre diversos instrumentos e foi aqui que eu encontrei os dois grande amores da minha vida: o violão e a bateria.

Não tem nenhum luxo, é só uma sala bem ampla com diversos instrumentos por todos os lugares, onde todas as paredes são brancas e o chão é de uma madeira escura, o que acaba gerando um contraste confortável no ambiente.

Me sento no banco do piano que está próximo à janela, enquanto espero Boo chegar. Esse foi o cenário que eu escolhi para o último ensaio do portfólio dela, principalmente por que esse lugar significa muita coisa pra mim.

Sinto meu celular vibrar no bolso da calça e sou tirado dos meus devaneios. Fico surpreso ao constatar que não era ela me ligando e, sim, o Luke.

— Ei cara... — ele fala do outro lado da linha, parecendo animado.

— Tudo bem Luke? — o cumprimento também. — A que devo a honra?

Escuto ele dar uma risada do outro lado da linha juntamente com outra pessoa, que imagino ser o Michael.

— Estava pensando, Ash, tá afim de ir com a gente em um bar amanhã a noite? — ele fala, sem enrolação e eu pondero o convite, pensando se eu tinha algo marcado no sábado à noite. — Ou você vai estar com a sua namoradinha?

— Primeiro, ela não é a minha namorada, Luke, já te falei isso... — falo sem muita paciência.

— Então não tem nenhum motivo pra você não ir com a gente, certo? — ele retruca, sem esperar que eu acabe. — Vamos lá, vai ser divertido! Você precisa dar uma variada em com quem você passa as suas noites...

Escuto um clique que ecoa pela grande sala e sei que acabei de ser fotografado, ela está aqui.

— Combinado então, depois a gente se fala! — é só o que eu digo antes de desligar o telefone, sem esperar a resposta dele.

Me viro para localizá-la e vejo que Bonnie está posicionada próxima a porta principal, sentada no chão com a câmera apontada pra mim.

— Um estúdio é? — ela diz, tirando a câmera do rosto e sorrindo. — Gostei!

Devolvo o sorriso e ela se levanta desajeitadamente do chão, pega as bolsas que deixou próximo à porta e caminha na minha direção.

— Você disse que queria algo que significasse muito pra mim, então foi por isso que eu escolhi esse lugar... — falo, calmamente e ela me observa atenta. — Nesta sala tem muito do que eu sou e muito pelo que eu sou apaixonado na vida Boo..

Ela olha em volta, erguendo as sobrancelhas, demonstrando estar impressionada. De repente, ela gesticula em direção aos instrumentos.

— Então, que tal escolher um deles pra gente começar? — ela sorri pra mim e pega uma outra câmera, um pouco mais moderna, em uma das mochilas que ela trouxe. — Enquanto isso eu vou escolher um ângulo nesta sala para te fotografar...

Eu concordo e me levanto, andando em direção à parede oposta, onde estão a maior parte dos instrumentos de corda da sala. Guitarras, contrabaixos, violões. Escolho uma guitarra vermelha, para se destacar com a roupa que eu estou usando hoje: meus velhos jeans claros, uma camiseta branca e sapatos pretos.