Capítulo II

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A menina estava sentada no pequeno sofá de janela desde que voltaram do maldito evento, a três dias

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A menina estava sentada no pequeno sofá de janela desde que voltaram do maldito evento, a três dias. Ela não estava com ânimo para descer aquela maldita escada e fingir fazer parte da família feliz que seu pai havia montado para ele sem sequer avisá-la. Fazia três dias que não seguia o roteiro. Três dias que sentia, sozinha, o peso de ser vendida e duas semanas desde que Giovanni havia adentrado aquela porta com aquela ordem mascarada de proposta. 

"É por vocês... Você e sua mãe. Esqueceu onde ela está? O quão exposta ela está?"
Respirou fundo. Era por Irina, e somente por ela. Não pela parte infantil de Eva que ainda ansiava por ter a família que tinha antes do acidente a corromper.
Ainda estava de camisola, apesar de o almoço já ter passado a tempo. Não havia descido para comer com o pai e tampouco desceria para o jantar.
A verdade era que evitava Karen desde o início de sua gravidez, a quatro meses. A loira, que já era intragável a ela antes, agora tornara-se insuportável. Eva sabia que esse gênio todo não era somente hormônio, mas sim orgulho de carregar um filho de seu pai na barriga. Um menino. Herdeiro.
Bufou com o pensamento. O pai havia feito tanto alarde com a notícia de um filho homem que fez por esquecer que já possuía uma filha mulher... Mas mulheres não contavam. Eram somente troféus ou máscaras para ajudar a colorir o caráter de um homem corrompido.
De repente, a escova que deslizava quase que sozinha pelos seus cabelos escuros foi tomada de sua mão, e os fones de ouvido, que tocavam uma música pop de procedência duvidosa, foram arrancados com certa violência, fazendo-a virar para o intruso.
-Pai.- Disse secamente,  enquanto se virava para ele.

-Levante-se menina! - Bradou Giovanni. A regra era clara: Levante-se quando um chefe de casa adentra no cômodo onde está. Dependendo do grau de importância, o faça com mulheres também. Era uma das mil formas de mostrar respeito que a garota foi ensinada. Revirou os olhos, recebendo um olhar feio do pai, todavia se colocando de pé.

-Esqueceu que tem família, Evelise? - A menina engoliu a risada, jogando o cabelo longo para trás dos ombros.

-Não me sinto bem. Me desculpe.-Replicou rapidamente. Não era totalmente uma mentira mas Giovanni estreitou seus olhos.

-Não se sente bem a quatro meses?- Inqueriu, afiado. Não é que Eva fizesse questão de esconder a antipatia pelo teatro do andar de baixo, mas não sabia que estava tão obvio.

-Não me force, pai. - A raiva nublou as feições do homem. 

-Criança ingrata...Sabe que quase perdi meu pescoço para arranjar esse casamento, não sabe?- Eva engoliu a risada.

-Me oferecer como uma vadia é um sacrifício tão grande?- Antes que pudesse calcular, os dedos de Giovanni já se fechavam em volta do braço dela com uma força que certamente deixaria marcas. 

-Engula esse temperamento, ou o farei por você.- Eva praticamente engoliu em seco, sentindo raiva de si mesma por temer.

-Quer mesmo deixar sua mãe mofar naquele hospital sem alguém para vigia-la? Estamos em uma situação delicada, não é uma criança ignorante. Pense no que os russos fariam com ela....

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