___A relatividade do tempo, isso era algo extremamente maluco no ponto de vista de Louis. O pequeno ômega simplesmente não conseguia entender como o mesmo passar de segundos, para uns poderia ser longo ao ponto de significar morrer de tédio e para outros poderia passar como uma bala em frente aos olhos. Os mesmos segundos.
O ômega não entendia como, gradativamente, mas num piscar de olhos, a semana correu - melhor, pulou - para a segunda, talvez fosse o tanto de tempo que Louis passou roendo os dedos que fizeram isso acontecer, mas quando ele pegou o jornal nas mãos, com os olhos fixos nas palavras ali escritas sobre seu restaurante, tudo parecia um sonho.
O fim de semana causou um tremendo cansaço no ômega, que mesmo depois de dormir uma noite inteira e passar a manhã de preguiça na cama, só de meias enrolado nos lençóis, seus músculos ainda pareciam como se ele tivesse corrido uma maratona. Quando finalmente decidiu se ajeitar e levantar daquele poço de calor que lhe prendia, chamado cama, seu celular apitou com uma mensagem de Zayn, nada mais do que uma foto da página de um jornal. A página de um jornal que falava sobre seu restaurante.
Talvez fosse essa realização que fez o ômega tremer no lugar, deu graças por estar deitado, senão seu destino seria o chão, e rolar na cama gritando contra o aparelho. Demorou alguns segundos até o mesmo se sentar na cama e puxar o lenços sobre seu corpo, a mania de dormir sem roupas ainda o traria um belo resfriado. Com os dedinhos tremendo, deu um zoom sobre o que estava escrito na foto e seus olhos marejaram, antes mesmo de poder ler, pela emoção.
Tomou o ar em volta de si com um pouco de dificuldade e ajeitou para ler. Conforme os olhos se moviam pelas linhas ali presentes, não foi fácil conter a nova onda de lágrimas e se jogar contra a cama, orgulhoso de si mesmo. Mas o pequeno ômega não sabia era que outro lado da grande Londres um alfa tinha um exemplar da edição do Times nas mãos e lia a averiguação da crítica sobre o restaurante que talvez o dono já tinha um lugar especial nos seus pensamentos.
No último andar do grande prédio centenário dos Sryles em meio a grande Picadilly Circus, o lúpus, sentado em sua cadeira de costas às janelas que mostravam a grande movimentação abaixo de si, folheava o jornal matinal da The Times e se deparou, bem abaixo na página quinze, quase insignificante, uma pequena passagem de Louise Santomè, uma crítica experiente que Harry já havia trombado uma vez ou outra, sobre o restaurantes da vez, Trevi.
Poderia ser só mais algumas linhas em um pedaço de papel, mas as mesmas fizeram o alfa dar um sorriso de covinhas e uma sensação boa lhe encher o peito, algo não muito conhecido pelo mesmo. Ajeitando a gravata apertada sobre a garganta e deixando o jornal sobre a mesa com mais cuidado do que necessário, rumou para a grande porta dupla e a abriu, notando a presença de Taylor esperando do outro lado, a mesma as vezes parecia não se lembrar do código de conduta de vestimenta do local, aparecendo com roupas um pouco reveladoras demais para o dia a dia, mas ela possivelmente apenas vestia o que lhe achava melhor, e Harry talvez não gostaria de tocar nesse assunto com a moça novamente, a situação estava ficando saturada.
Harry fechou a porta com um estalo que trancou-a. Com os papéis necessários em mãos seguiu para a sala de reuniões onde se encontraria com um possível cliente. Durante toda sua infância, o lúpus achou que seguiria os mesmos passos de sua família, trabalhar no departamento de inteligência da polícia, resolvendo casos e estando acima da lei, porém o mesmo nunca se viu voltado a essa vocação e quando se deu por si, já estava longe da sua terra natal cursando direito. Um choque aos mais velhos da família talvez, mas por sorte o mesmo sempre teve apoio de seus pais para abrir sua própria empresa de advocacia, e não foi surpresa quando o lúpus entrou para a lista dos mais influentes de toda Grã Bretanha - e um dos mais bem sucedidos também.
