Capítulo 35 - Epílogo

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Último capítulo, vamos lá...

Respire. 

Mantenha a calma.

Pense.

Tudo vai dar certo.

Voltei a fixar meus olhos na diretora, e entrei na sala, fechando a porta trás de mim.

Caminhei rapidamente até a cadeira vazia, que graças a deus, ficava na ponta, ao lado da de Lena. Pelo menos eu não precisaria ficar perto de Mike, muito menos de Eve.

- Imagino que saibam por que estamos aqui, certo? - a diretora Scott disse, olhando para mim e para Lena, que assentiu. - Não deve ser surpresa para nenhum das duas o fato de que o professor Mon-El fez algumas acusações a seu respeito, então.

Engoli em seco, vendo-a nos encarar incisivamente. Um silêncio tenso caiu sobre nós, até que Lena o quebrou.

- Ainda assim, eu gostaria de ouvir o que o professor Mon-El tem a dizer. - ela falou, extremamente séria, e ela ergueu uma sobrancelha, como se achasse seu pedido uma perda de tempo. - Receber uma punição sem ouvir as acusações seria o mesmo que assinar um contrato sem lê-lo.

Após alguns segundos de reflexão, a diretora pareceu convencer-se.

- Por favor, professor Mon-El, repita o que me disse há pouco. - ela assentiu, voltando seu olhar para Mike, assim como todos nós. Ele me lançou um rápido olhar antes de começar a falar, e eu me senti estranhamente enjoada

Talvez prevendo o que viria.

Franzi a testa, sem me recordar do momento em que tal fato havia acontecido. Talvez porque ele não havia acontecido.

- Ela sempre teve essa obsessão por mim, desde que comecei a dar aulas para a sua turma. - Mike prosseguiu, e eu senti que precisaria de muito esforço para que meu café-da-manhã, ainda sendo digerido em meu estômago, não fosse parar sobre a mesa da diretora. - Eu sempre tentei evitar qualquer tipo de aproximação desnecessária, até o dia em que ela se cansou de meu comportamento profissional e ameaçou me acusar de abuso sexual se eu não aceitasse um relacionamento íntimo.

Meu rosto estava congelado numa expressão incrédula, ultrajada e revoltada. Eu só podia estar delirando... Não havia outra explicação plausível.

- Eu preciso do emprego, não tenho a vida ganha. - ele continuou, com a expressão inocente, e minhas mãos se fecharam em punhos em torno dos apoios laterais da cadeira. - Por isso, temendo que ela realmente me denunciasse, eu aceitei sua condição, mas sempre pensando numa forma de fazê-la voltar atrás e retirar sua ameaça. Felizmente, após algum tempo, convencida de que eu jamais poderia retribuir seus sentimentos, ela me libertou de sua chantagem. Infelizmente, porém, seu foco desviou-se para outro professor.

- No caso, a professora Luthor. - a diretora disse, e Mike assentiu. Meus olhar estava inconscientemente cravado nele durante todo o seu falso depoimento, e eu não me surpreenderia nem um pouco se ele e Eve começassem a pegar fogo dali a alguns segundos devido ao meu ódio. Olhei rapidamente para Lena, vendo-a encarar a mesa com o rosto isento de expressão.

Ela já esperava truques baratos como aquele.

Eu também já. Mas não tão baratos como simplesmente jogar toda a culpa para cima de mim. E ainda por cima, trazer Eve, cuja presença eu ainda não entendia.

- Não foi muito difícil para ela fazê-la corresponder seus sentimentos, já que seu histórico entre as alunas do colégio sempre foi bastante comentado. - ouvi Mike falar, e decidi adotar a tática de Lena e não olhar mais para ninguém; mantive meus olhos baixos e o maxilar trancado, recusando-me a assistir àquele momento deplorável. - E honestamente, diretora, eu não creio que seja esse o tipo de profissional que uma instituição de ensino tão renomada queira ter em seu corpo docente. Além do fato de que a senhorita Zor-El claramente necessita de suporte psiquiátrico, afinal, ninguém em seu perfeito estado mental faria o que ela fez.

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