Part 02

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M.

Na manhã seguinte eu acordei antes de Carina, o dia ainda estava dando de clarear, olhando no relógio percebi que acordei uma hora antes do meu horário habitual. Tentei dormir novamente, porém o sono não veio. Isso acontecia sempre que minha esposa e eu brigávamos, não era com tanta frequência.

Eu realmente estava chateada com ela, pode até parecer uma situação boba, besta, idiota, mas não para alguém como eu, ainda mais quando se estar planejando a férias em família durante meses, se frustrando com todas as tentativas, e quando pensei que ia dessa vez, com três dias para viagem a italiana vem com o papo de "Desculpa amor, mas a viagem vai ter que ser cancelada novamente".

O meu silêncio era o modo de lhe dar o gelo necessário, até que a "ferida" se feche. Mas sabia que isso não duraria muito,afinal eu ainda sou completamente besta por essa mulher. Os anos podem passar,mas tem certas coisas que não mudam.

Coloquei as coisas para fazer o café, logo recebendo Flora toda animada pulando em minha perna.

-Bom dia amor da mamãe. -fiz um carinho em sua orelha, e fui abrir a porta para que ela pudesse brincar um pouco lá fora. De início eu era contra a cadela dormir dentro de casa, ainda mais quando a peguei dormindo na cama com Marina, mas minha esposa e filha acabaram me convencendo que estava tudo bem da filha de quatro patas ficar dentro de casa.

Aproveitei para abrir a portinha do celeiro do Bob, deixando ao seu critério sair ou não sair. Ele e flora se davam super bem, isso graças a insistência, advertências e obrigá-los a se amarem nas primeiras semanas de convivência.

-Flora cuida do irmão pra mamãe, mais tarde te darei um presente. -sorri colocando comida e água para os dois. Voltei pra dentro de casa, precisava terminar de preparar o café da manhã das duas que nem poucos minutos estariam em pé.

Apenas deixe que o lanche da escolinha pra Carina fazer, ela gostava de fazer isso pela filha. E eu deixava, afinal ela também é a mãe. Coloquei tudo em cima da mesa, onde tinhamos uma ótima visão do nosso jardim. O jardim era uma obra linda de Carina, com vazinhos feito a mão, plantinhas ali foram plantas por nós três, momentos simples que amávamos fazer, mas com o trabalho da morena consumindo o seu tempo, tem sido apenas eu e Marina mesmo a cuidar de tudo.

-Bom dia! -escuto a voz sonolenta da minha esposa.

-Bom dia, mamã! -a voz de minha filha não estava diferente da italiana. A bebê estava no colo de Carina,ainda dentro do seu pijama do Batman.

-Bom dia,meninas -deixei o leite ao lado dos pães e me aproximei para beijar a bochecha de Marina,apenas sorri para a morena que devolveu o sorriso.

-O beijinho da mamãe? -a bebê cruzou os braços nos fazendo rir.

-Desculpa!-e sem jeito encostei os lábios na bochecha da minha esposa.

-Beijinhos de amor, mamã. -seu dedinho indicador bateu nos lábios da mãe.

-Nina?! -Carina e eu dissemos em uníssono. Marina continuou com a carinha emburrada, braços cruzados. E conhecendo bem a minha cria, acabei fazendo o que ela me pediu. Selei os meus lábios com os da italiana. Aquilo não era um grande sacrifico para mim, longe disso, mas estávamos nos evitando nos últimos dias.

Minha bebê bateu palminhas animada nos fazendo rir. Essa menina era uma figura mesmo.

[...] Depois de fazermos o desjejum, eu subi com Marina para arrumá-la antes de sairmos. A menina entrava dez pras oito na pré-escola, e eu as oito e quinze no trabalho, o horário batia certinho, pois sempre chegava a tempo no trabalho.

Little Seed | MarinaOnde histórias criam vida. Descubra agora