one - na visão de Ron.

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Ele não acreditara no que acaba de ouvir. Harry diz apenas que temos de salvar sonserinos. E um deles, ainda por cima, é o Malfoy, O Malfoy!

Eu não podia, não queria, não deveria. Simples assim. Eu nunca chegaria ao ponto de salvar um mero sonserino orgulhoso e rude. Nunca!

Mas meus pensamentos são jogados para puta-que-pariu. Eu fico preso com o olhar de Blaise Zabini, o qual parecia apavorado, ansiando de ajuda e liberdade. Nada de orgulho ou quaisquer sentimento mal. Eu sinto um calafrio de baixo a cima na barriga, algo que nunca havia sentido, mas que me fez segurar a mão de Zabini, e colocá-lo na minha vassoura.

Acordo do sonho, o mesmo desde aquele dia que salvei Blaise Zabini da morte certa. Tão pouco tempo, mas também, tão longo...

Balanço minha cabeça em negação, me levanto, e vou lavar meu rosto com a água fria da torneira. Queria apenas que nunca tivesse acontecido aquilo. Era desgastante acordar cedo quando se dorme tarde – o que, particularmente, sempre acontece.

Ele queria dormir mais, mas sabia que não conseguiria, graças aquele sonho que o deixava com aquele calafrio.

Sua imagem no espelho estava de desgaste total, e de sono, óbvio. Ele mal ficava em pé, estava bem solto. Podia cair com um simples peteleco.

Negou mais uma vez com a cabeça, se esforçando para não lembrar-se do sonho ou do sonserino.

Saiu do banheiro atordoado, estava pálido e gelado. Mal sentia seu corpo. "Vou comer alguma coisa, faz já uns dias que não como." pensou, lembrando-se dos 3 dias que ficou de cama por mal conseguir ouvir as pessoas ao seu redor, e pior, não conseguir comer uma migalha sequer.

Ele esperava seu suco de laranja para tomar com seu croissant. Sentiu, mais uma vez, seu estômago roncar, então deu mais uma mordida em seu croissant de chocolate, o que o faz sentir-se melhor.

— Aqui seu suco... e frutas. — um elfo o dizia espalhando frutas pelo prato do ruivo.

— Não precisava.

— É, mas frutas tem vitaminas, podem te fazer sentir melhor. — ele dá um sorriso torto, e eu agradeço.

Comi calmamente meu café da manhã, e vou para a primeira aula do dia, Poções.








Era a hora dos anúncios da professora, e nova diretora, McGonnagall.
— Alunos, atenção! — ela começa em seu tom autoritário de sempre.
— Tenho de informa-los que, a professora Trawlaney estará testando-os para saberem informações sobre seu futuro, dicas para que dê tudo certo no futuro. — Trawlaney se levanta e cochicha no ouvido de McGonnagall algo.
— Ela achou melhor deixar as aulas para lá hoje e terminar todos os testes hoje mesmo. No máximo amanhã. — ela senta-se em sua cadeira e libera a passagem da comida nessa história.

Eu comi em silêncio, diferente da maioria das pessoas naquele dia. E a imagem de um moreno de cabelos negros me fazem sentir o arrepio que me conecta com Zabini. Por que ele não sai da minha cabeça? Por Merlin, ele nunca fica um dia sem aparecer em meus pensamentos.

— Rony, — ouço a voz doce de Hermione ecoar nos meus ouvidos.
— você está ficando cada dia mais aterrorizante com estas marcas em teus olhos e bochechas. Dá para ver que você não dorme bem de longe. —
Ela declara, apavorada.

— É, cara, você também está bem viajado esses dias. — Harry fala entre mastigadas em seu bolo.

— Harry... — Mione começa, sem terminar.

— Foi mal, — fala engolindo o pedaço de bolo — eu esqueci...

— De novo. — completo.












O teste de Trawlaney foi nada a ver, mano, puta que pariu. "Ah, você vai se confudir com seus sentimentos..." porra, alguém dá remédios para ela?

