(Itálico é passado, ênfase ou pensamento. Lembram de mim?)
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"De quem foi a ideia de passar uma semana longe de Sarah?" - Juliette perguntou rodando na cadeira do enorme quarto enquanto seu irmão tentava em vão manter a morena quieta no lugar. "Quem é que fica longe do par antes do casamento?! Isso não faz sentido!" - continuou com o rosto raivoso.
O irmão de Juliette ria enquanto travava a cadeira da morena com a perna. "Tua! Num foi não, Débora?" - o rapaz respondeu rindo enquanto virava o corpo para encarar a futura madrinha de casamento.
"Sim..." - Débora respondeu balançando a cabeça em concordância. "Tu disse que a saudade ia fazer bem pra noite de núpcias e pra lua de mel, bicha..." - continuou dando atenção ao neném que se mexia sem parar entre os braços.
Juliette revirou os olhos e o rosto ficou mais triste do que com raiva. "Deixe eu ligar pra ela, amiga..." - disse com os olhos pidões. "Tô com saudade da voz rouca no pé do meu ouvido." - completou fazendo um bico para a amiga.
"Amiga, tu acha que essa cara vai te levar a algum lugar comigo? Eu já tô acostumada, querida." - Débora respondeu tirando risadas do irmão de Juliette e a paraibana bufou de raiva voltando a atenção para o espelho. "Amanhã vocês se veem, Ju. E não desgrudam mais uma da outra... pra sempre." - completou se levantando com cuidado e andando até a lateral do corpo da morena, a abraçando com um braço.
Juliette se calou e a única conversa que podia ser ouvida na sala onde o irmão formava inúmeros penteados para ver qual seria o que a paraibana mais gostaria de usar na manhã da celebração do casamento dela com a loira era dele e Débora trocando muitas ideias sobre maquiagem e penteados. Ela aproveitava para tirar varias fotos enquanto implicava a sagitariana para desfazer o semblante triste que tinha. "Você quer provar o vestido de novo?" - Débora perguntou em um tom manhoso. Os olhos de Juliette se acenderam quase instantaneamente mesmo que ela tentasse disfarçar da melhor maneira que podia. "Isso sempre te anima..." - a amiga continuou até que a morena cedeu aos sorrisos que se formavam naturalmente enquanto ela buscava o vestido pela sexta vez naquela noite.
Lágrimas sempre vinham aos olhos todas as vezes que a sagitariana colocava o vestido no corpo. Ela se olhava no enorme espelho em meio as maquiagens e pinceis do quarto do hotel onde estava hospedada enquanto Débora e seu irmão a observava completamente emocionados. Juliette se mexia lentamente em frente ao grande vidro aos olhos dos dois e até o bebê parecia prestar atenção em como ela estava belíssima, mesmo com o cabelo desfeito de tantos penteados e sem qualquer maquiagem no rosto. O sorriso parecia iluminar o ambiente e apenas ele era suficiente para fazer travar a respiração de qualquer um que a visse. A peça escolhida também seria surpresa para todos os convidados, inclusive dona Fátima que não se aguentava de curiosidade. As únicas pessoas que haviam visto a morena usando o traje escolhido foram Débora, o irmão e dona Abadia. O casal teve a ideia de fazer uma pequena troca e a sogra acompanhou a paraibana na prova de vestidos enquanto dona Fátima foi com Sarah em outras lojas e outros horários para que a loira escolhesse o que usar também.
O tempo parecia se arrastar e Sarah tinha a impressão de que os ponteiros corriam ao contrário naquela noite. A cada olhar lançado para o relógio de parede acima do espelho do quarto do hotel, o tempo parecia voltar. A loira observava o rodar dos ponteiros enquanto Gil e Roberta conversavam animados deitados na cama do hotel. A correntinha prata que recebera de Juliette ainda no programa estava de volta ao pescoço e ela passava os dedos no pequeno pingente com os olhos perdidos no relógio. Um sorriso fino estampava o rosto e ela parecia não ouvir nada do desenrolar da conversa que acontecia ali naquele quarto. A brasiliense suspirou e piscou repetidas vezes voltando os olhos aos amigos que cessavam o papo para encara-la. "Eu não posso casar com a Juliette." - a canceriana disse baixo.
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Tudo é questão de jogo
FanfictionSarah e Juliette acreditam que toda a aproximação feita por ambas é questão de jogo. Pouco elas sabem.