1 - Robin e Nanami

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- Por favor, Nanami, por favor, eu te imploro.

- Eu já disse uma vez e direi de novo. Não irei fingir ser seu namorado.

- Nanaminnnn – ela gemeu quase se ajoelhando. – Eu te imploro, faço qualquer coisa. Juro, qualquer coisa.

- Primeiro, não me chame de Nanamin. E em segundo lugar, não. – Ele disse calmo enquanto separava alguns papéis e se preparava para sair da sala de Robin.

- Você vai aceitar, Nanami, você vai aceitar – Ela tentou parecer ameaçadora, mas Nanami achou fofo e apenas riu, acenando rapidamente e indo em direção a sua mesa para trabalhar. - Eu juro que te odiaria se conseguisse. – Ela falou como se o homem ainda estivesse na sala.

Mesmo que quisesse, Robin nunca poderia ficar brava com seu melhor amigo, porque, bem, ele era seu melhor amigo. Depois de ficar alguns segundos pensando, ela percebeu o quão estranho foi o pedido, o loiro claramente nunca aceitaria fazer aquilo.

Robin Dreyar também não faria se pedissem.

Por pensar assim, ela perdoou Nanami, mesmo que não houvesse um pedido de perdão. Desde que conhecera Kento Nanami, Robin Dreyar entendeu a simples personalidade dele. Amante de música clássica e filmes de época, além de uma habilidade incrível para cozinhar – para ela, os pães que ele fazia eram os melhores.

Outro detalhe importante era a tamanha sinceridade de Nanami. Ele não tinha medo ou vergonha de expor sua opinião. Se estivesse incomodado, falaria algo, se visse alguma injustiça, faria algo. Este era Kento Nanami.

Este era o homem que Robin considerava seu melhor amigo.

Suspirando em sua cadeira, ela levantou-se para olhar as enormes janelas de sua sala e as ruas de Tokyo foram o foco do seu olhar. Era besteira, total besteira pedir que Nanami a acompanhasse no jantar de família.

Descansando a cabeça no vidro, Robin começou a pensar sobre os acontecimentos da última vez que passou o fim de semana na casa dos pais, há um ano, considerado por ela, um dos dias mais traumáticos e estressantes de sua vida.

Pela primeira vez ela tinha um namorado e alegremente resolveu leva-lo para conhecer sua família. No final da noite, para resumir, Robin pegou seu namorado a traindo com sua irmã. Aliás, eles estavam juntos até hoje.

Passando as mãos no cabelo, com cuidado para não bagunçar, Robin tentou esquecer os eventos daquele dia e, ainda olhando para a vista linda que sua janela a proporcionava aceitou que teria que encarar sua família sozinha. A mulher aceitou que teria que ver sua irmã e o ex-namorado, juntos e felizes enquanto ela estava triste e solitária.

Suspirando pela quinta vez, ela balançou a cabeça e voltou ao trabalho.

Kento Nanami não entendia muito bem como funcionava a cabeça de Robin Dreyar. Mesmo que eles fossem amigos há anos, ainda era algo confuso para ele. Não que ele não gostasse dela, pelo contrário, Kento amava Robin.

Ele demorou algum tempo para perceber que nutria sentimentos por ela mais fortes que os de amizade, porém, fez o máximo para rejeitar a ideia que poderia estar apaixonado por sua amiga. Porém, depois do dia em que ela foi a sua casa atrás de consolo, Kento aceitou que estava perdidamente apaixonado.

Passando as mãos pelos cabelos loiros, ele suspirou se levantando, estava na hora do almoço e ele queria comer na simples padaria do outro lado da rua, pegando seu celular em cima da mesa, mandou rapidamente uma mensagem para Robin, perguntando se ela iria acompanha-lo rapidamente recebendo uma resposta afirmativa. Ele pegou sua carteira e se dirigiu calmamente para sala da mulher.

E se fosse verdade - Kento NanamiOnde histórias criam vida. Descubra agora