let's go little devils pt.2

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Nota: Espero que não tenha ficado muito confuso

Pela quarta ou quinta vez naquele dia, a televisão transmitia o programa "Grandes Talentos, Pequenos Artistas", edição n° 11 das turmas de 5 a 10 anos. Um evento beneficente onde as crianças, principalmente filhos dos heróis, eram incentivadas a mostrar seus talentos em uma apresentação única no ano, apresentação essa a qual Eijirou não compareceu por causa do trabalho.

O tio Eiji era completamente amado por aquelas crianças que, quando souberam que ele não poderia ir, fizeram questão de lembrar os pais do sábado de folga do tio Katsuki apenas para passarem um dia inteiro com os tios mais foda de todo o universo.

Bakugou havia assistido cada apresentação com um olhar crítico e apontando algumas falhas aqui e ali apenas para manter a pose de tio durão, mas a verdade é que estava quase chorando de orgulho.

Principalmente de sua afilhada, Shimizu Kaminari, cantando Wolf in Sheeps Clothing, de Set It Off, música essa que ele havia lhe ensinado a tocar na bateria anos atrás para distraí-la enquanto Kyouka tentava não surtar com caos que Denki, Hitoshi e Kenji causavam.

Uma família complicada, eu diria. O trio sofre para cuidar das filhas e do irmão mais novo de Denki, mas eram ótimos pais.

Bons tempos, lembrava Katsuki na cozinha ouvindo apenas algumas notas da música na televisão enquanto Eijirou aplaudia de pé a performance incrível da garota que corava com os elogios do mesmo.

Com 12 anos, Kenji Kaminari não participava mais do show mas esteve lá para gravar e apresentar cada uma das crianças subindo no palco. Ainda que sua personalidade de pré-adolescente rebelde fosse bem notável, ele cresceu sendo o bebezinho de Eijirou e pegou dele o jeito super protetor, e depois do nascimento da Maria, sendo agora o irmãozão das duas menininhas mais perfeitas do mundo a proteção havia mais que dobrado, ainda que nunca fosse admitir a Shimizu que a achava perfeita.

Com o show de mágica dos gêmeos Todoroki, o tio Katsuki foi questionado sobre como ele sabia sobre o segredo de cada truque, provocando alguns biquinhos por nunca ser pego de surpresa. Já Eijirou não soube esconder a cara de "como isso é possível?!" ao ver Makki partir Miyuki ao meio e no fim sair pelo cortina mas aparecer dentro da caixa quando aberta junto ao irmão.

— Tio Eiji, você é muito bobo. Esse foi o mais fácil. — chamou-o para mais perto e cochichou — A verdade é que tinha um alçapão embaixo da caixa.

E para cada truque a seguir, Makki e Miyuki explicavam detalhadamente como funcionava, e Kirishima se viu encantado com a desenvoltura das crianças para falar de mágica com apenas 7 anos de idade.

— A gente treinou cada um deles com o papai. Ele demorava um pouco para entender também. — comentou Makki.

— A tia Fuyumi e o tio Izuku eram mais espertos que o papai e o tio Shoto. — completou Miyuki.

Eijirou chorou de emoção em todas as apresentações dos pequenos, principalmente quando Harumi Togata apareceu com a roupinha de bailarina que Kirishima havia lhe dado de presente quando a pequena o contou que queria dançar balé, que nem o tio Katsuki.

— HARUUUUUUU!!!! O tio tá tão orgulhoso. — abraçou a pequena — De todos vocês, na verdade. Venham cá, preciso de um abraço em grupo.

E lá estava a bagunça novamente, as risadas gostosas preenchiam cada canto do apartamento e faziam ambos os tios babões sentirem o coração aquecer.

(...)

Após ir ao quarto buscar Maria Kaminari que já estava acordada apenas encarando as estrelinhas no teto enquanto mordia a perninha do Red Riot de pelúcia, Bakugou voltou ao balcão da cozinha e esperou acabar a gravação para chamar a todos para comer.

Estavam animados e ansiosos pela comida maravilhosa de Katsuki que seguia suas próprias regras na cozinha:

1° Nunca conte aos pais que comeram porcaria o dia todo;

2° Se não tem mais de 10 anos, espera a comida chegar até você;

3° Comida no prato = Sem sobremesa.

Nenhuma daquelas crianças, contando Eijirou é claro, perderia o mousse de chocolate mais fantabuloso do mundo.

— É o seguinte, os pais de vocês vão chegar logo e minha sala está toooooda desorganizada. — ditou enquanto colocava comida nos pratos, sendo auxiliado por Eijirou — Então quem for terminando e se sentir descansado, é bom começar a juntar esses brinquedos e jogar os pacotes de doce fora. Estamos entendidos? — soou o coro de sim e Katsuki sorriu — Perfeito, podem comer.

E assim se passou mais um jantar com as crianças.

Para Katsuki, a maior vantagem nisso é que ele e Kirishima tem um dia incrível e depois é só devolver os pacotinhos.

Mas talvez... Apenas talvez.

Talvez Katsuki também quisesse seus próprios pequenos demônios.

Por mais dias ao seu ladoOnde histórias criam vida. Descubra agora