Todoroki

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Ao trocar de roupa Todoroki percebeu que aquelas roupas não eram de Katsuki, pois elas ficaram um pouco largas em si e o esquentadinho apesar de ter mais músculos tinha uma estatura menor que a sua e quase não tinha cheiro na quela roupa apenas de amaciante fraquinho, diferente do quarto dele que era infestado pelo seu cheiro, mas de maneira nenhuma se sentia incomodado com isso tinha até gostado do cheiro, era doce, mas não enjoativo, forte, mas não sufocante. 

Se olhou em seus próprios olhos no espelho e neles tinha apenas a constante indiferença mascará à qual já estava acostumado. Era assim a sua vida tirando alguns momentos ao lado de Midoriya, mas geralmente  se sentia indiferente o tempo todo, era como se seu coração não batesse mais e algo havia arrancado suas emoções, como se sua alma estivesse morta.

Soltou um longo suspiro de cansaço, se olhando uma última vez no espelho e tomou coragem para sair do banheiro e encarar a “fera” mais uma vez naquela madrugada.Ao sair do banheiro caminhou pelo corredor e entrou no quarto onde a porta estava aberta e a luz acesa, Bakugou já estava deitado em sua cama de e costas para Shoto, apagou as luzes e deitou na cama improvisada no chão ficando de costas para Bakugou, não saiba se iria conseguir dormir, então apenas ficou escutando o barulho forte da chuva e dos trovões, o quarto se iluminava com os relâmpagos.

 Chegava a ser irônico, como algo tão caótico o conseguia lhe trazer paz?
Antes que percebesse dormiu.
 
 Katsuki ainda estava acordado, abraçado ao porta retrato contra o peito como um amuleto da sorte e conforme os barulhos de trovões aumentavam mais forte o apertava, como se aquilo fosse preencher o vazio que existia em si, algumas lágrimas quentes escorreram pelo seu rosto.
 
... Realmente não gostava de dias de tempestade.
 
 
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O céu de toda cidade amanheceu coberto por nuvens densas e escuras. Chuviscava deixando o asfalto todo molhado e um ótimo clima para ficar em casa  tomando um café e lendo um bom livro.

No quarto escuro onde dois adolescentes ou jovens adultos recém formados dormiam tranquilamente... quer dizer, apenas um.

Todoroki acorda em um pulo desnorteado seus sonhos ou melhor pesadelos eram sempre muito vívidos. 

A respiração ofegante e o suor escorrendo pela testa fazendo seu fios bi colores grudarem nela. Toda vez, sempre a mesma coisa, de novo, e de novo o mesmo sonho, parecia estar sendo perseguido por um fantasma da sua própria mente destinado a ser assombrado pela eternidade, os sonhos começavam bem um dia ensolarado na sua roda de amigos, conversas animadas e risadas altas até onde o chão começa a engoli-lo e seus amigos não parecem escutar seus pedidos de ajuda ou não ter força pra dizer uma unica palavra, e eles seguem sorrindo conversando sem nem notar sua falta, até que é totalmente engolido pela a escuridão, e aparece no vazio no escuro sem nada nem ninguém e escuta uma risada alta e sarcástica que aumenta aos poucos até ficar insuportável, tenta tapar os ouvidos, mas não adianta, seus ouvidos começam a sangrar e a dor fica tão forte que começa a gritar, porem a risada continua mesmo assim, como se divertisse com a dor, com a sua agonia.

Quando sua respiração e os batimentos cardíacos voltou ao normal, passou a mão na testa suada e viu que o loiro ainda dormia, em silencio se levantou e com cuidado para não fazer barulho saiu do quarto escuro, desceu as escadas o mais rápido possível já tinha dado a sua hora, o prazo de seu pai finalmente chegou ao fim, pegou suas roupas da noite anterior e se trocou, vestiu a blusa social branca a calça social preta e seus sapatos não vestiu o blazer, desceu as escadas e dobrou as roupas emprestadas e as deixou dobradas em cima do sofá cor café quando estava perto da porta escutou um barulho de coisas caindo e um xingamento alto.

Curioso como era se dirigiu na direção do som. Ao chegar na cozinha viu a senhora Bakugou catando panelas do chão e xingando, achou a cena engraçada e chegou a dar um sorriso discreto quase imperceptível, mas estava lá. Resolveu então ajudar a mulher que o salvou, finalmente dali em diante estaria livre, então aproximou da mulher, que até então não tinha o notado.

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