「Capítulo: Três」

31 4 41
                                    

O colégio Peach Blossom era enorme, desnecessariamente enorme. Eu poderia me perder aqui dentro se não tivesse visitado o colégio duas semanas atrás. Na verdade, conheço um certo alguém que se perderia mesmo que estudasse por dois anos no colégio. Vários alunos já estavam presentes no colégio, alguns sentados nos bancos que rodeavam o câmpus e outros apenas caminhando pelo colégio. Assim que entrei no prédio principal, caminhei em direção às salas. Como já sabia qual sala iria ficar há algumas semanas, não teria que pedir informações a algum membro do Grêmio Estudantil.

Como tinha dito, há alguns dias atrás eu vim aqui para teoricamente conhecer o lugar que iria terminar o meu ensino médio. Mas na verdade, meu pai apenas não soube fazer a matrícula online e resolveu vir pessoalmente. Inicialmente, o colégio optou por que eu ficasse no dormitório escolar, mas isso limitaria a minha independência na cidade, então agora eu moro com a Tia Ellie.

Assim que cheguei na sala, respirei fundo e finalmente tirei meus fones de ouvido, tomando coragem antes de girar a maçaneta para abrir a porta.

"Pelo menos no seu primeiro dia, seja gentil com todos, Pietro.", uma voz ecoa pela minha mente.

— Bom dia! — Falei colocando um sorriso no rosto, entrando na sala.

Cumprimentei a representante da sala, além dos poucos alunos que já haviam chegado, e fui direto para meu lugar. A cadeira que ficaria era ao lado da janela, o que significava que pelo menos teria para onde olhar quando a aula estivesse chata. Ao colocar meus materiais, comecei a prestar atenção nos alunos da sala que ficaria. Todos parecem ser ricos e mesquinhos, definitivamente não são o tipo de pessoas que eu gostaria de ter como amigos. Sei que estou julgando todos pela capa, mas este é um colégio de elite, e confirmo: Um dos melhores do país.

"Nem todos serão desta forma, Pietro.", quase escuto a voz dele dizendo isto.

Se bem que não demorou muito para alguns alunos virem até mim. Eles se apresentaram e, tentando ser o mais educado que conseguia, dei atenção a todos. Alguns perguntavam coisas do tipo: "Há quanto tempo você deixa o cabelo crescer?", "Você já conhece o colégio?", coisas bem básicas e chatas. Comecei a perder um pouco da paciência na terceira pergunta e apenas respondia com um simples "sim" ou "não". Porém, a mesma voz na minha mente suplicava para que fosse um pouco mais amigável.

Mas, querida voz, isso é desconfortante pra caralho!

— Pietro, qual colégio você estudava antes? — Uma das garotas me perguntou, seu nome era Megan, pelo que lembro.

Forcei um sorriso e lhe respondi:

— Eu não sou desta cidade, então você não deve conhecer.

Eu odeio pessoas que forçam um sorriso em uma conversa. Também odeio pessoas falsas.

Porém, ironicamente, era justamente isso que eu estava fazendo agora.

Não queria falar com ninguém hoje. Não estava no clima para isso. Nunca estive no clima para nada disso. Entretanto, esse era o meu primeiro dia de aula naquele colégio e algo dentro de mim, um mísero ponto de esperança, me falava que eu poderia encontrar a minha lua nesse lugar.

Mesmo que fosse apenas 0.00001% de chances, eu inconscientemente aceitei acreditar nesses 0.00001%. Eu odeio meus pais por me darem essa falsa esperança. E me odeio por está dando combustível para que essa maldita chama cresça cada dia mais.

— De qual cidade você é? — Daisy, uma garota com cabelos cacheados e óculos, perguntou curiosa.

E então, respondi um pouco seco:

Sunlight: O Encontro do Sol e da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora