Mãe, A Senhora Que Me Perdoe, Mas Não Dá Mais

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E havia boatos de que eu era um delinquente, e sim, eles tão virando verdade.

Aquela coisa, nada tão absurdo, eu continuo até que o mesmo. Mas quando eu me atraso pra aula e acabo explicando por mensagem pra Will que não nos veríamos no primeiro horário porque estava na direção, é que o chinês pede que eu vá passar esse tempo com ele no banheiro do segundo andar.

O que é duplamente sem cabimento porque não faz sentido nenhum eu — foque na parte de ser eu — conseguir mesmo fugir da direção pra ir em um banheiro que pasmem está interditado. E foi aí que eu quebrei a cara de vergonha, pois eu perguntei por mensagem o que diabos a gente ia fazer em um banheiro interditado. A gente não pode entrar nele, poxa.

"Continuar o que a gente tava fazendo na sua casa" sério Will? Você vai mesmo me atacar assim? Não tenho nem como negar um negócio desse.

Vou denunciar ele por maus tratos aos animais, afinal isso é literalmente atacar uma cadelinha!

Mas eu dou um jeito mesmo assim de ir até a saída. Em silêncio eu simplesmente abro calmamente a janela do corredor — já que a porta tá trancada — e a pulo sem a menor habilidade.

Talvez tenha batido as costas no chão, mas pra trocar uns beijos com aquele garoto tudo vale a pena.

E esse é basicamente o ó do borogodó da minha vida — sim, é isso mesmo que você leu vadia, eu uso essas expressões, ainda mais quando notei que Will achava adorável me ver usando elas —, nunca pensei que iria mesmo correr até o banheiro que não devo entrar e mesmo assim abrir a porta e seguir até onde podia ver o corpo magro de Solace na bancada da pia velha.

— Oi, Niquito. — Ele diz com um sorriso fofo.

Niquito? — Questiono sem entender tão bem.

— Neeks é fofo, mas também se encaixa muito bem enquanto eu tô gemendo pra você, então eu pensei em Niquito. Niquito é fofinho. — Ele explica e eu fico muito bobo ao ouvir isso, acabo apenas desviando o olhar, com o rosto um pouco quente, mas logo me aproximo ao ver que o mesmo estendia a mão para mim.

Ele me puxou para mais perto e entrelaçou suas pernas ao redor do meu corpo, apoiando seus braços no meu ombro, conversando comigo perto demais do meu rosto, com aquela carinha de quem não tem a menor pretensão de continuar só na conversa.

— Eu não acredito que consegui fugir da direção. — Eu comento um pouco nervoso.

— É verdade, né, senhor certinho? Desse jeito você não vai ir pro céu.

— Isso quer dizer que eu vou começar a trazer o céu pra um certo alguém? — Questiono com toda a coragem que eu tinha, afinal, eu precisava muito revidar a afronta que foi essa citação na festa.

— Na verdade não, Neeks. — Ele responde meio sério e eu fico um pouco nervoso, sei lá, eu pensei que ele ia gostar de me ouvir insinuando essas coisas pra ele. Mas ele se aproxima bem da minha orelha e eu tento com todas as minhas forças me manter firme nessa situação. — Você não vai começar, até porque você já faz isso, né Di Angelo?

Faço? Confesso que durante toda a noite que passei com o menino na sexta, até quando me levantei no sábado de manhã e notei que, mesmo tendo dormido ao lado dele, o garoto já não estava mais ali, minha maior preocupação era ser inexperiente demais e acabar deixando o garoto entediado. Mas pela forma como a gente segue desde então... Não sei. Acho que mandei bem?

E já que eu faço, então... Acho que tudo bem tentar continuar fazendo, certo?

Por isso sorrio bobo pra ele e logo me aproximo de seus lábios, segurando bem a sua cintura. Pensei até que, dessa vez, seria capaz de tomar o controle do nosso beijo e guiar a situação da minha forma. Mas quem essa pobre cadelinha quer enganar? Will tem total controle sobre mim e não importa quanta atitude eu tenha, o controle parece sempre ser dele.

Bad Influence ✧ SolangeloOnde histórias criam vida. Descubra agora