PONTO DE VISTA DO CAIRO (DIOGO)
Depois de alguém ter me flagrado com a Mari, tentei ficar mais apresentável, e tirar ela de casa o mais rápido possível.
Após correr pra fechar a porta do quarto, com raiva, resolvo mandar a real e apressar a moça:
— Vai, se veste, Mari. Hoje não vai rolar mais... — jogo sua camiseta, que estava jogada ao lado da cama, em seu colo nu.
— Que porre! Certeza que foi sua irmã de novo, já te falei que ela me odeia e implica comigo de graça, fez isso só pra empacar...
Ela começa a reclamar e choramingar, mas entro no meu banheiro rapidamente, ligando o chuveiro, e já não ouço mais suas palavras.
Eu tinha meus próprios imóveis pela cidade, e passava a maior parte do tempo no escritório, mas de vez em quando precisava da casa dos meus pais pra certos fins. Além de amar importunar minha irmã mais nova, Andressa, e a comida da minha mãe adotiva, Cila, eu também levava algumas garotas pro meu antigo quarto.
Sabe, no escritório é complicado, e sair do morro é algo que evito, já que muitos se aproveitam disso pra foder com o corre. Estando por aqui, mantenho tudo sob controle. Aí, como minha mãe trabalha, e Andressa vai pra escola, pensei ter um tempo livre com a casa só pra mim e pra Mari.
Mas eu estava enganado, pelo visto, né? Só conseguia pensar que minha irmã era a flagrante, uma vez que Dona Cila está trabalhando. Estava incomodado, porque, convenhamos, a ideia de ter sua irmã mais nova te encontrando justo naquela hora não é muito legal. Ela já havia empatado meus lances aqui, mas nunca me viu no ato, de fato.
Entretanto, só ouvi barulhos de passos e depois vi um vulto na porta, que saiu correndo rapidamente. Não parecia atitude da Andressa, uma vez que ela provavelmente começaria a me zoar e gritar do andar debaixo coisas do tipo "já falei que aqui não é motel!" até que eu brochasse, como já fez.
Maldito dia que fui ficar sem opções! Geralmente, já não gosto de levar mulheres pro escritório, mas hoje era impossível porque tem baile mais tarde, e lá tá cheio de gente vindo resolver b.o.: acertar o dinheiro dos meus negócios, fazer acordo dos pontos de venda... etc. Até os vermes — policiais — foram lá para que a gente pagasse a taxa pra que fizessem vista grossa e deixassem o baile em paz.
Tava muito pilhado com essa bagunça, então deixei meu braço direito — e melhor amigo — Xamã, resolvendo essas coisas, e chamei a Mari pra desestressar. Entretanto, o tiro saiu pela culatra, pois eu ainda não tinha chegado no fim quando fui interrompido.
Que ódio.
Quando saio do banho, Mariana não está mais no meu quarto, o que significa que já tinha vazado. Então visto rapidamente a primeira samba canção que vejo na frente, e desço as escadas, em direção ao barulho de conversa que vem da cozinha.
Quando piso no cômodo, ainda estou irritado pelo incômodo e vergonha que passei, e minha língua se prepara pra soltar os cachorros na menina morena de costas pro balcão da cozinha. Não era muito culpa da minha irmã, mas pô, ela sabe que de vez em quando eu faço isso.
Mesmo estando bravo comigo mesmo também, com a situação, precisava botar pra fora toda a minha insatisfação.
Porém, antes mesmo que eu terminasse minha primeira frase, reparo que há uma segunda menina, sentada do outro lado da nossa mesa: a burguesinha para qual eu devolvi a bolsa roubada ontem, a carne nova do morro que mais tinha me despertado... irritação, claro.
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O Dono da Baronesa
RomanceAVISO DE GATILHO: ESTE LIVRO É +18, E É UM DARK ROMANCE! Ou seja, pode conter temas sensíveis, como drogas, abusos, vícios, entre outros, por mais que tais assuntos NÃO SEJAM romantizados nessa obra. Além disso, não é um romance tradicional e fofo...