Conhecendo Marie Adler

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Cap 4

Pov Santana.

Deixo o tribunal mais uma vez vitoriosa, mais uma vez eu por aquela porta e dei um show, o meu show, o show da Santana Lopez.
Mais um caso para a conta, as vezes me pego pensando se tudo isso vale a pena quantas vezes me coloquei em risco por um caso, quantas vezes estive vulnerável para vários criminosos e na maioria não são apenas bandidos que assaltaram o mercadinho do bairro, muitas vezes são grandes mafiosos, de gangues de outros países. Quantas vezes recebi ameaças de morte, ameaças com minha família, será que tudo isso vale a pena ?
Com certeza a resposta é não. Outra pergunta que não quer calar, o que Santana Lopez fará para mudar isso ? Nada. Ela não fará nada para mudar sua vida.

Chego mais tarde no escritório, logo vou para a sala da Pierce. Chego entrando sem bater na porta.

- Bom dia para você também Santana - Brittany diz sentada em sua mesa sem tirar os olhos de seu notebook.

- E quem disse que meu dia está bom - disse me sentando em sua frente.

- Não tem mais nada de bom para fazer Lopez ?

- Na realidade não, esqueceu que pegamos um caso juntas ?

- Hum, pensei que fosse resolvê-lo sozinha como fez da última vez. - disse ríspida.

- Não, não tenho mais saco para fazer tudo sozinha e você ainda sair com mérito.

- Acho bom mesmo. - em um movimento rápido ela levantou de sua mesa indo até um armário retirando uma pasta entupida de papéis, vindo em minha direção e me entregando a mesma. - Como você não veio antes tomei a liberdade de dar uma olhada no caso.

- Manda - disse abrindo a pasta

- Marie Adler, 18 anos, foi estuprada entre 10 e 11 de agosto, mais especificamente as 02:34 da manhã, ela alegou ter voltado do trabalho e dormido normalmente, acordou as 02:34 amarrada de quatro na cama com um homem vestido de preto atrás de si, foi aí quando o estupro começou - disse em um fôlego só.

- O caso está em andamento há um mês já, algum suspeito ?

- Não, ela descreveu um cara alto, aproximadamente 1,84 de altura, médio porte, mas nada nenhum suspeito.

- Estranho, temos que falar com essa menina o quanto antes. - disse concluindo fechando os papéis.

- Ela trabalha em uma loja há 50 minutos daqui, você dirige ou eu ?

- Vou te dar esse prazer hoje - disse piscando para a mesma.

Pov Brittany.

Esses tipos de casos mexem muito comigo, quando é de estupro, abuso, violência doméstica, feminicidio. Prefiro nem pegar casos desses tipo já tenho traumas o suficiente.
Mas como não estou sozinha nesse caso me sinto melhor.
Me encontro em meu carro com Santana, indo em direção a uma cidadezinha vizinha de Los Angeles aonde Marie Adler mora e trabalha. Está um silêncio não tão estranho porém tentarei puxar assunto com ela afinal não nós conhecemos direito.

- Então você costuma pegar casos desse tipo ? - disse desviando meu olhar um pouco da estrada e olhando para ela.

- Não tanto, mas sempre acabo pegando casos criminais em que acabo me colocando em risco - disse dando de ombros.

- Entendi.

- E você ? Jéssica disse que é a melhor negociadora da cidade, da onde veio esse mérito todo ?

- Acabo pegando mais casos empresariais, falência de empresa, esses tipos de coisa nunca pego criminais, quando me formei logo consegui um estágio em um escritório em Nova York  mas não era pra mim então vim pra Los Angeles e construí minha carreira do zero, sem rótulos, e me descobrir no direito.

- Sabe eu não entendo qual a graça de ser uma advogada empresarial - ela disse rindo - Qual é você se diverte vendo empresas falindo ou comprando outras empresas ? - ela completou rindo novamente e dessa vez acompanhei.

- É realmente você tem um ponto mas não é exatamente assim, tive grandes oportunidades de representar multinacionais, e até ir pra fora do país, não pego casos criminais porque não gosto do me envolver muito na vida do cliente sabe, foi realmente uma escolha minha.

- Certo.

- Percebo que fica muito tempo na empresa, o que faz no tempo livre tipo, você sai ? Vai para balada, festas.

- Olha Pierce se eu não te conhecesse diria que você está querendo sair comigo - disse rindo e eu corei. - Mas sim eu tenho vida social porém não do jeito que eu queria, não sou de sair, o trabalho não me permite. Mas acredito que deva sair bastante.

- Olha eu já estive numa fase mais animada eu diria, aproveitei muito a faculdade, mas agora fico mais na minha mas claro saio sempre que posso, uma festinha não faz mau a ninguém.

- Acho que faz anos que não vou em uma festa - ela disse rindo.

- A qual é Santana, anos ?? Não acredito pelo visto vou ter que te levar em alguma.

- Quero só ver Pierce, mas já aviso que vou ter que levar uma amiga, aquela vadia não me perdoaria se eu saísse sem ela, ah ela se chama Quinn.

- Certo então - dei uma pausa vendo que havíamos chegado - Pelo visto chegamos.

- Ela trabalha nessa loja ?

- Pelo que diz aqui sim - disse apontando para meu celular.

Descemos do carro e fomos em direção a loja, não era uma loja tão grande. Logo a encontramos.

- Oi licença você é a Marie Adler ?

- Sou sim - disse a menina, provavelmente ciente do que se trataria essa conversa.

- Podemos falar com você em particular? - falei.

Ela concordou com a cabeça e fomos em direção a uma salinha para os funcionários.

- Imagino que saiba o porque estamos aqui senhorita Adler, somos suas novas advogadas, pegamos seu caso agora. Acreditamos em você

A menina ficou tão feliz que começou a chorar.

- Sabe o quanto é ruim ser estuprada por um homem e depois ter que ir a uma delegacia cheia de homens, e ninguém acreditar em você ? Simplesmente dizerem que não possuem provas suficiente? É horrível - nessa hora a menina estava em prantos novamente - Meu corpo foi violado diversas vezes, fui amarrada, machucada, acordei com uma poça de sangue em volta de mim. Eu era virgem, EU ERA VIRGEM !  Uma das únicas escolhas que a mulher tem em sua vida é quando está pronta para perder a virgindade e isso foi tirado de mim, não ou melhor arrancado de mim. Façam justiça por mim e por outras mulheres que já estiveram em minha situação por favor - a menina implorava.

Não aguentei precisava sair daquela sala, me faltava ar, uma onda de choro invadiu meu corpo e silenciosamente me retirei da sala.

SUITS - BrittanaOnde histórias criam vida. Descubra agora