Adentrando a sala, o lúpus se sentou na maior cadeira da mesa oval, Taylor se sentou ao seu lado arrumando a papelada, seus olhos repararam em um ômega ruivo sentado na cadeira mais distante, recluso em seus próprios interesses. Abrindo a pasta, nos primeiros papéis estavam alguns dados do cliente junto com algumas fotos, mas elas não lhe serviam de nada sem o depoimento do mesmo.
"Senhor...Sheeran" o lúpus lia as linhas com cuidado enquanto o menor se remexia na cadeira "Dezenove anos, natural de Halifax, sem mais informações no cartório" Harry o analisava, o jeito que o ômega roía as unhas e nem parecia lhe ouvir o intrigava.
"Por que decidiu procurar um advogado, suponho que seu caso seja serio" falou o lúpus, as mãos entrelaçadas sobre a mesa.
"Eu preciso de ajuda" Os olhos azuis marejados do ômega estavam fixados em Harry, até que se voltaram a assistente "Você poderia nos dar licença..só um pouco" Falou sinalizando com os dedos, mesmo incomodado, o lúpus percebeu a gravidade da situação, Taylor apenas o encarava de lábios abertos "Você não prefere que uma ômega esteja presente?" Harry falou ajeitando o óculos de leitura no nariz.
"Eu agradeço, mas não" O ruivo roía tanto as unhas que achou que os dedos cairiam, a ômega se levantou bufando e fechou a porta atrás de si. Sheeran se inclinou na mesa, Harry conseguia ouvir o coração do mesmo quase saltar do peito.
"Olha só...eu não tenho dinheiro" O ruivo falava suspirando pesado "Mas eu preciso da sua ajuda, de sua família, eu sei que vocês podem resolver."
"Eu acho que para ter que envolver o bando, você deveria começar a me dar mais detalhes, não acha?" Pegando seu notebook, começou a anotar as anotações que o ômega falava.
O ruivo de cabeça baixa ajeitava a franja comprida demais, para disfarçar o choro, Harry estendeu um lenço, que foi aceito de bom grado. Seu olhos se perderam para as grandes janelas, respirando até controlar o choro. Falava com a voz arrastada, as linhas choro secando contra as bochechas "Não sei bem o que te dizer, eu só tinha acabado o expediente, tava indo pra casa." Tomou uma grande lufada de ar para continuar "Estava tudo normal, só fazendo o caminho de sempre, mas eu senti, e quando eu olhei pra traz, tinha esse cara me seguindo, e toda vez que eu acelerava, ele fazia também."
Harry olhou por cima da tela e esperou pelo ômega se recompor, esperando para ver a onde isso chegaria. "E então, ele só virou a esquina e sumiu. Eu estava quase tento um ataque e ele se foi."
"Mas a uns dias eu tenho recebido algumas coisas pelo correio, por isso que vim te procurar." O ômega se abaixou e pegou uma caixa aos seus pés e a arrastou pela mesa até o lúpus.
Harry prendeu a respiração quando a abriu, dentro da caixa, percebeu, continha alguns papéis picados cobertos de neve talvez, neve suja, junto com algumas jóias quebradas, mas o que mais lhe chamou atenção foi um envelope manchado com uma substância escura.
Com muito cuidado, Harry o abriu, mas, inusitadamente, o conteúdo se mostrou ser..nada. Harry levantou o olhar para o ômega ruivo ali parado que deu de ombros. "Eu não sei o que isso significa, mas estou morrendo de medo, por favor Harry, a polícia disse que sem muitas provas eles não vão fazer nada."
"Então já procurou a polícia?" O ômega assentiu com a cabeça "Então, não é minha ajuda como advogado que você quer, e sim o do meio bando" O ômega assentiu novamente, suspirando.
"Não se preocupe, vamos lidar com isso" Harry colocou sua mão sobre a do ruivo, tentando conforta-lo, ele só esperava que isso não levasse a algo a mais, e quem estivesse por trás disso não passasse de algum alfa idiota.
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Muito obrigado aos anjos que estão interessados em ler! e pelo seu voto que me incentiva de mais 💫
perdão pela demora 😳
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pretty baby ☆ l.s
FanfictionA.U. onde um ômega prepara massas com amor e um alfa tem problemas em dizer não. ☆