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Chloe Jane Decker foi levada da sua família há 12 anos. Num suposto assalto onde o seu pai foi morto e ela arrastada para um carro com apenas 19 anos. Foi devastador na altura, mas depois de 12 anos sem ver a luz do sol era muito pior. Ela vivia fechada numa jaula, maior parte do dia presa a uma cadeira ou maca para que fizessem as experiências que queriam.

O dia-a-dia dela era entre seringas, soros, sangue e rituais. A esperança de conseguir fugir já tinha desaparecido há muito tempo. Esses sádicos pouco queriam saber o que ela sentia. No início tinha medo, mas agora quase que se tornou doentiamente normal.

Quase não come, nem dorme e muito menos sabe se é dia ou noite. As luzes florescentes estão ligadas 24 horas por dia.

O ambiente à sua volta era muito idêntico a um laboratório rudimentar ou algo que podia sair de um livro de Harry Potter. Eles testavam medicamentos, retiravam-lhe várias amostras de sangue e injetavam-lhe uma série de substâncias. Essa é a rotina habitual. Também abusavam sexualmente dela no começo, mas com o degradar do seu estado foram perdendo o interesse.

Às vezes falava com outras pessoas que estavam presas quando estava na jaula, mas era raro ter companhia porque eles desapareciam e nunca mais voltavam. Chloe era a mais antiga ali. Os outros provavelmente estão mortos.

*

Lucifer concedia favores sem fim. Ele era mestre dos desejos e do pecado. Não fosse ele o diabo aka anjo caído. De qualquer forma ele sentiu algo diferente nesse dia e acabou por sair mais cedo do seu clube, Lux, para o conforto solitário da sua penthouse pela primeira vez.

Ele adorava drogas, bebida e sexo, mas até isso hoje o deixava aborrecido. Ele encostou-se no bar da sua cobertura e olhou pelas estantes de bebida à procura de algo para o agradar. Foi interrompido pelo bip característico do elevador. "Desculpa amor, mas eu gostaria de ficar sozinho esta noit..." Ele parou ao olhar a porta do elevador. Um padre saiu do seu interior.

Lucifer sentiu finalmente outra coisa para além de tédio e era curiosidade. "Padre... o que faz aqui na casa do diabo." Lucifer ri, o seu humor melhorou apenas com a piada simples da sua ironia.

"Oh Sr. Morningstar. Tenho algo que gostaria de discutir consigo."

"Hum... que tipo de desejo padre...?"

"Kinley."

"Diga-me padre Kinley, o que você deseja?" Lucifer pergunta aproximando-se dele.

"Servir Deus!" O homem diz em transe.

"Então veio no local errado."

"Não Sr. Morningstar... estou no lugar certo. Um anjo enviou uma mensagem anos atrás. Estou exatamente onde deveria estar."

"Que mensagem?"

"Bom se vier comigo poderá ver com os seus próprios olhos."

Lucifer estava curioso, mas não tinha muita vontade de seguir o padre. "Duvido que seja do meu interesse."

"Acredite em mim. O que lhe tenho para mostrar é maravilhoso. Um milagre de Deus."

"Um milagre?" Lucifer riu. "Cada vez está pior..."

"Por favor, se me seguir verá com os seus próprios olhos."

"Tá bem." Lucifer seguiu o homem por pura curiosidade.

Ao chegar ao carro deparou-se com outro homem que os ia conduzir. Esse não parecia um padre. Ele olhou para o carro antigo com desgosto, mas entrou mesmo assim. O carro seguiu para fora de LA, não era muito longe, mas foi aborrecido para Lucifer visto que o homem ao volante seguiu todas as regras rodoviárias. Ao chegar ao local Lucifer notou a arquitetura antiga, mas o interior parecia limpo. Eles caminharam pelos longos corredores como labirintos. Vários quartos, alguns com grades.

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