Outras frases e dicas foram dadas, algumas como:
"As vezes, as pessoas não são o que parecem ser..." "Sobreviver é péssimo, viver é bem melhor!" "Perdoe as pessoas, você se sentirá bem melhor."

É cada coisa que ela inventa!

Avistei Harry e Hermione e fui ao encontro deles. Dei um selar na bochecha de Hermione, que sorri.

— Eu ainda estou aqui.

Rimos com o comentário de Harry, e alguém a mais nos acompanhou, mas era um riso debochado e forçado.

Draco Malfoy.

— Parece que alguém teve que terminar com a namorada. — Malfoy ri novamente, o que só me faz querer socá-lo até se distorcer no chão.

— Aham, — Harry diz indiferente — e o que você — ele aponta para Malfoy — tem a ver com isso?

— Tudo. Afinal, é meu papel saber tudo sobre você, para te importunar.

Eu me encosto na parede revirando os olhos, e percebo a presença de Blaise Zabini. Logo, lembro da pergunta que tanto queria fazer a Mione.

— Mione, o que quer dizer quando se sente um calafrio de baixo a cima da barriga? — pergunto rapidamente.

— Oh, é quando... você está apaixonado, então, ao ver ou pensar na pessoa, é normal sentir isso. E eu chamo de borboletas no estômago. — ela responde incerta. E eu... tenho um surto interno ao pensar que gosto daquele sonserino. Era impossível. Eu era hétero... SOU! Sou hétero.

Sinto-me esquentar e percebo que Malfoy e seus amiguinhos ouviram.
— Oi? — ele solta um riso — Parece que alguém está apaixonado, hein!?

— Por que você não deixa a gente em paz, Malfoy? — respondo com uma pergunta.

— É, Draco! — Harry quase grita.

— Hã? Deixá-los em paz? O que é isso?

— É vazar nesse exato momento. — revido rapidamente.

Ele revira os olhos e vai embora. Junto dele, seus amigos.












Já era de noite, e estava muito frio mesmo! Eu me tapei até a cabeça e tentei dormir.

Depois de muito tempo sem conseguir dormir, decido dar uma volta por Hogwarts com a capa de invisibilidade de Harry. Eu pego e vou a caminho de um corredor pouco usado para observar a vista de lá.

Ao chegar lá, avistei cabelos negros e ouvi uns soluços fracos. Eu, por um momento travei, mas andei até ali e ouvi com atenção, além de ver.

— Se liga, Zabini, vocês têm 0% de chance de serem namorados. Zero.

Aquela voz era inconfundível.
Blaise Zabini.

Mas, de quem ele falava? Quem não iria namorar ele? Eu queria perguntar, mas não queria dar um susto nele nem nada.

— Por que tinha que ser justo aquele ruivo de sardas lindamente desenhadas, aquele que é o melhor goleiro de Hogwarts inteira, o mais gostoso, perfeito, fofo, forte...? — ele falava entre soluços — Por que Ronald Weasley?

Eu entrei em choque, e as "borboletas no estômago" começaram com tudo. Eu me senti no céu e no inferno ao mesmo tempo. Me senti livre e... vivo.
Pela primeira vez nesse ano, me senti realmente vivo!

Me senti extremamente mal por Blaise, então me aproximei e abaixei para consolá-lo. Ele precisava de um ombro amigo no momento.

— Então, é isso que você acha de mim? — sorrio enquanto falava estas palavras que fizeram Blaise virar para mim apavorado e tenso.

— Ron? — ele balbucia — Quer dizer, Weasley. — ele sorri torto.

— Você não me respondeu ainda. — arqueo as sobrancelhas.
— "aquele ruivo de sardas lindamente desenhadas"... — começo — "mais gostoso, perfeito, fofo" -

— Eu não falei isso! — mente.

— Falou. Eu ouvi. — digo apontando meus ouvidos.

— Merda.

| ʙʟᴏɴ | 𝖆𝖕𝖊𝖓𝖆𝖘 𝖊𝖚. [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora