CAPITULO 4

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Higuchi estava arrumando alguns potes nas prateleiras enquanto Rin olhava para ela da caixa registradora.

— Mãe...

— Mm? — Ela parou de trabalhar para focar sua atenção no homenzinho de cabelo preto.

— O que há de errado, querido? 

— Ele...virá? 

Ela olhou para seu filho, que parecia claramente nervoso com o fato de que Akutagawa iria visitá-los. 

— Sim... isso te assusta, né? — O menino apenas acenou com a cabeça para a pergunta da mãe. 

Antes que ela pudesse dizer algo para acalmar um pouco Rin, a porta da loja se abriu revelando um cabelo negro de ponta branca vestindo um sobretudo cinza escuro junto com óculos.

Rapidamente a loira se aproximou de Rin e o tomou nos braços, sentindo como ele estava se agarrando um pouco às roupas dela, ela focou seu olhar em Ryuunosuke.

— Akutagawa, bom dia — ela cumprimentou com uma leve reverência.

—...bom dia — ele disse em um sussurro quase inaudível olhando atentamente para os dois na sua frente — eu consegui a permissão de Mori para ficar sob mi—

—Isso...podemos conversar sobre isso lá dentro? — Ela interrompeu um pouco nervosa — Para fechar a loja por um momento e conversar com mais calma.

— Mmm... bem — foi mais fundo no local e Ichiyo indicou a sala de escritório do local.

Uma vez lá dentro, ela voltou a se concentrar em seu filho, que estava olhando para a porta por onde seu pai passou.

— Fica aqui — ela o deixou de novo perto do caixa — deixa eu colocar a placa e entramos, ok?

—Sim...

Ela deu um breve beijo na cabeça dele e foi colocar a placa de fechado na entrada.

— Ok, vamos — ela o pegou nos braços novamente e se dirigiu para onde Akutagawa os esperava. 

Ao entrar na sala, Akutagawa estava sentado em frente à mesa ali. Higuchi colocou Rin em uma cadeira que era um pouco mais alta do que o mais jovem costuma usar quando está acompanhado, e ela se sentou em frente a Akutagawa.

— Continuando... você conseguiu a permissão do Mori-san, certo?

— Exatamente, então estarei observando-os entre minhas outras missões — ele olhou para o menino — Ele está... se sentindo melhor?

— Ah sim um pouco, depois de acordar ele estava mais animado embora não queira que eu o deixe sozinho- disse este último sussurrando enquanto olhava preocupada para o filho.

— Mmm... então ...— Ichiyo voltou seu olhar para o homem de cabelo preto — Eu acho que você deve estar ocupada, que tal se eu o tiver de vez em quando?

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— Huh? — Higuchi e Rin disseram ao mesmo tempo.

— Ao que entendi, é a tua irmã que te ajuda a cuidar de Rin — Higuchi concordou — e acho que agora também é minha... responsabilidade (?) — dizendo o último com alguma dúvida, ele se virou para ver a criança que estava olhando para ele um tanto desconfiada. 

— Você realmente poderia fazer isso?  Ou melhor... você quer? — perguntou ela ainda atordoada.

— Estou dizendo isso por alguma coisa — respondeu com um tom um pouco irritado — e acho que seria mais fácil para mim cuidar de ambos.

Ichiyo tinha o olhar focado em Akutagawa, a aliviava o fato de querer pelo menos mergulhar um pouco
na vida de Rin, mas ao mesmo tempo ela se pergunta "por quê", se é com a desculpa de que é para poder cumprir sua missão, algo que seria estranho porque ele pode fazer isso perfeitamente sem Rin ter que estar colado a ele.

Existe a possibilidade de que ele esteja realmente interessado em Rin? Se ele tivesse sabido de sua existência por outras circunstâncias... ele teria se interessado por ele de qualquer maneira? Se Rin não tivesse uma existência "ameaçadora" para a Máfia do Porto, ele gostaria de fazer parte da vida da criança? 

Esse tipo de pergunta inundou a mente de Higuchi, mais ela foi tirada de seu pequeno transe pela voz de seu filho.

— Mamãe! — Rin levantou a voz depois que sua mãe ignorou duas de suas chamadas anteriores.

— H-Eh! Desculpe! — ela se assustou e focou sua atenção no homenzinho de cabelos negros — O que há de errado querido?

Ele estendeu um de seus braços pequenos e apontou para Akutagawa que também tinha os olhos fixos em Rin

— O senhor vai cuidar de mim?

— Bem, sim — ela acariciou o cabelo do filho — Mamãe tem que cuidar da floricultura, então Akutagawa-san vai cuidar de você.

O menino olhou para Akutagawa novamente.  Ele estava com um pouco de medo dele, afinal tudo o que aconteceu na noite anterior foi aterrorizante para ele, não tem uma imagem do que Akutagawa fez depois de aparecer, estava com muito medo de se atrever a olhar e só fechou os olhos com força pedindo que tudo foi um pesadelo. Mesmo assim, ele o levou de volta para sua mãe e ele não o machucou, além de sua mãe deixá-lo chegar perto, então não deveria ser perigoso para eles.

— Minha tia não vai cuidar mais de mim?

— Ela também tem uma vida um tanto agitada, mas virá nos visitar sempre que puder, enquanto isso tenta se dar bem com Akutagawa-san, sim? —  Ela deu um beijo na cabeça dele ao qual o menino acenou com a cabeça dando-lhe um pequeno sorriso.

Akutagawa, que estava em silêncio desde que o menino falou, levantou-se, chamando a atenção dos outros dois.

— Agora eu tenho que cuidar de uma coisa, vim aqui de passagem para te informar.

— Eu entendo e obrigada por dedicar seu tempo para vir pessoalmente. — se levantou e fez uma pequena reverência.

— Eu virei amanhã à tarde — ele terminou saindo da sala e se dirigindo para a saída.

A loira deixou o filho lá e foi atrás de Akutagawa para abrir a entrada da loja.

Ela pegou as chaves e abriu a fechadura, abrindo a porta e removendo a placa de fechado.

— Akutagawa-san? — chamou o homem de cabelo preto quando ele já estava fora das instalações — Eu não contei a Rin sobre... que você é o pai dele. — Ela desviou o olhar para dentro da loja.

Akutagawa simplesmente se virou e saiu após dar um pequeno aceno de cabeça para Higuchi.

Ichiyo entrou nas instalações e retomou o trabalho de arrumação das estantes. Os passos de Rin a distraíram de seu trabalho.

— Akutagawa-san... não é ruim, certo? Não vai te machucar, vai? — perguntou o último com os olhos cristalinos e a voz embargada.

Higuchi parou completamente seu trabalho e colocou os braços em volta do filho para acalmá-lo. Entendia perfeitamente suas ações, afinal eles praticamente o sequestraram e parece que ele tem a ideia de que Akutagawa está relacionado a isso (embora ele esteja parcialmente certo). 

— Não, não, querido, ele não vai nos machucar — ela enxugou as lágrimas do rosto do menino — Akutagawa vai impedir que mais bandidos se aproximem de nós, sim? — Ele deu um beijo em sua testa.

Rin, ainda soluçando, acenou com a cabeça para o que sua mãe disse enquanto o confortava.

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