Emoções

1.1K 146 30
                                    

  Bakugou se encontrava dentro do carro ainda emburrado com a fala de seu amigo negando a qualquer custo a possibilidade de estar apaixonado ainda mais por um garoto e não um garoto qualquer mas sim Todoroki Shoto, uma onda de sentimentos tomou conta de seu corpo, sentimentos esses que não sabia muito bem definir mas isso o deixou enjoado, confuso e com um pouco de medo não sabia como lidar com seus próprias emoções e por causa disso as socava no fundo de seu âmago e colocava uma pedra bem pesada em cima, como se fosse resolver seus problemas. Enquanto um turbilhão de pensamentos passava pela sua cabeça, ao longe reconheceu uma figura do outro lado da rua que caminhava calmamente.
 
 Ótimo! Era só isso que faltava. O universo só podia estar o testando, mas nem por isso desviou o olhar, apenas fez um bico emburrado e antes que percebesse estava reparando até os mínimos detalhes do garoto de duas cores, em como o maldito parecia brilhar sob o sol, ou como ele ficava lindo mesmo usando roupas basicas como uma camiseta branca e por cima uma blusa jeans claro levantadas até os cutovelos, calça jeans escuras e um tenis branco tambem, o vento que só dava um destaque maior as madeixas bicolores e no rosto um sorriso pequeno e inocente, esse que só fez o pobre loiro sentir um embrulho no estomago e suas mãos suarem seus olhos fixos no caminhar lento do garoto para ele estava tudo em camera lenta, e se pudesse se ver de fora diria que estava com cara de idiota exatamente a mesma cara que kirishima encarava Kaminari e vice versa, a essa autura do campeonato estava tão encantado que babava sem nem perceber. 
 
   Já no ponto de vista de Shoto estava indo para casa com seu novo companheiro em mãos dentro de uma caixinha de papelão em mãos tão fissurado no pequenino que nem olhava para frente, ainda tentando descobrir quem o lembrava, mas ninguém o vinha a mente parou de repente no meio da calçada sentiu que estava sendo observado, olhou em volta não tinha muitas pessoas na rua e todas elas pareciam estar preocupadas com suas próprias coisas, até que seu olhar descansou em um carro do outro lado da rua com a pintura azul bem desgastada porém não havia ninguém nele mas o que chamou sua atenção foi que a janela estava aberta e quem deixa a janela do carro aberta sem ninguém em uma rua movimentada? Estreitou os olhos na direção do carro em desconfiança, mas logo se lembrou daquela frase bastante popular: 
 
         
                Existe doido pra tudo!... 

 
  Então só deu de ombros e seguiu seu caminho com os olhos de volta para o filhote mas com uma face mais pensativa, ele precisava de um nome. Mas qual? 
 
~~~~~~
 
   De volta ao nosso querido loiro, que se encontrava com o coração disparado a face vermelha e a respiração alterada encolhido no banco do passageiro, depois de se acalmar um pouco com o rosto um pouco menos vermelho e o coração mais calmo se levantou um pouquinho para ver se era “seguro” para sua felicidade o outro já tinha ido embora, se ajeitou no banco e enterrou o rosto em suas mãos ainda com vergonha e tinha uma única pairando sua mente. 

 
     O que raios estava acontecendo consigo?! 

 
~~~~~~~~
 

 
   Já estava em casa e agora a tarde já se preparava para virar noite, o caminho de volta com seu amigo foi silencioso Kirishima pensou que foi porque o loiro ainda estava bravo, mas ele não estava bravo estava… Pensativo e confuso apenas. 
 
   Após trancar a porta e guardar as chaves notou que as roupas de seu pai a mesma troca de roupa que Todoroki tinha usado ainda se encontravam perfeitamente dobradas no braço do sofá, ficou um tempo olhando para elas mesmo depois de tantos anos as roupas dele eram deixadas exatamente iguais no guarda roupa que dividia com sua mãe. Pegou-as com um cuidado que se fosse qualquer outra coisa não teria e subiu as escadas, entrando no quarto de seus pais e agora infelizmente somente da sua mãe, abriu o guarda roupa já fazia tanto tempo que agora nem o cheiro de seu pai permanecia nas roupas, e por isso hesitou na hora de guardar o que estava em suas mãos vinha uma leve fragrância delas, levou-as até o seu nariz aspirando fundo. 
 
    O cheiro era bom, muito bom na verdade, e de alguma maneira estranha na sua opinião aquilo o confortou de alguma maneira. Olhou em volta certificando-se que não havia ninguém,sentiu-se como se estivesse cometendo algum tipo de crime, seus olhos voltaram se para a camiseta em mãos pensando se ia fazer o que sua mente dizia, para sua felicidade a casa estava vazia sua mãe ia demorar um pouco para voltar. Meteu o famoso foda-se fechou a porta do guarda roupa e foi em rumo ao seu quarto se trancou lá, se jogou na cama e levou novamente a camisa em direção ao nariz e aspirando o cheiro reconfortante.

 
  E definitivamente o cheiro do mais novo dos Todorokis era muito bom.
 
     
 E desse jeito acabou caindo sono.Isso sim é uma tarde cheia de emoção senhoras e senhores. 

 
~~~~~~~~~~

 
Todoroki continuava como sempre sentado no chão de sua sala com várias caixas em volta e com uma cara pensativa, agora, com duas questões para achar a resposta. 
 
  A primeira, qual nome daria para o bichano não podia simplesmente lhe dar um nome simples e autoexplicativo como “Gato” por mais que fosse sua cara fazer isso. 
 
  E a segunda descobrir a quem a bola de pelos o lembrava, afinal foi exclusivamente por isso que de entre todos os outros o escolheu, imerso em seus pensamentos finalmente a ficha tinha caído ele era um jovem adulto agora e se lembrou que os seus dias de “férias” estavam chegando ao fim, faltava apenas alguns dias para se apresentar em uma agência de heróis. 
 
  E logo uma nova leva de pensamentos surgiu, seu pai queria que fizesse parte da mesma agência com ele, e já fazia um tempo que ele tentava incessantemente se reconciliar com ele. Deveria perdoa-lo?  Teria Endeavor realmente mudado? E todas as coisas que ele causou a sua família? Deveria jogar toda dor e sofrimento na lixeira como se nada nunca tivesse acontecido? Isso era justo? 
 
   Todos esses questionamentos foram cortados por um miado irritado, era impressionante como uma coisinha tão pequena podia conter tamanho mau humor riu com esse pensamento, se levantou e foi para a cozinha sendo seguido pela bolinha de pelos loira esquentou um pouco de leite pôs em uma pequena vasilha e levou ao gato. 

 
   O resto de sua noite foi desencaixotando as coisas e as organizando, quando finalmente terminou já era de madrugada e não tinha um pingo de sono, então decidiu passar a noite da forma que mais gostava lendo um bom livro tomando chá e algo interessante aconteceu o pequeno filhote veio cambaleando em sua direção deitou-se encostado a sua perna e assim dormiu. 


 
                                                                                                        Continua...
 
    
 

Como realmente somos Onde histórias criam vida. Descubra agora