É Mais Fácil Com Você

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Quando se é o único médico do seu grupo de amigos, todo o peso da responsabilidade pesa, principalmente quando se é melhor amigo de Eren Jaeger

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Quando se é o único médico do seu grupo de amigos, todo o peso da responsabilidade pesa, principalmente quando se é melhor amigo de Eren Jaeger.

Juro que não faço ideia dos motivos que levaram Mikasa a aceitar casar-se com ele sem sequer passar por uma avaliação de sanidade antes, ou fazer terapia durante seis meses com a mesma pauta "tem certeza que você quer ser esposa dele?", já que o Jaeger sempre aprontava e nos colocou em furadas durante a vida inteira.

A sua mais recente furada foi o motivo que me fez ter que dar um jeito de trocar de hospital por um tempo, também foi o que me fez aumentar o número de plantões que daria naquele mês.

Aparentemente, meu amigo colocou na cabeça que seria uma ideia brilhante se juntar com o Connie no curso de mergulho, até esse momento, nem eu, nem Mikasa estávamos vendo como as coisas poderiam piorar, mas claro que conhecendo os dois, elas piorariam drasticamente. Segundo sua esposa, os dois patetas concluíram o curso sem problemas, mas resolveram que seria uma ideia brilhante sair para mergulhar onde alguns pescadores de arpão costumavam realizar suas atividades, o resultado de toda essa ação foi o Eren se colocando entre um arpão para impedir a morte de um animal qualquer, ou seja, ele levou um tiro de arpão na perna.

E claro que depois do acidente a única pessoa para quem Mikasa poderia ligar seria pra mim, o que ocorreu foi que não sabia se acalmava minha amiga, que chorava mais do que um dia ela já havia chorado na vida – até porque o Connie mandou para ela que o Eren tinha sido atingido por um arpão e estava indo para o hospital, não contou o local o que a fez ficar ainda mais desesperada achando que o marido estava morto -, ou se corria para o local em que o meu amigo de infância estava afim de conversar com o médico responsável e resolver o que fazer.

Para resumir toda essa confusão, resolvi que daria meu plantão no hospital que o Eren estava, até porque sua esposa estava desgastada de tanto que chorou, ficaria lá para dar apoio para ela também. No geral ele estava bem, não sei como a sua perna resistiu e eu que não acredito em Deus comecei a achar se não era realmente a fé da Mikasa que tinha feito com que ele ficasse bem, mas lá estava o danado rindo como se nada realmente tivesse acontecido.

-Mikasa se preocupa demais, não é? – Meu amigo soltou uma risada assim que a esposa saiu para dar uma respirada, já que a mesma se recusava a voltar para casa sem o louco que ela casou. – Foi só uma furadinha.

-Eren.... Você teve um arpão na sua perna....

-Coisas da vida. Quem nunca teve um arpão na perna?

Respirei fundo, não adiantaria discutir ou conversar com ele, no fundo ele sempre acha que as besteiras que faz são as coisas mais normais do mundo, me deixando extremamente preocupado e me fazendo ser praticamente o médico dele. Ainda bem que tio Grisha também é médico...

-Ninguém nunca levou um arpão na perna, seu bocó! – Mikasa adentrou no quarto com sua melhor cara de brava, claro que ela tinha motivos, mas eu sempre soltava uma risada com os xingamentos que ela preferia usar quando estava muito estressada, que era o caso do "bocó". – Agora que isso te sirva de lição, foi na perna e você, aparentemente está bem, mas imagina se fosse em outro lugar? Não é você que vive falando que quer ser pai? Para ser pai tem que está vivo.

E foi nesse momento que percebi o clima mais tenso que o normal. Era a minha deixa para me levantar de onde estava e passear pelos corredores e esperar o clima se acalmar para poder voltar ao quarto do meu amigo.

Contudo, a agitação em uma das salas me fez mudar um pouco de rumo para poder entender a situação. E estava caótico, aparentemente o cirurgião estava preso do outro lado da cidade e o paciente estava precisando entrar na sala do operatório com urgência. Acabei me oferecendo para o cargo, o hospital sabia que eu era médico, afinal já realizei algumas cirurgias lá, mas com minha equipe... era uma situação delicada que ou fazíamos alguma coisa, ou algo aconteceria com o paciente por nossa irresponsabilidade.

