"eu te amo"

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Eijiro já estava começando a se cansar daquilo, mas os amigos estavam muito inertes na conversa e toda vez que ele tentava mudar de assunto, para o que realmente interessava, era cortado.

Sentado naquela mesa, ele ouvia Haru contar mais uma de suas histórias vergonhosas, rezando aos céus que isso acabasse logo e que Bakugou não ficasse zangado consigo pela imaginação de sua irmã.

— Uma vez, o Eiji chegou muito bravo em casa, ele parecia o nosso cãozinho Red Riot — Haru comentou, lembrando de quando Eijiro chegará em casa espumando de raiva, batendo a porta do quarto com força e espancando alguns travesseiros. “coitadinho deles”, era o que a garota pensava.

— Por que ele estava com tanta raiva? — mina perguntou preocupada e curiosa, eram poucas coisas que deixam Eijiro nervoso, qual seria aquela?

— Ele disse que alguns colegas da escola estavam falando mal de um amigo dele. No outro dia ele chegou com uns machucados. Quando a mamãe perguntou se ele estava bem, ele disse que sim e que ela não precisava se preocupar.

— Eijiro se metendo em brigas? Essa é nova — Sero parecia incrédulo.

— Queria ter visto — Kaminari disse — da próxima vez me chama.

— aonde tudo isso me envolve?

— aaah. Então, mamãe deu um sermão e ele acabou soltando um: “não é nada másculo fugir de uma luta, principalmente quando essa luta envolve a honra e orgulho de um amigo.”  — a garota colocou as mãos na cintura e arrebitou o nariz, tentando imitar o irmão mais velho. — o amigo era você!

— Eu não falo assim.

— Fala sim. Da próxima vez que brigar por minha causa, eu arrebento essa tua cara. ouviu, idiota? — Bakugou perguntou ríspido. Não queria que Eijiro se machucasse por sua causa, mas não conseguia evitar de sorrir. Kirishima era realmente uma caixinha cheia de surpresas. Brigar pelo seu orgulho e honra? Brigar por ele? Ele era estupidamente fofo.

— Mas eles estavam dizendo coisas horríveis e nojentas sobre você! — o ruivo rebateu.

— e quem liga para o que esses coadjuvante de merda falam?

— Eu ligo! Porque não é verdade. — Ele quase gritou, mas logo se recompôs, cruzando os braços e afundando na cadeira. Haru apenas observou.

— ok, não vamos brigar garotos, já passou — mina falou tentando aliviar a tensão — deixa a Haru continuar

— Vocês não prestam — O ruivo ainda iria matar Haru por meter ele nisso.

— Fica quieto, Moranguinho! Então, teve uma vez que ele falou “eu te amo” em uma ligação com o kat — a garotinha mal terminou de falar e todos já estavam rindo do ruivo enquanto ele tentava se justificar gesticulando com as mãos.

— Você realmente fez isso?? — mina não conseguia acreditar. Não, ela não estava com inveja! Mas Eijiro nunca falou "eu te amo" para ela. Eles se conheceram primeiro, poxa.

— Eu já disse que foi sem querer.

— Como você fala “eu te amo” sem querer, bro? — Kaminari questionou desconfiado.

— Sei lá, a gente estava encerrando a ligação e eu falei sem pensar. Foi automático.

— Então, você fala “eu te amo” pra todo mundo? — Bakugou perguntou.

— Eu não! claro que não. — Eijiro respondeu de imediato, não queria que Bakugou pensasse aquilo de si.

— ué, então você só fala pra ele? —mais uma pergunta estúpida, dessa vez foi sero. Kirishima já estava exausto daquilo.

— Não foi o que eu disse.

— então você não ama ele? — Foi a vez de mina. Aquilo estava parecendo um interrogatório. Eijiro não conseguia entender, por que eles estavam tão focados naquilo? Só foi um deslize. Quem nunca falou um “eu te amo” sem querer após se despedir de alguém? Tipo, para o entregador da pizzaria ou o carteiro. Acontece. É normal. Mas... Essa era a situação, certo?

— Eu amo. — silêncio... — Como amigo. — e mais silêncio — podemos mudar de assunto? 

kiribaku, ligação; Onde histórias criam vida. Descubra agora