Flor e esquema

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Já era noite quando o trio recentemente formado estava a postos atrás de algumas informações.

O carro do detetive Woo era o que levava ambos pelas ruas iluminadas de Seul, no passageiro era possível ver Mingyu concentrado em ler várias fichas que estavam espalhadas pelo seu colo, enquanto Vernon, atrás do famoso Civic, se preocupava em contar alguns detalhes aos detetives. Nessa bagunça toda, Wonwoo ficava atento ao volante, contudo, sua cabeça estava a todo vapor, trabalhando afim de montar qualquer estratégia possível para solucionar o caso.

- Então nós temos que ir até a casa dessa senhora... Foi o filho dela quem morreu?

- Não Mingyu, o neto dela, na real, achei estranho o cara de trinta anos ficar com a avó, como que ela está viva ainda?- Vernon racionava calmamente enquanto Mingyu se perdia em todos os papéis em suas mãos.

- Você acha que a senhora se disfarça como avó?- Wonwoo parou em um sinal quando fez a pergunta, virando seu rosto na direção de Mingyu, que de tanto ler e pensar carregava uma expressão empurrada, com a sobrancelhas curvadas e um bico enorme nos lábios, afastou a vontade grotesca que tinha de socar o mais alto.

- Não acho, tenho certeza! E ainda creio que o "neto" morreu sem saber que a avó era realmente sua mãe.- Mingyu arregalou os olhos quando ouviu a fala de Vernon.

- Caralho... Olhem isso: no dia 4 de março a avó dizia ter passado a noite com ele em casa, porém ele foi visto as uma da manhã na conveniência do posto perto de sua casa, estranho não?

- O que isso pode nos ajudar seu pateta?- Wonwoo fora quem xingava seu parceiro que riu diante ao apelido.

- Porque na manhã do dia 5 de maio ele já estava morto.

- E se a avó barra mãe soubesse que ele iria sair? Que ele estaria na cena do crime porém não contava que ele iria morrer?

- Por uma parte faz sentido Vernon...- Mingyu parou seu reboliço sobre os papéis e olhou na direção de seu parceiro, que se calou a algum tempo.- O que você acha Wonwoo?

- Eu acho que devemos conversar com essa avó antes de pensar sobre isso tudo.

Todos se calaram após a fala um tanto óbvia do detetive. Wonwoo já estava dirigindo a algum tempo tentado chegar no local a qual a ficha dizia morar a senhora muito nova para ser avó mas muito velha para ser mãe. Mingyu em determinado momento parou de analisar folhas e mais folhas dando atenção ao seu parceiro, Jeon Wonwoo a todo momento o deixava surpreso, reconhecia suas habilidades de raciocínio e de lógica, pela primeira vez havia encontrado alguém do seu nível: chato, inteligente, meticuloso e exigente. Sonhava a anos achar no mundo qualquer pessoa que batesse de frente contra suas ideologias e pensamentos, e agora finalmente possuía um, bem ao seu lado, trabalhando juntos em prol da justiça.

- Chegamos, desçam.- Disse Wonwoo.

Não demorou nem dez segundos para os três detetives pularem do carro e verem sua localidade. O subúrbio pela noite era algo perigoso, a pouca iluminação deixava tudo mais marginal e o silêncio, onde algumas vezes era quebrado por algum barulho alto de carro ou gritos, fazia com que a pele de Wonwoo se arrepiase.

- Wonwoo é nove da noite, você acha mesmo que ela vai nos atender?- Vernon perguntava bem ao lado do detetive Kim, ambos observando a casa um tanto acabada graças ao tempo.

- Nós temos um mandato Vernon, se ela não abrir colocamos a casa toda pra baixo.- Wonwoo já se encontrava indo em direção a portão ao passo que apertava a campainha.

Demorou alguns minutos para uma senhora a beira dos cinquenta anos abrir a porta para os três homens, de imediato a mulher ficou surpresa e receosa, já que não era normal alguém bater em sua porta bem nesse horário. Wonwoo era quem estava tomando a frente, mostrando seu crachá de identificação do FBI, exigindo entrar para ter uma conversa tranquila com a mulher.

𝚍𝚎𝚌𝚝𝚎𝚝𝚒𝚟𝚎Onde histórias criam vida. Descubra agora