Naquela situação eu não deveria reclamar, pelo contrário, meu objetivo como o de todos os profissionais da área era apenas um: salvar aquela vida.

Não sei por quanto tempo aquela cirurgia durou, estava tão concentrado que sequer percebi o tempo passando, apenas percebi a habilidade da instrumentista, não era sempre que tinha alguém que sabia exatamente o que fazer sem que sequer eu pedisse, ela não esperava o meu direcionamento, era como se a mesma lesse os meus pensamentos e realizasse na mesma hora.

E em meio a toda a sua "paramentação", eu só consegui reparar nos seus olhos tão azuis quanto o mar e em suas mãos delicadas, mais em suas mãos inclusive. Não ouvi sua voz com muita clareza, nem consegui reparar em mais nada, apenas naquelas mãos.

Assim que a cirurgia terminou eu fiquei me questionando quem ela era.

Mesmo que eu tenha voltado para o quarto em que meu amigo estava após a cirurgia – principalmente porque o clima tinha melhorado justamente porque o Eren acabou dormindo – não conseguia parar de pensar nela, não acreditando que tinha me atraído pela habilidade de uma pessoa no momento de me passar os instrumentos.

-Armin... você parece distante – Mikasa me trouxe de volta a realidade. – Algo aconteceu?

-Eu acabei realizando uma cirurgia aqui... acontece que não consigo parar de pensar na instrumentista...

-Você se atraiu por ela? Como? No meio de uma cirurgia?

-Mikasa... eu gostei da habilidade dela, apenas.

A asiática me encarou com um sorriso ladino em seu rosto, odiava quando ela o soltava, já que significava que a mesma estava tendo um plano ou uma ideia mirabolante que eu não entenderia ou discordaria completamente. A esposa do meu amigo é uma fanfiqueira, tem que ter cuidado com fanfiqueiras.

-Sabe, você poderia perguntar quem foi a equipe para uma das pessoas que trabalham aqui – Soltou sorrindo de lado – Assim você descobre quem é a dona das mãozinhas que você se apaixonou.

-Eu gostei da habilidade dela, apenas.

-Não, você gostou das mãozinhas, Armin, é tipo aquelas pessoas estranhas na internet que compram pack de pé... você compraria a pack das mãos dela.

-Mikasa, eu vou procurá-la, mas eu não compraria uma pack das mãos dela, ok?

-Vai lá que eu vou pesquisar o nome da parafilia de mãos, que é o seu caso – A ouvi soltar uma risada enquanto saia do quarto

Por mais que Mikasa falasse aquilo para me atingir, eu não estava abalado. Queria sim a conhecer, mas por um motivo bem mais específico queria que ela trabalhasse para mim, então saí pelos corredores, mais uma vez, afim de procurar alguém que soubesse quem era ela.

-Com licença – Chamei atenção de uma das enfermeiras que passava pelo local – Você sabe me dizer quem era a equipe da cirurgia que foi realizada há pouco tempo?

A mulher tinha os cabelos loiros presos em um coque, seus olhos azuis lembram muito os da instrumentista que procurava, mas sua expressão fechada me deixou com um certo medo, era como se ela quisesse passar para as pessoas que ela não era tão amigável.

-Eu fui a instrumentista da equipe, está procurando alguém em específico?

-Estava procurando você mesmo... – Soltei um sorriso e notei que com meu sorrisão ela deixou-se baixar um pouco a guarda – Sou Armin Arlet, o médico que a realizou... bem... você me impressionou e...

-Olha, Senhor Arlet, se for me chamar para sair, apesar de achar o senhor bem bonito, eu estou me dedicando ao trabalho.

-Eu queria te convidar para fazer parte da minha equipe... mas te chamar para sair não é uma ideia ruim, você é linda.

-Eu gosto de doces, então se você quiser ir comigo em uma doceiria quando o plantão terminar, eu aceito ouvir sobre sua proposta de emprego.

-Qual é o seu nome? – Perguntei não acreditando que ela estava me chamando para sair indiretamente

-Annie Leonhardth, topa ir na doceiria? Para conversar sobre a proposta de emprego, claro.

-Adoraria.

Coletânea Aruani #2Onde histórias criam vida. Descubra agora