Eu precisava fugir.
Esse pensamento rondava a cabeça de Ava. Aquele lugar já não era mais seguro para viver, nem mais aquelas pessoas que deveria protegê-la era mais confiaveis.
Era madrugada, o reino inteiro estava em um completo silêncio, exceto duas pessoas, que pareciam alerta em qualquer movimento por aquela rua.
- Você precisa ir - ele disse em um sussurro, temendo que alguém pudesse ouvi-lo.
Ela o olhou, querendo dizer que não precisava ir, mas no fundo sabia que nada mais ali a prendia, a não ser uma vida que ela não desejava ter para si. Como isso foi acontecer?
Se fechasse os olhos, Ava lembraria como tudo tinha começado e isso causaria nalseas e repulsa nela. Então ela preferiu não lembrar. Seus olhos verdes brilhavam sobre a luz do castiçal que ele segurava, para iluminar aquela parte da cidade que se encontravam. Os cabelos negros dela parecia a espece de uma noite eterna, onde ondas delicadas das mexas seguiam pelas suas costas. Suas vestimentas eram as mais simples possiveis, para não chamar atenção. Mas a única coisa que chamava atenção nela, era o seu rosto com a expressão triste e até mesmo assustado.
- Tome isso - Charlie, seu amigo de longa data, estendeu uma capa para ela, onde poderia ocultar ela de olhos curiosos.
- Eu preciso mesmo fazer isso? - mesmo sabendo que sim, ela ainda sentiu a necessidade de perguntar.
- Se quiser proteger a sua vida, e não viver algo que nunca quis, sim - ele puxou o capuz da capa sobre a cabeça dela. - Não podemos mais prolongar, está na hora.
Ava olhou sobre o ombro dela, visualizando a cidade que um dia chamou de lar, mas agora nada daquilo importava, as pessoas que deixaria para trás. Ela precisava ir para poder sobreviver, para ter uma chance de viver algo que fora roubado dela.
Charlie a levou até o meio da floresta, onde era o caminho para as terras inimigas. Aquilo era perigoso, uma missão suicida, mas era a única maneira dela sobreviver.
- Preste atenção. Quando passar da fronteira, não deixe que ninguém a veja, senão nada disso terá valido a pena. - Seu tom é sério. - Caminhe o mais rápido possível e até mesmo corra se achar necessario. - Ava apenas acenou. - Na madrugada de amanhã, um homem da minha confiança, que mora no reino vizinho, irá encontrá-la, entre as duas árvores retorcidas, na froteira, você deverá seguir com ele, o nome dele é Paul.
Sem mais, Ava o abraçou pela última vez, pedindo obrigada, pela ajuda que o mesmo estava dando a ele.
- Boa sorte, Ava.
Um barulho chama atenção dos dois e isso faz ela correr pela floresta, sentindo que nada mais seria como antes, que a sua vida mudaria completamente, e que provavelmente nunca mais iria pisar naquelas terras.
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A PAIXÃO DO REI
RomanceAva fugia de uma vida que nunca desejou ter. Nunca em sua vida, ela imaginou que teria a posição que seus pais a colocaram, e se vendo sem escolhas decidiu fugir. Mas para onde? Onde poderia se esconder daqueles que queriam lhe prender em uma gaiola...