___Nathan Bailey com certeza deve ter se esforçado afinco e passado noites em claro para ter sua realização de vida, tão sonhada e tão desejada, e com certeza deve ter se sentido a pessoa mais feliz do mundo por aqueles segundos quando publicou o primeiro exemplar de seu dicionário.
Mas nada, nem nenhuma palavra que tivesse o prazer de ser sussurrada ou redigida conseguiria expressar o que Louis sentia quando andava pelas ruas de Londres e o vento do sul parava de chacoalhar o topo das árvores para lhe descabelar. Ah o outono, que estação maravilhosa, o garoto de olhos azuis já se sentia deslizando pela calçada só com a lembrança do que viria por agora.
A natureza se transformando em deixando tudo na paleta do laranja, a criançada dando adeus as férias de verão com a cara emburrada e os pais indo ao trabalho árduo, já tendo que pensar nas festas de fim de ano e a lista gigantesca de presentes presa a porta da geladeira como um aviso diário.
O pequeno ômega ajeitou sua jaqueta que balançava freneticamente pelo vento, sendo obrigado a subir o zíper se não quisesse perder sua favorita para as rajadas, olhou atentamente sua cafeteria predileta do outro lado da rua de seu prédio, em que uma alfa - Louis a reconhecia do colegial - colocava as cadeiras e mesinhas pro lado de fora, sem atrapalhar a passagem, a mesma usava um rabo de cavalo que deveria doer de tão apertado.
O sinal ficou verde para pedestres, então apressou os passos sobre a faixa, olhando para os dois lados, não era porque o sinal estava aberto para ele que impedia algum desgovernado atrasado para o trabalho de acelerar sobre si. Zeus me livre! - pensou.
"Bom dia Louis" a alfa saudou, já sendo a rotina de quarta o mesmo aparecer por lá.
"Bom dia Lauren" ele confessou que demorou um tempo até parar de ler seu crachá "Vai botar as coisas na rua com esse vento?" não que ele se preocupasse muito, mas pelo histórico de ter um lugar só seu, acabou se envolvendo.
A alfa deu um sorriso de canto "Eu também acho uma má idéia, mas quem sou eu pra desobedecer aquele velho ranzinza?" Ela provavelmente estava falando do dono do lugar, mas Louis não o conhecia. "Como vão as coisas no restaurante?"
Louis sorriu grande, ter aberto seu restaurante em um dos bairros mais nobres de Londres o enchia de orgulho, só Zeus sabe o quanto o ele tinha dado duro. "Vai muito bem obrigado, o Trevi vem dado muito lucro ultimamente."
"Que bom, você merece, mais que ninguém" o sorriso de Louis vacilou, o que ela quis dizer com isso? "Obrigada, tenho entrar agora" ela se despediu com um aceno e Louis adentrou o local recém aberto, com o típico cheiro de canela. A fila do balcão ainda não existia por ter acabado de dar seis da manhã, mas Louis não podia fazer nada se a insônia decidiu o acompanhar pela noite. "Um cappuccino com creme e um bolinho, por favor" Louis se sentou na cadeira ao lado da janela, o rosto apoiado nas mãos, observando a vida começar a encher as ruas enquanto chacoalhava sua perna, ele só não conseguia ficar quieto.
Seus pensamentos o levaram ao Trevi, que finalmente depois de algum tempo tinha começado a dar muito lucro, Louis tinha passado por uns apertos para conseguir abrir seu restaurante, ainda mais que nunca tinha feito uma faculdade, só tendo trabalhado em um restaurante antes, como ajudante. Ele cozinhava com o coração, mas isso não foi suficiente por um tempo, toda a papelada envolvida que caia em suas costas apenas e a pressão de ser um chefe sem treinamento para alguns universitários querendo experiência era insuportável.
Todos os dias ele se via preso em seu escritório até altas horas desesperado atras de petições e recibos pedindo para que não acontecesse nada com seu bem mais precioso e que ele não se arrependesse de ter tomado aquele grande passo. Se bem que sua mãe sempre dissera para ele que coisas boas vem para quem se dedica, ele só não tinha achado seu pótinho de ouro atrás do arco-íris ainda.
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pretty baby ☆ l.s
FanfictionA.U. onde um ômega prepara massas com amor e um alfa tem problemas em dizer não. ☆