Três pessoas, completamentes diferentes uma das outras, envolvidas em um triangulo amoroso escolar, dois professores e uma aluna.
O que fazer quando você está terrivelmente atraída pelo seus dois professores de biologia? O que pode acontecer?
Lena i...
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Pov Kara
Respirei fundo, sentindo o aroma floral gostoso com o qual já estava acostumada. Toda vez que pisava na guarita do prédio de Mike, o cheiro das flores do jardim invadia meus pulmões, geralmente fazendo um sorrisinho surgir em meu rosto. Mas hoje eu estava preocupada, ansiosa demais para sorrir. Assim que me viu, Lewbert abriu a porta para mim, como toda sexta-feira, e eu entrei, respirando fundo outra vez. Trêmula, passei por ele, que me deu um sorriso amigável por detrás do balcão da portaria, e subi pela escada, inquieta demais para esperar o elevador. Aquela poderia ser a ultima vez que eu estaria naquele prédio. Meu estomago revirou de nervosismo.
Assim que o primeiro andar entrou em meu campo de visão, vi Mike me esperando com a porta de seu apartamento aberta. Minha garganta ficou totalmente seca assim que seus olhos castanhos me encararam.
Me aproximei da porta, com a respiração discretamente ofegante, mas sem nenhuma relação com os lances de escada que subi. Não soube como agir, até que ele abaixou o olhar e me deu espaço para passar. Com sérias dificuldades para respirar de tão apreensiva, eu entrei e parei a alguns passos da porta, de costas para ele, enquanto o ouvia tranca-la.
Tomando coragem, me virei em sua direção, o observei encarar o chão e prolongar aquele silencio sepulcral por mais alguns segundos.
- Como você tá? - ouvi Mike murmurar, com um pouco de cuidado na voz, e quase não soube oque responder, porque seu olhar se fixou no meu.
- Bem. - respondi, com a voz falha, e pigarrei de leve para firma-la. - E você?
- Já estive melhor. - ele falou, assentindo devagar e voltando a encarar seus próprios pés. - Não que se sentar? - ele disse, me olhando novamente depois de algum tempo quieto, e indicou o sofá com um gesto de mão. Me sentindo uma visitante incômoda, fiz que não com a cabeça e esbocei um sorriso cordial, evitando olhar em seus olhos. Mike respirou fundo, colocando as mãos no bolso da bermuda bege, e perguntou, com a voz baixa: - Como foi a excursão?
Soltei um discreto sorrisinho miserável ao ouvir sua pergunta, me lembrando de todos os péssimos momentos daquele dia. Nem que eu quisesse seria capaz de explicar o quão torturante aquela excursão tinha sido.
- O que você acha? - murmurei, encarando meu tênis com a expressão vazia. - Não podia ter sido pior.
Mike abaixou seu olhar, parecendo um pouco culpado pela minha resposta, e eu continuei:
- Ter que passar o dia inteiro com pessoas que eu não gosto e que também não gostam de mim, quase perder o chaveiro que minha avó me deu de presente, e para encerrar com chave de ouro, quase ser assaltada enquanto esperava minha mãe ir me buscar na escola. Grande dia, sem dúvida.
- O que? Você quase foi assaltada? - Mike repetiu, com a voz um pouco sobressaltada e eu pude ver seu rosto demonstrar preocupação. - Como assim?
