Pera...Deserto?

23 1 2
                                    

Quieto. Que palavra interessante. Por exemplo, Tudo ao meu redor está silêncioso, mas não está quieto, por mais que eu não ousa um son sequer. Tudo está uma bagunça. Vejo luzes fortes , que quase me cegam, figuras distorcidas se movem ao redor,e se aproximam , vestem um azul claro, e...máscaras brancas ,se agitam e parecem me tocar ,mas ,não sinto nada ,só o frio. Não consigo me mecher, não consigo focar em nada, tão frio , então tudo para e escurece , e por um instante ficou realmente quieto.

     - Acorda Helena! Helena!- uma voz forte , e braços pouco delicados me sacodem, brutalmente, me obrigando a acordar.

Com pouco ânimo me forço a abrir o olhos , e rapidamente me deparo com um sol estridente e vivo, instantaneamente um ar quente e abafado se bate contra o meu corpo e queima em meu pulmão ao respirar, e confesso ,não foi nada agradável.

     -Ela está viva! - a mesma voz grita ,agora um pouco mais tranquila e afeminada, se trata de uma mulher.

Ela me encara, quase sorrindo, mas se mantendo contida em sua expressão séria.

Seus cabelos estão presos em um rabo de cavalo bagunçado, são fios compridos,com leves ondas. Um vermelho vivo que refletia ao Sol e balançava no pouco vento do deserto. Espera. DESERTO?

Impusionada pela curiosidade, ou desespero, ponho me de pé. Minhas pernas tremem um pouco,mas nada preocupante.

Finco meu olhar sobre a garota. Sua pele é um tom moreno quente, e seus olhos verdes oliva. Ela tem traços bem marcantes , como o rosto pequeno e redondo, o nariz com a base mais larga e a ponta mais arredondada e com dorso curto, os lábios grandes, vermelhos e cheios, grandes maçãs nas bochechas rosadas, além de seus cílios compridos.

Alguns centímetros mais baixa que eu, seu corpo tem uma estrutura mais forte, Do tipo," melhor não caçar briga com ela" . Era um pouco ameaçadora. Usava uma blusa branca encardida, um colete de couro com bolsos internos, uma calça grande, sustentando por um sinto, mas não era um cinto qualquer, porque ele carregava um revólver de cada lado , mais uma pequena faca( tenho certeza que não é só na luta corpo a corpo que eu perderia) e desbotadas botas pretas de cano curto.

Ela franze um pouco as sobrancelhas e me estende um cantil. Tente me entender, eu não sou de aceitar coisas de estranhos, na verdade, acho que nem estava com sede, mas não tinha forças nem coragem para responder, estão pegei e tomei um gole, e me arrependo disso. A água estava quente e velha, e mesmo antes disso já devia ter o forte gosto de terra, ou areia, achei até que tinha veneno.

     - Misericórdia! - tossi e guspi aquele líquido, queriam me matar, só pode.

     - Deixa de frescura, tem sorte de estar viva. - me repreende com aparente impaciência- E ainda bem que está, me deve cem carmins pelo resgate do príncipe. - seu rosto se franze em um sorriso orgulhoso.

     - Des-desculpa,mas, do que você está falando? Quem é você?

A garota muda sua expressão, e me analisa. Aparentava , ou melhor com certeza estáva confusa. Um certo desespero consome seu rosto , ela rapidamente corre a uma pequena e mal feita tenda Vermelha.

Ao olhar ao redor finalmente descobri o que quer dizer a frase: " No meio do nada". O deserto seguia o horizonte, deixando somente a tenda e de baixo dos meus pés um pano( que de tao sujo, encardido e velho , já nem sei a sua verdadeira cor) , não muito grande, separando da areia uma mochila de costas azul marinho, uma faca, duas toalhas que antes me serviam de travesseiro, uma caixa termica fechada, e o meu ja conhecido cantil.

Fios de suor escorriam pela minha testa, senti sede , mas nunca que beberia aquele veneno novamente, torcia para que aquela caixa tivesse algo um pouco mais apetitoso, ou eu morreria de desidratação.

Da barraca saem a ruiva e um garoto. Ele da um leve sorriso e acelera o passo, ultrapassando a garota.Seu cabelo era um castanho claro, num corte curto, mas os fios estavam um pouco irregulares. Sua pele é bem clara e ,seus olhos, seus olhos sao um magnifico azul oceano, mas , diferente dos outros, em vez de água, estava mais para fogo. Pois as chamas mais fortes se tornam azuis,seria isso?

   -Helena!- ele me abraça fortemente, mas logo me solta e me encara- Aquele idiota teve sorte de você estar viva, porque se nao estivesse ...- o menino encara a cabana e se volta novamente para mim.

Estava completamente paralisada. Quem eram aquelas pessoas? Eu Quase morri? Quem tentou me matar? Minha mente está confusa agora, e estou demonstrando isso, ou pelo menos parece pelo jeito que me encaram.

   - Liva , oque voce quis dizer com aparente amnésia? - caminha até a menina.

    - Pergunte a ela. Ou melhor ,a ele. - a ruiva inclina levemente a cabeça em direção à tenda.

   - Se lembra de alguma coisa? De alguém? - balanço a minha cabeça em negação-Ok. Livy , onde está o diário?

   - Com o princípe, ele não solta de jeito nenhum. Só vai entregar pra ela.

     - Eles não vão conversar! Vou tomar dele ,é simples.

      - Não vou correr o risco de solta- lo! Essa operação e minha, fique a vontade se quer ir embora. - seu corpo exala calor, seus olhos estão um amarelo avermelhado, sua voz é firme como uma rocha .

     - Vou mesmo, e ela vai junto. Não vou correr o risco de deixá-la confusa até anoite, vai matar a jente!

   - Oque vai nos matar? - minha voz falha ao sair, ressaltando a minha eminente covardia, afinal, qual é a minha função nessa história?- Quem eu sou?

Liva se curva a minha frente , e com um sorriso pronuncia:
   - Você é Helena Corvely ,descendente mística de Sibil Corvely , a bruxa de Briva.

************************************

HEY JENTE, ESSA É A MINHA PRIMEIRA HISTÓRIA, ESPERO QUE GOSTEM

PQ EU TO AMANDO;)






A bruxa de Briva Onde histórias criam vida. Descubra agora