Begin.

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Otimista, alegre, animado, feliz. Talvez essas seriam palavras suficientemente boas para definir Perseu Jackson. Sempre rodeado de pessoas que o ama e sempre pensando nas melhores coisas que podem acontecer para o futuro. Mas, nem sempre foi assim, o moreno lembra muito bem da época que era abusado psicologicamente e via sua mãe apanhando de um cara que era, simplesmente, um covarde.
Foi quando Jackson conheceu Piper, sua melhor amiga desde os 6 anos. Era engraçado ver como a amizade dos dois era tão diferente, entre eles, sempre souberam que aquilo era como irmandade, mas no colégio que estudavam, todos os dias tinha rumores e fofocas dizendo que McLean e Jackson tinham um relacionamento.
Hoje, Percy cursava biologia marinha na NYU, era conhecido pelo campus de todas as áreas por ser surfista nas horas vagas e até participar de competições. Era engraçado e até irônico que um cara que faz biologia marinha era popular, ja que poucas pessoas se interessavam nessa área. Talvez se não fossem egoista as, pensariam um pouco em bichinhos do mar.

Pensava isso a caminho da Rock's Store, loja de instrumentos. Não, Perseu definitivamente não tocava, mas seu melhor amigo sim. Queria comprar uma guitarra nova para Leo, e quem queria enganar? Estava fugindo de seu apartamento porque lá ainda tinha o cheiro de Calipso, sua ex namorada a qual o garoto ainda amava. Mas, ele realmente compraria um presente ao Valdez.
Percy não se lembra exatamente como essa amizade começou, mas se lembra do dia que o garoto começou a acompanhar ele, Piper e Grover nos corredores da escola. Assim, surgiu uma amizade no mínimo singular, porque Leo era assim. Sempre brincando, mostrando apoio e trazendo felicidade com suas cantadas que eram no mínimo ruim. Jackson riu, era engraçado imaginar como as garotas caiam no papo de Leonidas.

Comprou rapidamente a guitarra e voltou para o seu carro, agora iria finalmente para seu lugar de paz: a praia.
Perseu era apaixonado pelo mar, foi a única coisa boa que seu pai o ensinou. Sempre que queria surfar, ia para uma praia meio privada, ja que era isolada de tudo e estava sempre vazia. De todas as milhares de vezes que ele foi até lá, só tinha pessoas naquela praia, uma ou duas vezes. Talvez tenha sido por isso que tinha se tornado sua praia preferida de todo o mundo.
O caminho até lá se tornava rápido quando Jackson ouvia Taylor Swift na rádio, sempre cantando em plenos pulmões como se estivesse em um show ao vivo vendo sua ídola.
É, talvez Percy tivesse queda por loiras.

Estacionou o carro e pegou sua prancha indo em direção a faixa de areia, mas para chegar até lá, tinha que passar no meio de duas casas. Era realmente um lugar escondido.

Do outro lado de New York, Annabeth mais uma vez iniciava o dia pior forma possível. Estava em seu apartamento terminando um projeto quando ouviu seu telefone tocar, sabia que daquilo não viria coisa boa. Atendeu e ao mesmo tempo soltou um suspiro ao ouvir a voz de seu pai pelo outro lado da linha.

— Você esquece que tem família, Annabeth. - Seu pai falou com a voz firme, era isso que dizia para a garota que tudo seria ruim a partir de agora.

— Não esqueço, Frederick, apenas estou um pouco ocupada demais. E você sabe muito bem disso. - Ela já não o chamava de "pai" a muito tempo, mais tempo do que podia se lembrar.

— A verdade é que você é tão insensível, fria e estupida igual sua mãe. Você não liga pra ninguém, Annabeth. Eu estou cansado de sempre vir até você, eu desisto de você, porque não tem mais cura ou jeito de resolver a sua frieza. - Sentia seu rosto esquentar e lágrimas brotarem no canto de seus olhos. Mas não iria chorar, não daria o gostinho de vitória para aquele homem.

— E você é um babaca. Quando eu era menor, você nunca me quis, nunca me deu amor ou o mínimo de atenção. Eu cresci sozinha, eu evolui e aprendi completamente sozinha. Você pode pensar o que quiser de mim, mas você está errado. Você nem me conhece. - Respirou fundo antes de poder continuar, era difícil controlar o bolo que se encontrava na sua garganta. — Eu queria nunca ter nascido, tudo seria fácil pra você.

— Eu também queria que você nunca tivesse nascido. – Após a fala, Frederick desligou a ligação e Annabeth sentiu seu coração romper. Como alguém poderia dizer isso para sua própria filha? Como poderia dizer isso a alguém que já pensava em desistir da vida?

As lágrimas começaram a cair, a garota pegou apenas a chave do seu carro e saiu pela porta de seu apartamento. Não conseguia pensar em mais nada a não ser chegar no lugar onde tudo parecia fazer sentido.

Just like the sea - PercabethOnde histórias criam vida. Descubra agora