Depois dos trinta

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Aos dez anos me sentia adulta;

Todos me chamavam de criança.

Aos quinze fui criança;

Com direito as infantilidades.


Aos dezoito fui adolescente.

Jovem era a palavra usada,

Fase aquela toda errada;

Nem adulto, nem criança.


Aos vinte me sentia uma criança.

Com falhas, sem experiência alguma.

Aos vinte e cinco fui jovem;

Com todos os encantos e novidades.


Mas vieram os trinta.

Queria ser criança;

Todos me chamavam de adulto.

Tudo seria explicado,

Muito seria experiência;

Tanto seria quase...


Agora entendo perfeitamente

Porque não me lembro

Como me chamavam antes dos cinco.

O momento certo era agora

Para ouvir a sua voz dizer:

— Te amo bebê!

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