Margaridas Brancas

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Número de palavras: 4.947

Londres, 2016.

Quando a rosada chegou em fim na casa de seus pais, Tonks relatou todo o ocorrido para Andrômeda, que ouviu atentamente cada detalhe daquela narrativa absurda com uma expressão assustada no rosto. Se aquela história não fosse um tanto trágica, certamente seria cômica de alguma maneira sádica.

Alguns dias após o ocorrido, Tonks começou a ficar verdadeiramente angustiada com a falta de notícias sobre o paradeiro de Marlene. Ela não recebeu uma única ligação, mensagens e tampouco as pessoas que tinham em comum souberam informar o estado da loira. Sirius simplesmente se isolou do mundo ignorando todas as mensagens que Tonks enviou na esperança de restaurar a amizade que o primo tinha com o Lupin, mas nenhuma ligação ou mensagem foi atendida.

O sumiço do Lupin também foi outro tópico que a deixou inquieta, ele não entrou em contato em nenhum momento desde o final de semana, ele nem sequer apareceu na floricultura em benefício da venda fazendo a rosada concluir que provavelmente o advogado a odiava. Como poderia ser diferente? Ela o deixou literalmente sozinho no meio daquele circo, abandonou o seu parceiro de crime como se ele não significasse nada. Sentia-se péssima por pensar que Remus poderia estar chateado com a atitude dela, ela sentia falta da presença dele e da maneira como ele sempre parecia saber a coisa certa a se fazer. Céus, ela era uma pessoa tão horrível? Ela queria se redimir, dizer que sentia muito e arrumar a relação dele com o primo, afinal era por culpa dela que agora eles provavelmente estavam separados.

— Senhor Lupin — a secretária do advogado o chamou batendo delicadamente na porta do seu escritório — Posso entrar?

— Claro, fique a vontade — permitiu dando abertura para que uma jovem moça entrasse em sua sala segurando um pequeno buquê com quatro rosas azuis.

— Chegaram para o senhor — ela avisou colocando as flores sobre a mesa do Lupin e, após um breve agradecimento, a mulher abandonou a sala.

— Dora — ele sabia que era dela, nunca recebeu flores de ninguém e somente ela poderia saber sobre as rosas azuis. Remus levou os seus dedos delgados até o o pequeno cartão entre as rosas, encarou a caligrafia um tanto desleixada da rosada que o convidava para um almoço e sorriu apaixonado.

Estavam a três dias sem terem notícias um do outro e, apesar dele possuir uma parcela equivalente de culpa naquele tempo separados, ele admitia que sentia a ausência dela ao seu lado. Na realidade, pensava naquela mulher a maior parte do seu dia e nem mesmo quando dormia a sua memória dava a ele um pouco de descanso. Sentia falta de conversar com ela, de sorrir das suas brincadeiras, de tocar em seu corpo e sentia saudades da atmosfera alegre que ela exalava ao seu redor. Por que raios ele demorou tanto tempo para entrar em contato com ela se visivelmente a distância o afetava?

Tudo aconteceu extremamente rápido depois que ela fugiu da cerimônia de casamento. Quando em fim conseguiram tirar o Black de cima do noivo, Peter fez um verdadeiro escândalo quando descobriu que os papéis do casamento estavam despedaçados sobre a mesa e, seguindo uma cronologia lógica, Tonks recebeu toda culpa por aquela confusão. A gritaria foi horrível e todos queriam palpitar na situação, parecia uma verdadeira guerra de desentendimentos que resultou em um verdadeiro show de xingamentos e ofensas. Foram as 3 horas mais agitadas da vida daquele advogado sem sombra de dúvidas.

Remus e Sirius não estavam se falando desde aquele dia, mas o Lupin compreendia o amigo e estava dando a ele um pouco de espaço e tempo antes de esclarecer a situação. Ele estava chateado com muitas coisas que não necessariamente faziam sentido e, por isso, o advogado decidiu que não era a melhor hora para terem uma conversa sobre o casamento.

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